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Manter o sistema de arrefecimento em dia é simples, mas exige cuidados com o radiador e o que você coloca dentro do reservatório

Por Fernando Miragaya

“Completa a água?” talvez seja a pergunta que o motorista mais ouve em sua existência neste mundo. Cada parada no posto de combustível é quase um roteiro de comédia romântica de Sessão da Tarde. Só que para ter final feliz que nem nos melosos filmes vespertinos, é preciso ter cuidados simples para manter o sistema de arrefecimento do veículo em perfeito funcionamento.

O nível de água deve ser checado regularmente, uma vez por semana, com o carro parado em piso plano e frio. Você mesmo pode fazer isso antes de sair de casa. Basta levantar a tampa do capô e observar se o reservatório está entre o mínimo e o máximo. Fique atento ao estado visual do líquido também, mas isso observaremos mais adiante.

Tão importante quanto trocar a água do carro é como fazer essa substituição. E a primeira regra diz respeito justamente ao tipo de líquido que você vai colocar no sistema. Não pense que é melodrama cinematográfico usar água desmineralizada no radiador e no reservatório do veículo. Ela é essencial para seu carro trabalhar em perfeitas condições de temperatura e fazer o conjunto durar mais.

Água venenosa

Aquele negócio de pegar a água da torneira de casa e completar o reservatório faz um mal danado para o conjunto de arrefecimento. Antes de mais nada, o sistema é o responsável por fazer o seu automóvel trabalhar na temperatura correta  Ao atingir algo fora da margem de 90ºC a 110ºC, o motor não consegue funcionar corretamente, já que a temperatura pode até derreter peças internas.

Então, qual o problema da água da torneira? A água potável contém muitos minerais em sua composição. E esses minerais têm uma tolerância maior a temperaturas mais altas. Ou seja, o líquido evapora mais rápido e os minerais, pelo contrário, se acumulam no radiador. Com o tempo, eles se solidificam.

“Isso faz com que, de cara, haja restrição de fluxo no sistema de arrefecimento, piorando o desempenho dele. Depois, essa liga de minerais pode reagir de forma distinta com a própria água e se tornar alguma liga ácida que ataca os componentes metálicos do sistema, como radiadores e bombas, aumentando ainda mais o dano gerado”, explica o engenheiro mecânico Renato Passos, especialista em manutenção automotiva.

“Água” do radiador: Aditivos

Então, quando for trocar a água do carro use sempre a desmineralizada, que é vendida em supermercados, lojas de autopeças e também nos postos de combustível. E quando o frentista te oferecer aditivo na hora, aí não é “empurroterapia” não. O fluido de arrefecimento é essencial para o sistema.

O produto ajuda a manter o conjunto limpo, mas especialmente serve para aumentar o ponto de ebulição e diminuir o ponto de congelamento da água. Esse equilíbrio ajuda a manter na temperatura ideal do sistema de arrefecimento: a água não congela – o que pode causar trincas e fissuras no radiador – e as peças ficam protegidas da corrosão.

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“O aditivo faz com que o funcionamento do motor em regiões extremamente frias consiga alcançar temperatura de funcionamento mais rápido na primeira partida do dia”, completa o engenheiro.

Só não pode é colocar qualquer aditivo. Deve-se seguir o produto que siga as especificações recomendadas pelo fabricante no Manual do Proprietário – lá também constam os prazos para substituição, geralmente a cada 30 mil km. Até porque existem três tipos principais de fluido: orgânico (OAT), inorgânico (IAT) e híbrido (HOAT).

“É necessário verificar qual o tipo indicado pelo fabricante do veículo, uma vez que uma aplicação inadequada pode incorrer em reações químicas inadequadas com a liga metálica componente de bloco do motor, cabeçote e periféricos”, ressalta Renato Passos.

Efeito dominó

Além disso, lembre-se que o sistema de arrefecimento do motor reúne outros componentes. Bomba d’água, válvula termostática, ventoinha e o sensor de temperatura do carro podem ser afetados pela não utilização de água desmineralizada e pela ausência do uso de aditivo – ou fluido com propriedades diferentes das recomendadas.

“E é que esses minerais que podem surgir com água não-desmi e/ou ausência de aditivo podem encurtar a vida útil da bomba d’água, uma vez que a densidade do fluido torna-se diferente àquela para a qual foi projetada. Isso acaba por exigir mais da bomba, o que pode resultar em falha do componente”, explica Passos.

Água do radiador: Olho do dono

O próprio motorista pode e deve vistoriar com frequência se tudo vai bem com o sistema de arrefecimento. É preciso observar não só o nível da água – não esqueça, sempre com o carro frio e parado em piso plano -, mas também o seu aspecto e coloração.

Se estiver com coloração amarelada ou marrom, o ideal é fazer uma limpeza do conjunto, trocar a água do carro e colocar fluido novo. “Se o fluido mantiver seu aspecto original conforme composição água mais aditivo, a limpeza do sistema se torna dispensável”, observa o engenheiro mecânico.

Também é necessário ficar atento a eventuais pontos de oxidação no radiador e se há sinais de vazamentos na peça. Além disso, a tampa do reservatório deve estar em boas condições, pois ela tem poder de vedação Caso contrário, o carro pode “ferver”, como dizemos no popular.

“A perda da eficiência da tampa torna-se escapatório para o vapor do fluido, alterando o nível do sistema. Com a menor quantidade de fluido, a capacidade de arrefecimento cai e a manutenção da temperatura fica comprometida e acima da ideal, podendo atingir níveis críticos”, alerta Renato Passos.

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