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Como fazer o freio durar mais

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Hábitos ao volante no dia a dia e dicas de manutenção aumentam a vida útil do sistema de frenagem

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O jeito como você dirige e trata do seu veículo impacta todo o carro. E os freios, talvez, sejam uma das partes mais sensíveis aos hábitos do motorista. Isso porque o modo de condução e a manutenção impactam diretamente na vida útil do sistema, em especial de pastilhas e discos. O bom é que é bastante simples fazer o freio durar mais.

Por Fernando Miragaya

Conversamos com quem entende do assunto: Luis Rigon, engenheiro de Aplicação, e Carlos Nicolai, engenheiro de Desenvolvimento, são da alemã ZF, uma das principais fabricantes de componentes automotivos do mundo – dentre os quais, de frenagem. E são eles quem vão nos ajudar a entender como fazer o freio durar mais.

Desacelere

Uma cena comum no trânsito é ver o motorista freando em cima em situações de semáforos fechados ou de engarrafamentos. Essas paradas bruscas são os principais fatores para acelerar o desgaste das pastilhas. Em casos extremos e corriqueiros, pode até empenar os discos.

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Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas

“Viu o semáforo vermelho ou o trânsito parado à frente, reduza a velocidade antes e evite frenagens bruscas. Isso aumenta violentamente o desgaste do sistema como um todo e sem necessidade”, recomenda Rigon.

Carga pesada

Automóvel com excesso de peso vai sobrecarregar diversos componentes mecânicos, inclusive os freios. É fundamental ler o manual do proprietário e saber a carga útil do veículo, que deve considerar os passageiros e bagagens.

Nunca ultrapasse esta capacidade. Afinal, ao frear, o conjunto terá de segurar um peso para o qual não foi projetado. Isso também vai sobrecarregar pastilhas e discos.

“Existe um limite para o qual o projeto de freio e conjunto de suspensão foi desenhado. O excesso de carga vai exceder todas as especificações que o fabricante estipula para aqueles componentes e reduzir a vida útil dos itens do freio e do carro como um todo”, explica Luis Rigon.

Alterações

Para a turma que gosta de mexer no carro, um alerta. Aumentar os aros de pneus e rodas pode até dar um estilo, mas comprometem a durabilidade do sistema de frenagem e sua própria eficiência. Mais uma vez, se excedeu os parâmetros para os quais o automóvel foi projetado.

“Levantou o carro, aumentou o braço… vai ficar ruim para acelerar e para frear. O pessoal acaba alterando as características dos projetos, o que aumenta o desgaste e reduz a segurança do veículo como um todo”, afirma Carlos Nicolai.

Manutenção

A revisão regular e a manutenção preventiva são fundamentais para fazer o freio durar mais. Em especial as pastilhas, que são os itens trocados de forma mais recorrente. A peça em funcionamento pleno efetuará frenagens eficientes e não vai afetar outros componentes do conjunto, como os discos.

A troca de pastilhas varia conforme o fabricante e a marca do veículo. Por isso, verifique no Manual do Proprietário o prazo de trocas da peça. Em média, em automóveis de passeio, os prazos variam a cada 20 mil ou 30 mil km. Mesmo assim, os engenheiros indicam verificar o estado do componente a cada seis meses ou 10 mil km.

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A checagem é simples e o desgaste acentuado da pastilha pode ser percebido no simples olhar do mecânico. Se ela estiver próxima da espessura limite indicada, faça logo a substituição. São componentes relativamente baratos. Um jogo original dianteiro para o Chevrolet Onix, por exemplo, custa entre R$ 150 e R$ 200.

Melhor fazer isso do que salgar a conta depois. A pastilha com desgaste acentuado vai começar a ter sua placa de metal em contato direto com o disco, que ficará suscetível a riscos e até empenamentos. Um par de discos do mesmo Onix, custa acima de R$ 200…

Uso severo

Para quem faz o chamado uso severo do veículo, é preciso ficar bem mais atento, pois as pastilhas podem ter a vida útil reduzida em quase pela metade. Isso vale para quem roda muito com o carro diariamente por longos trechos engarrafados.

“No carro que roda 90% em estrada, a utilização de freio é muito pequena. As pastilhas acompanham essa vida útil média e podem até durar mais do que o indicado pelo fabricante”, observa Luis Rigon.

Sinais de que algo vai mal

A pastilha de freio avisa que está nas últimas. O contato “ferro com ferro” no conjunto será percebido não só nos ruídos e chiados que o sistema vai gerar toda vez que o freio é acionado, como também em trepidações anormais e maior dificuldade em parar o carro.

Roda Arrizo 6 sistema de freios
Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Ao mesmo tempo, automóveis mais tecnológicos dispõem de sensores que emitem um alerta independente no quadro de instrumentos quando a pastilha está com desgaste acima do permitido e encosta no disco.

Em outros, existe o jay clip, uma pequena mola montada na pastilha com um limitador. Quando a espessura da peça diminui além do recomendável, essa mola encosta no disco apenas para emitir um ruído agudo e alto para alertar ao motorista.

Até o fluido do freio serve de alerta. É que, com o desgaste excessivo da pastilha, o sistema precisa bombear este óleo no sistema para preencher o volume do pistão. Então, olho no nível do lubrificante.

“Normalmente o reservatório tem volume para suprir até o fim de vida da pastilha. Se o nível baixou é que a pastilha está nas últimas e o condutor corre sérios riscos de ficar sem freio”, alerta o engenheiro de Aplicação da ZF.

O alerta pode vir também no quadro de instrumentos, na forma de uma exclamação dentro de um círculo. Se essa luz acender com o carro em movimento, há algum problema no sistema de frenagem, desde o desgaste das pastilhas até falta de fluido – mas dê uma olhada se o freio de mão está totalmente baixado, caso contrário essa luz fica acesa.

Por falar em fluido…

O óleo do freio deve ser trocado regularmente conforme indicado no Manual do Proprietário. Em geral, o fluido é substituído a cada duas revisões obrigatórias em carros 0 km. Mas, importante: o produto deve seguir as especificações do fabricante do automóvel e ser sempre trocado, jamais completado.

Além disso, não dê uma de curioso e jamais abra a tampa do reservatório do fluido do freio – a não ser para a troca. “O produto absorve água e umidade, e pode chegar a um nível em que o fluido vai perder suas propriedades e sua resistência às altas temperaturas das frenagens. O disco aquece, o pedal desce e o motorista terá problemas de frenagem”, afirma Nicolai.

Porém, antes de fazer qualquer troca, é preciso investigar as razões que levaram ao consumo excessivo do óleo. “O fluido baixa por dois motivos: ou porque está com vazamento ou há desgaste excessivo da pastilha”, completa o engenheiro de Desenvolvimento da ZF.

Freio motor

Outra forma de fazer o freio durar mais é aliviar o pedal nas descidas de serra na estrada. O indicado é usar o chamado freio motor, através de reduções de marchas dentro da faixa de rotações correta – nos modelos com câmbio automático, opte pelas mudanças sequenciais ou marchas baixas, como “3”, “2”, “1” e “L”.

A prática, além de aliviar pastilhas e discos, pode evitar o temido fading. É o nome dado quando pastilhas e discos superaquecem e há uma redução do atrito entre as peças, diminuindo o poder de frenagem. Acontece quando o motorista desce a serra praticamente sem tirar o pé do pedal.

E nada de banguela. A prática sacrifica as pastilhas e o conjunto de frenagem como um todo e não faz você economizar combustível. Para piorar, o carro não está tracionado, fica solto, o que compromete a estabilidade.

“O veículo tem de estar sempre engrenado. Na banguela, você corre o risco de perder totalmente o sistema de freios e de não conseguir voltar a engrenar o carro”, adverte Luis Rigon.

Peças

Utilizar peças de reposição originais e de marcas renomadas vai fazer o freio durar mais. Pastilhas genéricas podem não suportar o esforço ou a temperatura do sistema. A vida útil da peça será menor, assim como o poder de frenagem.

“Muito comum carros entrarem em fading facilmente na serra porque estão com pastilhas compradas no mercado paralelo. Isso porque essas pastilhas não foram desenvolvidas para aquele veículo. A validação para um sistema de freios é bem complexa”, defende Carlos Nicolai.

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