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Como funciona o controle de estabilidade

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Dispositivo de segurança ativa dos automóveis minimiza e pode até evitar acidentes fatais; saiba como funciona o controle de estabilidade

Por Fernando Miragaya

O controle de estabilidade funciona para evitar que o carro perca a direção em situações extremas. Ele atende por diversas siglas e nomes, mas a que se popularizou foi ESP. São três letras mágicas que podem fazer a diferença em um acidente. 

E essa diferença pode até ser apenas um pequeno susto – em vez de uma batida séria. Pois é, o controle eletrônico de estabilidade é um aliado importantíssimo na segurança veicular. Mas você sabe como ele funciona?

O equipamento, inclusive, completou 25 anos desde sua invenção neste conturbado 2020. E, felizmente, se popularizou e passou a ser obrigatório em todos os projetos novos feitos no Brasil desde 1o de janeiro. Ou seja, logo logo você inevitavelmente terá um carro com ESP.

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Então, Autos Segredos vai contar como funciona o controle de estabilidade para você entender como ele pode salvar vidas ou resguardar a integridade física de motoristas e passageiros. E também conhecer um pouco da história desse equipamento e entender porque ele atende por tantas siglas e nomes diferentes para desempenhar a mesma função.

Como tudo começou

O controle eletrônico de estabilidade nasceu de uma necessidade em aperfeiçoar o sistema de ABS de automóveis. Em 1979, a turma da engenharia da Bosch estava debruçada em análises do dispositivo que evita o bloqueio dos freios em busca de uma melhor performance do equipamento para justamente otimizar o controle do carro em derrapagens.

Passaram-se mais de 10 anos de exercícios e testes para, em 1991, a empresa alemã fazer uma parceria com a conterrânea Daimler. O objetivo era pôr em prática esse sistema – que atua com o ABS – para melhorar o domínio do veículo em situações de escape. Foram mais de quatro anos de desenvolvimento até que coube ao Mercedes-Benz Classe S Coupé estrear o que conhecemos hoje como controle de estabilidade, em 1995.

Mas é ESP ou ESC?

A Bosch, como inventora, patenteou a tecnologia e a batizou de Electronic Stability Program, daí a sigla ESP. Mas o termo correto e genérico para o dispositivo, na verdade, é ESC, de Electronic Stability Control. Ou seja: ESP é da empresa alemã e só pode ser usado quando o equipamento for desse fornecedor. Por isso, algumas marcas chamam o equipamento por outros nomes.

A Mercedes, obviamente, o adotou como ESP. Mas o controle de estabilidade também é conhecido como VSA (Vehicle Stability Assist) na Honda, ou DSC (Dynamic Stability Control), na Ford, ou ainda VSC (Vehicle Stability Control), na Toyota. Há ainda outras variações sobre o mesmo tema, como VDC (Vehicle Dynamic Control), VSE (Vehicle Stability Enhancement), entre outras sopas de letrinhas. A Porsche foi até mais personalista com o seu PSM – Porsche Stability Management.

E como funciona o controle de estabilidade?

O controle de estabilidade funciona por meio de diversos sensores que analisam a rotação das rodas, a velocidade do automóvel, a trajetória do veículo e o ângulo do volante. O sistema faz leituras 25 vezes por segundo e atua em conjunto com os freios e o controle de tração. Basicamente, se o carro aponta para uma direção que não condiz com o esterçamento da direção, o dispositivo entra em ação.

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Neste momento, a central eletrônica de controle do motor dosa o torque do propulsor (geralmente reduz a força) e efetua frenagens de forma independente em cada uma das rodas para tentar colocar o carro de novo na trajetória. Um detalhe é que é muito comum o ESP funcionar sem que o motorista sequer perceba.

Essas perdas de aderência do veículo podem ocorrer em diferentes situações. Não só em uma curva fechada onde o motorista entrou mais “quente”, como também em desvios abruptos de trajetória – para desviar de um pedestre, animal na pista, obstáculo ou buraco – e em pisos escorregadios.

Como sei que meu carro tem ESP/ESC?

Você pode se informar no próprio Manual do Proprietário do veículo ou em reportagens e avaliações do Autos Segredos. Observe também se no painel ou console da cabine tem uma tecla com o desenho de um carro e linhas tortas atrás dele – como se ele estivesse derrapando – e a palavra “Off” (“desligado”). Muitos veículos com controle de estabilidade vêm com esse botão para desativar o equipamento.

Mas para quê desligar o controle de estabilidade?

O recomendado é nunca desativar o controle de estabilidade. O botãozinho só está lá para situações bem específicas. Por exemplo, se você estiver em um piso com neve muito espessa, o sistema pode entender que o automóvel está derrapando e, em vez de ajudar, o veículo terá mais dificuldades para enfrentar o gelo.

O mesmo vale para situações de off-road, como em terrenos de areia fofa ou de lama muito escorregadia. E se o carro vier a atolar, aí mesmo que é necessário desligar o ESP/ESC, ou então o dispositivo sempre tentará compensar aquela perda de aderência de uma das rodas com menos aceleração e freadas.

Outro ambiente em que os motoristas costumam desligar o controle de estabilidade são em circuitos fechados. A turma que faz track day ou drift precisa desativar o equipamento para poder ter arrancadas mais fortes e se valer de derrapagens controladas.

Mais democrático

Em um passado não tão recente, controle de estabilidade era praticamente exclusividade de carros mais caros ou de marcas premium. Com o tempo e o ganho de escala, o equipamento se popularizou. Contribuiu para isso também os critérios de segurança cada vez mais severos de organismos como Euro NCAP e Latin NCAP, dentro dos quais o ESP se tornou um recurso fundamental para que os veículos obtivessem melhores pontuações nos crash tests.

No Brasil, o ESP passou a ser obrigatório desde 1o de janeiro de 2020 para todos os novos veículos lançados – reestilizações e viradas ano/modelo estão isentos. A nova legislação previa que a partir de 2023 todos os carros vendidos por aqui teriam de ter o item de série. Mas aí veio a pandemia e o argumento perfeito para os fabricantes postergarem a obrigatoriedade do controle de estabilidade para 2024, o que deu sobrevida a vários modelos.

Pelo menos, o ESP/ESC é encontrado facilmente hoje no segmento de compactos. A nova geração dos Chevrolet Onix e Onix Plus, lançada ainda em 2019, já tem o item de série desde as versões de entrada. O dispositivo também é ofertado na linha Toyota Etios e em configurações de modelos como Ford Ka e Hyundai HB20.

É possível instalar controle de estabilidade?

Até é possível, mas só se o carro foi projetado para receber a tecnologia. Desta forma, tecnicamente é possível instalar os sensores responsáveis por como funciona o controle de estabilidade. Contudo, a instalação de um ESP “por fora” é bastante cara e praticamente inviável se for comparar com o quanto vale o veículo no mercado seminovo. O melhor é partir para um automóvel que saiu com o dispositivo de fábrica.

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