Veja quando o carro realmente é necessário executar os serviços de alinhamento e balanceamento no seu carro

Por Fernando Miragaya

Imagine um festival com Fernando e Sorocaba, Victor e Leo, Maiara e Maraísa… Alinhamento e balanceamento! É que esses serviços parecem mais ligados que dupla sertaneja com dor de corno. Mas, brincadeiras à parte, saiba que eles não são sempre dependentes um do outro. E não representam qualquer “sofrência” para o dono do automóvel.

Alinhamento e balanceamento são serviços comuns, que podem ser feitos regularmente de acordo com o quanto o carro rodou. Ou, ainda, causados por fatores externos ou desgaste dos pneus. Só que o assunto ainda envolve muitos mitos e desperta dúvidas sobre prazos, métodos e necessidades.

Conversamos com Marcio Azuma, diretor executivo da Associação de Engenharia Automotiva (AEA) para entender quando o veículo dá sinais de que precisa de alinhamento e balanceamento.

Alinhamento e balanceamento
Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

O que é o alinhamento e balanceamento?

Primeiro, é interessante entender do que se tratam esses ajustes. O alinhamento (ou paralelismo do eixo) é feito para ajustar os ângulos das rodas, para que elas sigam as especificações feitas de fábrica. 

O balanceamento, por sua vez, mede as forças do conjunto em rotação – tanto com o carro parado, como com as rodas em movimento sobre o equipamento de ajuste. A máquina vai equilibrar essas forças de forma equitativa entre as quatro rodas.

Quando fazer?

Como dito, alinhamento e balanceamento, apesar de geralmente serem feitos juntos, não são obrigatoriamente pré-requisitos – você pode fazer um serviço independentemente do outro. Primeiro, veja no Manual do Proprietário do carro qual a recomendação do fabricante para a execução dos serviços. 

Os prazos, geralmente, são a cada 10 mil ou 20 mil km. Se você roda em cidades com ruas muito esburacadas ou de terra, costuma-se recomendar intervalos de 10 mil km. De qualquer forma, o carro dá sinais de quando precisa de um – ou dos dois ajustes.

Quando devo fazer o alinhamento?

O veículo passou a puxar mais para um lado? Primeiro, confira a calibragem do pneu e faça um teste. Em uma rua ou área plana e pouco movimentada, acelere o carro até uns 10 km/h ou 20 km/h e solte o volante: se ele for mais para a direita ou mais para a esquerda, é hora de alinhar as rodas.

Além disso, fique atento a possíveis desgastes irregulares dos pneus. E também ao comportamento do veículo em movimento, especialmente em curvas e nas freadas. 

“Observe se o carro ‘puxa’ para o lado em frenagens e ‘canta’ pneu facilmente em curvas. E se, após essas curvas, o volante não retornar à posição central, pode ser alinhamento também”, diz Márcio Azuma.

Quando devo fazer balanceamento?

Aqui, os sinais se dão geralmente em trepidações e vibrações excessivas na direção A dica é a mesma: leve o veículo para uma pista plana  bem asfaltada e observe. Todavia, o serviço também está diretamente ligado a qualquer troca de pneu. 

Se mudou o pneu…

Colocou pneus novos? Ou teve de consertar um ou mais devido a furos, rasgos ou outras avarias? Faça obrigatoriamente o balanceamento. Não esqueça que os pneus devem seguir as medidas determinadas pela montadora.

Mas preciso fazer os dois nestes casos?

Se for trocar pneus o recomendado é a execução dos dois serviços. Mas no caso de rodízio de pneus, só é preciso fazer o alinhamento ou balanceamento caso o automóvel manifeste alguns dos “sintomas” já descritos.

E se eu cair com o carro em um buracão? Devo verificar alinhamento e balanceamento?

Se você caiu com o seu automóvel naquela cratera quase lunar cujo reflexo foi sentido na espinha, o indicado é procurar uma oficina especializada para verificar o alinhamento e balanceamento. O mesmo vale se você passou forte em um quebra-molas ou valeta, ou mesmo “bateu” com o pneu no meio-fio. 

E cambagem? É conversinha de mecânico?

A cambagem é a inclinação das rodas medida no eixo imaginário vertical do veículo, podendo ser negativa (para dentro) ou positiva (para fora). Porém, é um tema polêmico. Muitos dizem que os veículos mais modernos dispensam tal ajuste, mas não é bem assim. 

A cambagem faz parte da geometria da suspensão e é o que garante a estabilidade do carro nas curvas, portanto é absolutamente necessária. O que ocorre é que, conforme o projeto do automóvel, é possível ajustá-lo por porcas e parafusos e, em alguns casos, com a troca de peças. Porém, fique atento.

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“Algumas vezes, para evitar substituição de peças, oficinas sugerem uma espécie de ‘ciborgue’ para ‘desempenar’ a suspensão, o que na realidade deve ser evitado. Se a cambagem está fora de medida, é porque entortou e ‘desentortar’ pode afetar a resistência do componente. Aí, o melhor é trocar a peça, assegurando a segurança do veículo”, alerta Azuma.

Onde fazer alinhamento e balanceamento?

Os serviços podem ser feitos nas concessionárias ou em oficinas especializadas. Os preços variam entre R$ 100 e R$ 500, mas o consumidor deve estar atento não só à qualidade dos equipamentos que o estabelecimento dispõe, mas também à reputação da loja e ao conhecimento técnico dos funcionários.

“Existem vários tipos de equipamentos para fazer as medições de alinhamento, o que muda principalmente é o tempo necessário para executar o serviço. Não é porque o estabelecimento possui um equipamento a laser 3D, por exemplo, que será melhor”, ressalta o engenheiro e diretor da AEA.

Os valores e parâmetros para alinhamento, balanceamento e cambagem para cada tipo de modelo e veículo normalmente já são cadastrados no sistema de dados dos equipamentos, inclusive em oficinas independentes. De qualquer maneira, se informe sobre o serviço antes de contratá-lo.

“Deve-se perguntar o que mecânico irá fazer para resolver o problema. Se vier com propostas de desempenar ou desentortar algum componente, não deixe. Deve-se fazer ajustes conforme o projeto permite, via regulagens por parafusos e porcas, e substituição de componentes desgastados”, explica Azuma.

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