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Filtro de ar: o pulmão do seu carro

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Veja como cuidar desse equipamento essencial para o perfeito funcionamento do motor

Por Fernando Miragaya

A gente costuma jogar com as palavras para definir as partes do carro em analogias com o corpo humano. O motor seria o coração. A plataforma, a alma. Já o lubrificante é o sangue que corre pelas veias automotivas, e é sempre ressaltado em reportagens. Mas nessa anatomia sobre rodas, tem outro equipamento que também precisa de cuidados constantes, o filtro de ar. 

Ele é como se fosse uma espécie de pulmão, e seus brônquios precisam estar em perfeito estado para fazer o que o nome já explica: filtrar o ar que entra no conjunto mecânico.

“Filtro de ar, diferentemente do óleo, não tem contato direto com o motor e fica distante do conjunto. Talvez, por isso, as pessoas se preocupem mais com o lubrificante e o filtro do óleo. Mas o correto funcionamento do filtro de ar também é fundamental para evitar danos maiores ao motor”, alerta João Irineu, diretor de Segurança Veicular da Associação de Engenharia Automotiva (AEA).

A missão do filtro de ar (elemento) é simples e importante. Reter partículas, fuligem, poeira e sujeiras e impedir que elas cheguem às superfícies de vedação do motor. Caso tais impurezas passem pela peça, as consequências podem ir desde a perda de desempenho e aumento do consumo de combustível, até ao extremo de o propulsor travar.

Isso porque o motor trabalha com vedações bem apertadas em diversos componentes, especialmente nas camisas dos cilindros. Uma sujeira, pedrinha ou fagulha pode começar a arranhar essas superfícies metálicas. Válvulas, anéis e pistões são alguns dos itens que ficam vulneráveis. Por isso, vale sempre checar a peça e fazer a troca dentro dos prazos estabelecidos pelo fabricante – informados no Manual do Proprietário.

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“O uso incorreto do filtro de ar pode causar prejuízo. Entrada de qualquer corpo estranho, com determinadas dimensões e características de dureza, podem causar riscos que vão depois gerar atrito, aumento de temperatura e travamento de motor, porque vamos ter dificuldade de lubrificação”, explica Irineu. 

Mas quando trocar o filtro de ar?

Em geral, as montadoras recomendam a substituição do filtro de ar do motor a cada 10 mil km – está lá no livrinho. Nos modelos zero quilômetro, a troca costuma estar prevista nas revisões obrigatórias. Porém, esses intervalos podem (e devem) ser encurtados conforme o uso do veículo. Para quem trafega muito por túneis e passagens de nível, ou pega muita estrada de terra, a dica é reduzir pela metade esse período.

Mesmo em situações em que se pega muita chuva ou regiões com alagamentos, é preciso ter atenção redobrada com a peça. Imagine que você fique horas na estrada atrás de um caminhão sobre piso molhado e o grandão levanta aquela nuvem de água durante minutos e mais minutos. É bom ver se a umidade não detonou o filto para evitar que contamine a região do motor. 

“Motorista que usa veículo em zonas com predominância de poeira leve e em região de mineração, por exemplo, precisa checar com maior frequência. Mesmo em períodos chuvosos, para a pessoa que viaja muito, é fundamental fazer uma constante avaliação do filtro de ar para ver se o componente não perdeu sua característica de filtragem e se essa umidade foi para dentro da aspiração”, observa o executivo da AEA.

E como sei que o filtro de ar está ruim?

Se você é metido a mecânico, pode observar o estado da peça visualmente. Ao abrir o filtro de ar, verifique se o componente deixou um rastro de poeira. Importante lembrar que o item pode estar impregnado na parte voltada para o ambiente, mas tem que estar limpa na face pós-filtragem – se essa parte estiver suja, é indicativo de que o poder de filtragem já era.

Outro ponto a se observar são as vedações do equipamento. O elemento filtrante é composto de papel especial e uma borracha que serve como moldura. Confira se a borracha perdeu vedação e está ressecada, o que pode ocorrer depois de o carro passar por um trecho alagado, por exemplo. 

Mais uma vez: leia atentamente o Manual do Proprietário. Lá estão as características do filtro de ar e seus períodos de troca. Além disso, as concessionárias costumam ter uma balança para pesar a peça. Isso mesmo, ela é retirada e pesada. Se estiver com uma massa acima do parâmetro recomendado, é sinal de que o filtro está saturado, já acumulou bastante sujeira e precisa ser substituído.

É possível limpar?

Não. Vídeos com pessoas que lavam o filtro de ar com água e sabão ou que tascam um jato de ar comprimido na peça costumam provocar taquicardia nos engenheiros. “O jato de ar de alta pressão danifica a estrutura de papel. Não é recomendável recuperar o filtro”, ressalta João Irineu.

Lembre-se que o filtro de ar é uma peça relativamente barata. Em carros compactos, custa entre R$ 40 e R$ 100. Uma retífica de motor, contudo, pode ser bem mais cruel com o seu bolso e chegar a R$ 5 mil.

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