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Quando trocar o amortecedor?

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Tire suas dúvidas sobre a vida útil e a manutenção dessas peças tão fundamentais para a suspensão do veículo

Por Fernando Miragaya

Uma das maiores controvérsias do universo automotivo diz respeito aos amortecedores. Não há um consenso nem uma regra exata sobre a validade destes componentes que são a espinha dorsal do sistema de suspensão. Tampouco sobre períodos ideais de troca. Sem falar na questão de que algumas oficinas costumam condenar as peças precocemente e empurrar outros serviços.

Afinal, quando trocar o amortecedor? E o que é preciso substituir juntamente com a peça? É possível fazê-la durar mais? Para ajudar a entender a vida útil e os sinais de desgaste do componente, entre outros aspectos do equipamento, o Autos Segredos conversou com Rubens Fagundes, assistente Técnico da Cofap, um dos principais fabricantes de amortecedores do país.

Afinal, quando trocar o amortecedor?

Essa é a pergunta de um milhão de dólares – e que você nunca terá a resposta precisa. Isso porque a durabilidade da peça varia de acordo com o tipo de uso do carro. Desde as condições das vias pelo qual o veículo transita constantemente, até o modo de condução do motorista e até o tipo de região onde o veículo trafega.

Além disso, os amortecedores não têm uma data de validade a partir de sua fabricação e/ou instalação. Ou seja: o componente pode rodar mais de 60 mil quilômetros em um veículo e manter sua função, como pode só durar por 10 mil quilômetros em outro carro, cujo motorista tem hábitos totalmente diferentes.

“A vida útil de um amortecedor dependerá diretamente da forma como ele é utilizado e do tipo de pavimento em que o veículo trafega. Quanto mais agressivo o modo de dirigir e piores as condições do pavimento, mais esforços serão impostos aos componentes da suspensão, comprometendo a sua vida útil”, compara Fagundes.

Desta forma, a quilometragem não é o único nem o principal indicativo para saber quando trocar o amortecedor. Ele é apenas um dos fatores que podem afetar a durabilidade da peça. 

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Durabilidade do amortecedor varia conforme tipo de uso do veículo – Foto | Divulgação

Um exemplo: os componentes da suspensão de um veículo que circula predominantemente em estradas de terra sofrem muito mais impactos e estão expostos a mais detritos do que outro que circule em pavimentos asfaltados e sem buracos. Assim, provavelmente os amortecedores deste automóvel precisarão ser trocados em intervalos de tempo menores.

“Ao contrário do que muitos pensam, um veículo com baixa quilometragem pode apresentar problemas em vários componentes, não somente na parte de suspensão, justamente pelo desgaste não depender apenas do quanto o veículo já foi utilizado. A revisão periódica é recomendada justamente por não haver um tempo, nem quilometragem definidos para a troca”, alerta o assistente Técnico da Cofap.

E quando revisar o amortecedor?

O ideal é seguir as recomendações do fabricante, que constam no Manual do Proprietário. Na dúvida, faça uma checagem dos amortecedores e de todos os demais componentes da suspensão a cada 10 mil quilômetros – ou se surgirem comportamentos e ruídos estranhos que abordaremos na sequência.

Se o carro for blindado, as revisões devem ser mais frequentes e até em intervalos de quilometragem menores. Afinal, a blindagem representa um peso extra, que pode exceder,  inclusive, as capacidades para o qual o veículo foi projetado.

“Esse acréscimo de peso amplia significativamente os esforços sofridos pelos componentes de suspensão, projetados sem levar em conta a utilização em veículos blindados, incluindo amortecedores. Normalmente, o serviço de blindagem não realiza alterações na suspensão, ou seja, os componentes convencionais são mantidos”, alerta Rubens Fagundes.

Mas quando trocar o amortecedor, devo trocar tudo?

Quem nunca levou o carro em uma loja especializada em suspensão e ouviu diagnósticos apocalípticos? Porém, quando trocar o amortecedor, nem sempre é preciso fazer a substituição de todos os componentes do conjunto. Via de regra, aconselha-se apenas mudar itens específicos.

“O fato de o amortecedor estar danificado não significa que os demais componentes do sistema de suspensão também estejam. No entanto, é importante verificar possíveis folgas e desgastes em toda a suspensão e é recomendada a substituição de coxins, batentes e coifas”, explica Fagundes.

Os sinais

O amortecedor também dá indícios de que precisa ser substituído. Ruídos estranhos não são propriamente da peça, mas podem indicar problemas com outros componentes da suspensão.

Só que o próprio comportamento dinâmico do carro em curvas e irregularidades do asfalto denunciam problemas no equipamento. Confira os principais sinais que indicam quando trocar o amortecedor:

  • Solavancos em excesso após passar por lombadas, quebra-molas, valetas e buracos;
  • Rodas que perdem o contato com o chão depois de o carro passar por buracos;
  • Carroceria que oscila em demasia, em curvas ou mesmo em retas;
  • Amortecedor que dá fim de curso, com batidas secas até em buracos mais “inocentes”;
  • Perda de estabilidade em curvas;
  • Desgaste irregular dos pneus;
  • Aumento considerável da distância de frenagem;
  • Perda de altura do carro em relação ao solo;
  • Sinais de vazamentos perto das rodas.

“Essa questão é importante na medida em que nós vamos nos acostumando com o comportamento dinâmico do veículo com o decorrer do tempo e não percebemos uma eventual perda de eficiência dos amortecedores, o que pode gerar situações de perigo em manobras bruscas ou de emergência”, diz o executivo da Cofap.

Quais os riscos do amortecedor ruim?

Como visto, amortecedores em mau estado implicam diretamente no comportamento dinâmico do automóvel. Ou seja: o componente ruim e sem executar suas funções básicas vai comprometer a estabilidade e a segurança, além de prejudicar o conforto a bordo.

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Amortecedores são essenciais para a suspensão do veículo – Foto | Divulgação

O veículo de tração dianteira tenderá a sair mais de frente nas curvas, o carro passa aquela sensação de flutuação em altas velocidades – pedindo correções constantes na direção -, a aderência dos pneus com o solo diminui e até mesmo a eficiência da frenagem fica comprometida. Além disso, amortecedor ruim interfere na vida útil de outros componentes, como pneus e freios.

Quando trocar o amortecedor posso comprar recondicionado?

As peças recondicionadas são contra-indicadas na maioria dos casos, especialmente quando envolvem componentes que interferem diretamente na segurança veicular. Com os amortecedores, a sugestão é fugir desse tipo de componente, já que o trabalho de recondicionamento, segundo especialistas, não proporciona a eficácia necessária para garantir a estabilidade e a dirigibilidade do veículo.

“São peças que foram descartadas justamente pelo fato de terem perdido a sua eficiência, recebendo somente pintura nova e, no máximo, um fluido fora dos parâmetros exigidos para o seu funcionamento adequado no lugar do óleo original”, alerta Fagundes.

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Até porque esse lubrificante original usado no interior dos amortecedores foi desenvolvido especificamente para aquele tipo de componente e para aquele projeto de automóvel. O óleo segue formulações especiais, adequadas às temperaturas e características de trabalho exclusivas do veículo e do conjunto de suspensão. 

“Além do óleo, dependendo do amortecedor, pode haver mais de 50 componentes internos, que também sofrerão desgastes e que não podem ser substituídos no recondicionamento. Esses componentes não são encontrados no mercado e, dessa maneira, não há como o recondicionador substituí-los”, completa.

Como fazer o amortecedor durar mais?

A primeira resposta é óbvia: evite buracos e vias mal pavimentadas. Mas como é difícil realizar essa tarefa em nosso maltratado asfalto do dia a dia, uma dica importante é encarar essas ruas que mais parecem campos de testes de mísseis com cautela e em velocidades baixas.

Vale também evitar frenagens bruscas e trafegar com parcimônia por quebra-molas ou valetas. E nada de passar na diagonal. Encare esses obstáculos com as duas rodas paralelamente – nestes casos, mais para evitar torção indevida na carroceria do que para poupar a suspensão.

Também é imprescindível respeitar a carga útil do automóvel. Essa informação consta no manual do fabricante e mostra até quanto de peso extra o veículo pode carregar sem sacrificar o amortecedor e outros componentes – o que inclui passageiros e bagagem.

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