Motor, transmissão, direção… Veja todos os óleos lubrificantes necessários ao bom funcionamento do veículo

Por Fernando Miragaya

Nem só de óleo lubrificante do motor e combustível vive o automóvel. Os carros demandam diferentes fluidos automotivos para funcionar perfeitamente e com o padrão correto de eficiência. São produtos que devem ser checados e trocados com regularidade para que você não tenha dores de cabeça com manutenção corretiva posteriormente.

Os fluidos do carro são usados em diferentes conjuntos: transmissão, freios, radiador, direção e, obviamente, o motor. Veja a importância e quando verificar – e trocar – cada óleo lubrificante que seu veículo bebe.

Óleo do motor

Troca de óleo CAOA Chery
Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Talvez o mais importante dos fluidos do carro, o lubrificante é o que garante o correto funcionamento do motor. O produto é o responsável por fazer com que o conjunto trabalhe na temperatura ideal de funcionamento e por minimizar o atrito entre os componentes metálicos internos do propulsor.

Só que é preciso fazer a sua parte. Seguir corretamente os prazos de troca de óleo é fundamental para que seu motor dure mais, trabalhe melhor e beba menos. O que significará também uma boa economia com eventuais reparos emergenciais. 

Via de regra, os automóveis de passeio com motores ciclo Otto ou Atkinson demandam a substituição do lubrificante a cada 10 mil km. A troca, inclusive, está prevista nas revisões obrigatórias dentro da garantia dos modelos 0 km – geralmente acompanhadas da mudança do filtro de óleo.

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Passada a cobertura de fábrica, é fundamental manter os intervalos de troca do óleo previstos pela montadora. Reduza esses prazos entre 20% e 30% caso você faça uso severo do veículo: só roda em trajetos curtos e rápidos muitas vezes ao dia, ou majoritariamente em estradas de terra ou em áreas de mineração. E troque o filtro junto.

E tão fundamental quanto respeitar o prazo de troca deste importante fluido do carro é obedecer o óleo recomendado pelo fabricante. Os motores e os automóveis foram projetados para rodar com lubrificantes dentro de propriedades específicas.

Estas propriedades dizem respeito principalmente ao tipo – mineral, semissintético ou sintético – e ao índice de viscosidade. São tais características que garantem a fluidez do óleo dentro daquele motor, a movimentação das peças internas, a rapidez com que o produto percorre o conjunto e atinge suas partes mais altas e a formação da película protetora que vai evitar o “metal com metal”.

Colocar óleo com densidade, classificações ou origens diferentes das recomendadas pela montadora pode acarretar em uma série de problemas. Desde formação de borra e aumento do consumo de combustível, até a quebra do motor, o que vai exigir uma retífica bem mais cara que aquele litro de lubrificante original.

Fluidos do carro: Óleo da transmissão

Outro entre os fluidos do carro dos mais importantes. A grande diferença é que o óleo da caixa geralmente demanda prazos de troca bem mais dilatados – tem até fabricante que diz que o produto dura 240 mil km. Mesmo assim, é sempre bom ficar de olho.

Então, siga as recomendações que constam no Manual do Proprietário sobre substituição do fluido da transmissão. Se o livrinho do seu modelo não indica, não custa nada checar a cada 20 mil km. Isso porque muitos carros importados não recomendam a troca, porém, os carros foram projetados para outras realidades, bem diferentes das nossas variações loucas de temperatura ou de nossas estradas muitas vezes não pavimentadas.

No caso do câmbio, em caso de troca, também é imprescindível colocar produtos dentro das especificações recomendadas pela montadora. Lembre-se que este está entre os fluidos do carro mais sensíveis, já que, além de lubrificar, o óleo da transmissão realiza o trabalho hidráulico dos componentes internos.

Fluido do freio

Esse fluido do carro merece atenção especial porque sua vida útil é por tempo, e não necessariamente por quilometragem. Isso ocorre uma vez que a solução usada no sistema de frenagem absorve naturalmente água e umidade. Em média, a troca deve ser feita a cada cinco anos, mas existem montadoras que pedem a substituição a cada dois. Então, olho no Manual do Proprietário.

Inclusive, é preciso ficar ligado também nas especificações do óleo do freio do seu veículo. Esses fluidos do carro seguem uma classificação DOT (de Departament Of Transportation, o órgão de transportes dos EUA): 3, 4, 4+, 5 e 5,1 (estes últimos para modelos de competição).

Cada uma destas classificações define o ponto de ebulição da substância. Quando o óleo perde suas propriedades, há o risco de formação de bolhas em razão do calor liberado pelos freios, o que vai diminuir a eficiência de frenagem do carro, já que, quando o motorista pisar no pedal, o sistema vai comprimir água em vez do fluido.

Fluidos do carro: Líquido de arrefecimento

Aditivos no sistema de arrefecimento do motor não são empurroterapia. A água do radiador precisa desta substância para aumentar o seu ponto de ebulição e reduzir o ponto de congelamento. Ou seja: para que o conjunto esteja sempre na temperatura ideal. 

As trocas destes aditivos são recomendadas no manual, em média, a cada 30 mil km. Mais uma vez deve-se respeitar o tipo de produto que o fabricante indica no livrinho: inorgânico, orgânico e híbrido. A dica também é substituir toda a água do sistema, e sempre a desmineralizada – os minerais da água comum podem entupir o oxidar o radiador.

Observe que esse fluido do carro geralmente é vendido concentrado e deve ser misturado à água desmineralizada. Mas também existem soluções prontas, já diluídas.

Direção hidráulica 

Os sistemas com assistência elétrica dominam o mercado, mas ainda tem muito carro com direção hidráulica por aí. As verificações desses fluidos do carro devem ser feitas de acordo com o recomendado pela montadora, mas os prazos geralmente variam conforme a marca e o modelo – a cada 30 mil km ou a cada 40 mil km.

Jamais deixe o óleo da direção hidráulica baixar ou perder sua validade e se deteriorar. Isso pode estragar a bomba hidráulica, entupir a válvula anti-retorno do sistema e enrijecer o volante.

Diferencial

Ford Ranger fluidos do carro
Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Modelos com tração 4×4 são equipados com sistemas de bloqueio de diferencial que também demandam mais fluidos do carro. Aqui, as especificações e os intervalos de troca variam muito de fabricante para fabricante, e devem ser respeitadas rigorosamente.

Esses fluidos dos sistemas de bloqueio garantem a lubrificação correta das engrenagens. Atenção, pois em veículos com diferencial com escorregamento limitado (LSD), é preciso observar que o fluido tenha o sufixo “LS” – de Limited Slip. Óleo comum neste equipamento vai danificar o sistema.

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