Modelos topos de linha já custam o mesmo que sedãs de marcas de luxo
Por Fernando Miragaya
Os preços estão tão doidos no mercado brasileiro que não bastasse hatch compacto passar dos cinco dígitos, tem picape média que já ultrapassou da casa dos R$ 300 mil. Levantamento feito pela Mobiauto para o Autos Segredos revelou que de maior de 2021 a maio de 2022 o segmento teve aumentos de quase 30%.
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Com isso, muitas picapes médias ficam mais caras e já passam (com folgas) dos R$ 300 mil. Em algumas linhas, como Chevrolet S10, Ford Ranger e Mitsubishi S10, essas cifras ainda são exceções de modelos mais completos. Porém, custar acima desse valor já é realidade para a metade ou maioria da gama das demais rivais.
*preços coletados na terceira semana de junho de 2022 nos sites das fabricantes, válidos para todo o território nacional, exceto estados de SP, PB e Zona Franca de Manaus.
Chevrolet S10
A única opção da picape média da General Motors que passa dos R$ 300 mil é justamente a mais completa e voltada para os endinheirados do agronegócio. Por R$ 306.990, a S10 High Country traz faróis com lentes escurecidas, apliques no para-choque dianteiro, molduras nas caixas de rodas, estribos laterais, frisos cromados, santantônio e rodas aro 18” exclusivas.
Um detalhe curioso é que no lançamento, em 2015, a S10 High Country custava pouco mais de R$ 163 mil. Desde então, a linha passou por duas remodelações e a versão picapeira se manteve firme e forte, sempre com o motor 2.8 turbodiesel de 200 cv e 44,9 kgfm, câmbio automático de seis marchas e tração 4×4.
Mas em breve a High Country deve ganhar companhia dentro da marca entre as picapes médias que passaram dos R$ 300 mil. A variante esportiva Z71 recentemente lançada já custa a partir de R$ 283.890. No levantamento da Mobiauto, o reajuste médio da linha S10 no último ano ficou em 9,04%.
Ford Ranger
A Ranger é uma das poucas picapes médias que mantém versões de entrada e outras com cabine dupla e câmbio manual e/ou tração 4×2 por menos de R$ 230 mil – todas essas com o motor menos potente da linha, o 2.2 turbodiesel Duratorq de 160 cv. Porém, quando falamos do 3.2 de 200 cv as cifras mudam bastante,
As versões XLT 4×4 e a recém-lançada FX4, com apelo fora de estrada, os valores chegam a mais de R$ 298 mil, cada. Já a Limited, com toda a sorte de equipamentos, muitos cromados, padrão de revestimento elevado e itens de auxílio à condução (como controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão e farol alto automático) chega a R$ 321.090.
De maio do ano passado ao mesmo mês deste ano, a picape feita na Argentina teve variação média de preço na casa dos 11%.
Mitsubishi L200
O modelo da Mitsubishi feito em Catalão (GO) tem juma série de derivações – umas com desenho atualizado, outras com estilo antigo e outras com proposta mais robusta e para a labuta. A que interessa para nós é a mais “moderninha”, a Triton Sport com motor 2.4 turbodiesel com 190 cv de potência e 43,9 kgfm de torque.
A gama começa em R$ 267.556 na GLS de entrada, chega a R$ 292.349 na intermediária HPE e atinge R$ 322.308 na topo de linha HPE-S. Essa L200 Triton Sport mais completa vem com os itens de assistência ao motorista, como frenagem autônoma de emergência, sensor de ponto cego, aviso de saída de faixa e de tráfego cruzado, entre outros.
A gama L200 foi a que registrou o maior índice de aumento médio do segmento, de acordo com a Mobiauto. O reajuste foi de 29,28% nos últimos 12 meses.
Nissan Frontier
Remodelada recentemente, a Frontier já tem metade de seu portfólio entre picapes médias acima dos R$ 300 mil. E justamente as duas novas opções topo da linha 2023, a Platinum (que entrou no lugar da LE) e a PRO-4X, com design mais “esportivo” e “bandido”, e que têm o mesmo preço de tabela: R$ 317.790.
As duas, por sinal, são as únicas da família de picapes com o Safety Shield, o pacote de itens de segurança e de auxílio à direção, com frenagem autônoma, assistente ativo de faixa, sensor de ponto cego, entre outros. O motor é o biturbo de 190 cv e 45,9 kgfm com tração 4×4 e câmbio automático de sete marchas.
Pelo estudo da Mobiauto feito para o AS, o aumento médio na etiqueta da linha Frontier foi até “comedido”: 7,40%.
Toyota Hilux
Se formos separar as Hilux que não tem como foco venda direta e apenas trabalho, metade da linha também já passou dos R$ 300 mil. A começar pela versão SRX, que custa mais de R$ 325 mil, mas que, em relação à SRV (R$ 35 mil a menos) oferece poucas coisas a mair. De fato, ela ganha mesmo é assistente de pré-colisão com alerta sonoro e visual e frenagem automática.
Já a GR-S, relançada recentemente, tem preço ainda mais salgado, de R$ 354.790. A variante esportiva usa o mesmo mesmo motor 2.8, só que com a maior potência da linha da picape média feita na Argentina. São 224 cv de potência (20 cv a mais) e 55 kgfm de torque a 2.800 rpm, com câmbio automático de seis marchas, 4×4 e calibragem mais firme das molas e amortecedores diferentes para a versão – além dos apliques visuais.
A Hilux teve aumento médio de preços de 7,65% entre maio de 2021 e o mês passado.
Volkswagen Amarok
A picape média anda meio esquecida na prateleira da Volks e, com sorte, recebe uma nova geração daqui a dois anos no Mercosul. Enquanto isso, a maior parte da linha do modelo importado da Argentina também já passou dos R$ 300 mil e até mesmo a opção de entrada Comfortline está próxima, com etiqueta de R$ 294.060.
As versões mais completas Highline (R$ 310.750) e Extreme R$ 327.270 são as que trazem mais airbags (seis), banco do motorista com regulagem elétrica, câmera de ré, monitoramento da pressão dos pneus e retrovisores rebatíveis eletricamente. Mesmo acima dos R$ 300 mil, devem itens de auxílio ao motorista. O motor é o mesmo em toda a gama, que faz da Amarok a mais potente entre as médias: V6 biturbo de 258 cv.
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