Ford Ranger FX4 2023 é opção para aventureiros que não descartam o conforto. É equipada com tração integral e reduzida, mas não há itens de segurança autônoma. Leia o teste
Por Paulo Eduardo
A versão FX4 é variação da XLT com detalhes na cor preta fosca realçando o estilo. O brilhante em excesso desagrada e o fosco é mais elegante. Preto brilhante está presente em maçanetas, para-choque traseiro e retrovisores. Não há cromados.
A cor prata da carroceria na versão avaliada realça os detalhes em preto fosco presente na grade frontal, entrada de ar inferior, rodas, estribo, santantônio e moldura nas caixas de rodas.
A Ford Ranger FX4 2023 é equipada com motor turbodiesel 3.2 e câmbio automático de seis marchas com reduzida e blocagem de diferencial traseiro, a FX4 pode ter opcionalmente rodas aro 17 e pneus 265/65 de uso na terra. Os mesmos da versão Storm. Vem com pneus de uso misto 265/60 R18.
Incomoda na caçamba a falta de revestimento, que é acessório assim como a cobertura dela. O santantônio protege a cabine e o vidro traseiro. A tampa da caçamba é leve para abrir e fechar.
A cabine é sofisticada com apliques discretos em preto brilhante. Montagem e encaixes benfeitos com plástico duro no painel central e nos forros de porta. Toque macio somente onde há contato das mãos nos puxadores das portas.
Quadro de instrumentos tem duas telas digitais, enquanto o velocímetro centralizado é analógico. Tela multimídia de 8 polegadas do sistema SYNC é compatível com Android e Apple, mas navegação não é nativa.
Comandos de som e do ar-condicionado podem ser feitos também fora da tela por comandos. Ergonomia correta.
Cabine bem iluminada assim como todos os comandos com visualização noturna imediata. O senão são os comandos dos vidros recuados na porta do motorista. Banco do motorista tem regulagem longitudinal e do encosto elétricas. A lombar é manual. Forração em couro sofistica, mas como não há transpiração requer ar-condicionado ligado.
Assentos dianteiros estão no limite do apoio adequado às pernas. O do banco traseiro deveria ter um pouco mais de comprimento. Coluna de direção regulável somente em altura é pão-durismo em carro que custa cerca de R$ 300 mil. Falta a de distância.
Para-brisa com bom ângulo de inclinação facilita a visibilidade assim como os retrovisores enormes e a boa definição de imagem da câmera de ré.
Faróis com lâmpadas de LED iluminam muito bem tanto no facho baixo quanto no alto. Há regulagem elétrica de facho de farol em seis níveis e os auxiliares usam luz de halogênio.
Os limpadores e os lavadores do para-brisa são eficientes. Freios bem dimensionados param as mais de duas toneladas de peso em espaço segurança. Volante revestido corretamente com material rugoso tem boa pega, mas excesso de comandos complica a ergonomia.
O desempenho é satisfatório e há força suficiente para transpor obstáculos no fora de estrada. Retomada requer mais tempo, mas ultrapassa com segurança. O consumo médio de diesel registrado no computador de bordo foi de 6,1 km/h na cidade e de 10,5 km/l na estrada, com ar ligado.
As marchas são trocadas em rotação mais elevada na tecla S e somente nela há possibilidade de trocas manuais por meio da alavanca. O câmbio automático de seis marchas com conversor de torque tem trocas rápidas e ocorre redução com a diminuição de velocidade.
A grande altura do solo e os ângulos de ataque e saída ajudam a trafegar em caminhos ruins. Para travessia de trechos de água com até 80 centímetros de capacidade é preciso adquirir o snorkel, que é acessório.
O comportamento dinâmico é bom de maneira geral. A suspensão transfere as imperfeições do solo com intensidade para a cabine no asfalto e na terra. Desconforto é atenuado com carga na caçamba e ocupantes no banco traseiro.
A direção tem assistência elétrica e está bem calibrada em manobra e em velocidade mais alta. Diâmetro de giro de 12,2 centímetros é grande. Pelas dimensões, a picape se sai razoavelmente em manobra no espaço reduzido.
Há muitos itens de segurança, como os sete airbags (incluindo de joelho para o motorista) e o no sistema Advanced Track existem controles eletrônicos de estabilidade, tração, anticapotagem, de descida, assistente de partida em rampa, entre outros.
Porém, essa versão não contempla a importante frenagem automática de emergência e o aviso de saída de faixa com interferência no volante. Funções disponíveis somente na versão Limited, a topo de linha. Há controle automático de velocidade.
Entre os itens de conforto, destaque para o ar-condicionado digital de duas zonas, sensores de chuva e crepuscular. Há também o sistema de conectividade com comandos e informações remotas pelo celular.
O preço sugerido da Ford Ranger FX4 2023 é de R$ 291.990 e a pintura metálica, de R$ 1.900. A garantia é de cinco anos sem limite de quilometragem.
Ficha técnica Ford Ranger FX4 2023
Motor
De cinco cilindros em linha, longitudinal, turbodiesel, 3.198 cm³ de cilindrada, 200 cv de potência máxima a 3.000 rpm e torque máximo de 47,9 kgfm de 1.750 a 2.500 rpm
Transmissão
Tração 4×4 com reduzida, diferencial traseiro com blocagem, e câmbio automático de seis marchas
Direção
Tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica; diâmetro de giro, 12,2 metros
Freios
Disco ventilado na dianteira; tambor na traseira
Suspensão
Dianteira, independente, com barra estabilizadora; traseira, eixo rígido, com feixe de molas longitudinal; altura do solo, 23,2 centímetros
Rodas/pneus
8 x 18”, de liga leve/265/60 R18
Peso
2.247 kg
Carga útil (passageiros+ bagagem)
1.023 kg
Tanque
80 litros
Dimensões (metro)
Comprimento, 5,354; largura, 1,977; altura, 1,821; distância entre-eixos, 3,220
Capacidades
Ângulo de ataque/saída, 28 graus/26 graus; imersão, 80 centímetros
Desempenho
Velocidade máxima, 180 km/h; aceleração até 100 km/h, 11,6 segundos
Consumo (km/l)
Cidade, 8,4 ; estrada, 9,4
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