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Serviços que podem ser dispensados

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Veja como evitar a empurroterapia, a oferta de serviços automotivos que são dispensáveis para o seu carro

Por Fernando Miragaya

Mais tradicional do que Fla-Flu no Maracanã, pastel na feira ou especial do Roberto Carlos no fim do ano é a rotina de entrar em uma oficina e ser soterrado de sugestões de serviços. Obviamente não são todos os estabelecimentos que te empurram consertos desnecessários, mas muitas lojas ainda insistem na chamada “empurroterapia”.

Porém é possível se precaver dessa prática. Basta ficar atento ao próprio comportamento do carro para saber se tal “reparo” é mesmo necessário, ou é apenas a condenação prematura de um componente mecânico. Veja quais serviços são mais “empurrados” pelas oficinas:

Empurroterapia: Amortecedores

Se existisse um corredor da morte para condenados sem provas no universo mecânico, os amortecedores ocupariam boa parte das celas. A peça está entre as mais condenadas e sua troca desnecessária é uma das “empurroterapias” mais comuns.

Não que o componente possa durar mais de 50 mil km como algumas marcas costumam propagar, contudo, também não podem ser sacrificados a cada ida à oficina. Fique atento ao comportamento do carro no dia-a-dia para ver se os amortecedores estão gastos ou em fim de vida.

Em um quebra-molas/lombada ou valeta, depois de passar com o veículo um pouco mais rápido que o normal, observe se a parte de trás do carro “quica” ou sacoleja de forma excessiva.

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Outra sugestão é aquela clássica: com o modelo parado e estacionado, pressione a carroceria do carro para baixo, na altura das rodas e com força, e solte de forma repentina. Se continuar a oscilar para cima e para baixo mais de uma vez, pode ser amortecedor comprometido.

Na oficina, acompanhe a inspeção do mecânico com o carro no elevador para ver se peças como, bandejas, buchas e batentes necessitam de troca. “É possível observar visualmente se a bucha caiu ou se está para fora do componente, e se a bandeja está trincada ou amassada. No caso da mola, basta verificar se um anel do espiral está batendo no outro”, diz Edson Orikassa, vice-presidente da Associação de Engenharia Automotiva (AEA).

Alinhamento, balanceamento e cambagem

Esse parece um trio inseparável, mas um não depende do outro obrigatoriamente. O balanceamento, por exemplo, é sempre necessário quando você for trocar os pneus ou fazer um rodízio dos mesmos.

O alinhamento, contudo, não é obrigatório quando se repõe os pneus. Estes parâmetros da direção devem ser verificados conforme orientação do manual do carro – geralmente têm intervalos a cada 20 mil km. A cambagem é outra que deve ser inspecionada conforme orientação do fabricante.

Balanceamento é sempre importante ao mudar o pneu, porque um pneu não é que nem o outro. O alinhamento é bom verificar para te ajudar numa curva, pois se não estiver convergente, os pneus têm que ser levemente convergidos para dentro. Só que pode ser feito com menos frequência”, explica Orikassa.

Empurroterapia: Sistema injetor

A famosa “limpeza dos bicos injetores” é questionada por muitos engenheiros. Na verdade, o que se faz é uma estabilização e regulagem destas peças, mas é preciso que a oficina tenha um aparelho específico para este serviço.

Porém, este ajuste só é necessário quando os injetores estão realmente ruins. E isso é percebido no próprio comportamento do automóvel. Ou seja, se os bicos estão com problemas, o carro apresentará falhas nas acelerações ou uma luz no painel de instrumentos vai se acender.

Óleo lubrificante

Troca de óleo empurroterapia
Foto | Petronas/Divulgação

Via de regra, os fabricantes recomendam a troca de óleo a cada 10 mil km. A questão é o que as oficinas tentam empurrar juntamente com o lubrificante. Primeiro de tudo: jamais aceite produtos fora das especificações apontadas pela montadora no manual do proprietário.

Também é fácil ver se o óleo precisa mesmo ser trocado ou completado. Com o carro parado em local plano e com o motor desligado por, pelo menos, três minutos, puxe a vareta do compartimento do lubrificante, passe uma flanela seca, coloque a haste de novo e puxe-a em seguida.

Se o óleo estiver entre as marcações de mínimo e máximo, siga em frente. “Colocar óleo acima do nível é ruim para o processo de lubrificação. O motor tem mais dificuldade para dissipar o calor com este excesso de óleo, e acaba atuando sob temperaturas mais altas das quais foi projetado. Isso vai desgastar componentes e aumentar o consumo de combustível”, alerta o engenheiro.

E não caia no conto do aditivo. Os óleos já têm, em sua formulação, um pacote de aditivos que ajudam a manter o produto dentro das propriedades e que asseguram a perfeita lubrificação do sistema para aquele projeto de motor.

Empurroterapia: Sistema de arrefecimento

Já o aditivo na água é, sim, necessário. Mas é preciso estar atento. Não aceite água da torneira ou potável no sistema de arrefecimento. Como você já leu aqui no Autos Segredos, a água usada no radiador deve ser desmineralizada e o aditivo deve atender as especificações do fabricante e ser usado na proporção indicada no Manual.

A limpeza do radiador e do sistema de arrefecimento, por sua vez, só é necessária se você observar que a água está muito amarronzada e há sinais de ferrugem excessivos no líquido. Caso contrário, não aceite.

Fluidos

Fique atento também aos intervalos de troca de fluidos dos freios e da transmissão indicados no manual. Geralmente esses óleos não precisam ser trocados a cada revisão ou 10 mil km. Então, não aceite a substituição dessas substâncias antes do prazo informado – até porque o do freio absorve umidade, e mexer ali sem necessidade vai comprometer as propriedades do fluido.

Serviços

A lista de serviços oferecidos pelas concessionárias e oficinas com nomes pomposos é extensa. Desingripante, descarbonizante, motor clean, flushing limpa cárter… Tudo isso e muito mais é vendido como a oitava maravilha do reparo automotivo, mas é preciso se informar se são mesmos necessários.

Desta forma, só faça os serviços recomendados pelo fabricante. Lembre-se que o próprio Procon e o Código de Defesa do Consumidor prevêem que o cliente não é obrigado a ter um produto ou serviço que não solicitou ou que não está previsto nos requisitos de manutenção em contrato.

Informe-se

A primeira regra é ler atentamente o manual do proprietário e se informar corretamente dos intervalos de serviços que a montadora recomenda para que seu carro continue na garantia. “O manual é a principal fonte de informação sobre verificação, prazos e trocas de peças e serviços, que variam de fabricante para fabricante”, ressalta o vice-presidente da AEA.

Além disso, guarde todos recibos de serviços que você executou e também orçamentos solicitados. O cliente só deve aceitar serviços os quais contratou. Caso se sinta lesado, deve fazer uma queixa junto ao estabelecimento e depois em algum órgão de defesa do consumidor.

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