Rodar poucos quilômetros por dia é considerado uma condição severa, assim como rodar próximo a regiões de mineração ou com uso contínuo no fora-de-estrada
No mundo automotivo, onde cada quilômetro conta, há uma linha tênue entre a manutenção corriqueira e aquela mais cuidadosa, inerente à condição severa de uso de um veículo. Além disso, algumas atitudes tomadas por quem está atrás do volante podem acelerar o desgaste dos carros, levando a problemas mecânicos e desvalorização precoce.
De início, um quadro digno de observação é o mau hábito da condução agressiva. Ela é uma das principais preocupações entre especialistas automotivos e interfere diretamente na durabilidade do automóvel. Acelerações bruscas, frenagens repentinas e curvas em alta velocidade não apenas aumentam o risco de acidentes, mas também desgastam prematuramente os componentes do veículo, como freios, pneus e suspensão.
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Além disso, o ambiente em que um carro é conduzido desempenha um papel crucial em sua durabilidade. Condições climáticas extremas, tais como a exposição ao sal ou água salgada, bem como estradas não pavimentadas podem acelerar a corrosão e o desgaste geral do automóvel, mesmo nos veículos mais bem cuidados.
A falta de manutenção regular é outro fator que contribui para a condição severa dos carros. Trocas de óleo adiadas, filtros negligenciados e fluidos não substituídos podem resultar em danos internos no motor e na transmissão, levando a custosos reparos mecânicos. Além disso, a inobservância quando a procedimentos e especificações adequadas para veículos mais modernos aumentam ainda mais o ônus oriundo do uso acentuado dos carros.
“Quanto mais moderno o veículo, mais cuidado deve existir em certos procedimentos tidos como básicos. Desde a durabilidade das correias de sincronismo banhadas em óleo – bem como a especificação do lubrificante utilizado – até a atenção com os danos nas baterias no assoalho dos veículos híbridos, o cuidado com o automóvel atualmente antagoniza a probabilidade de longas jornadas em incômodos com demandas até então inexistentes”, salienta o engenheiro mecânico, Renato Passos.
Paralelamente, para aqueles que dependem de seus veículos para o trabalho, o uso comercial ou de trabalho pesado pode causar desgaste acelerado em várias partes do carro. Suspensões sobrecarregadas, motores e transmissão forçados, bem como freios constantemente acionados são apenas algumas das demandas que podem levar um veículo a uma condição severa em pouco tempo.
Portanto, enquanto a quilometragem é uma medida óbvia de uso, é importante considerar o contexto em que esses quilômetros foram acumulados. Uma prática de condução cuidadosa e uma manutenção regular podem prolongar a vida útil de um carro, enquanto o descuido e o abuso podem acelerar sua depreciação e torná-lo um problema em potencial para seu proprietário. Renato Passos finaliza com sua experiência cotidiana: “Meu veículo de uso pessoal está próximo de completar cem mil quilômetros rodados com a embreagem original. Isso se dá por ter um uso aproximado de 75% em rodovias. Talvez, em uso urbano com para-e-anda ou em demandas rurais, a durabilidade deste componente esperada seria a metade do que vejo em meu carro”.
Foto principal | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos
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