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As vantagens do câmbio automático

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Tem medo de carros sem pedal de embreagem? Veja aqui só alguns motivos para você dar um descanso merecido para o seu pé esquerdo

Por Fernando Miragaya

Volta e meia Autos Segredos noticia que determinado carro perdeu a versão com câmbio manual ou que tal modelo agora só é vendido com transmissão automática. É um movimento natural em um mercado onde metade dos veículos 0 km negociados já não tem mais o pedal da embreagem. Mesmo assim, muitos estereótipos ainda cercam esses tipos de veículos. Em contrapartida, são muitas as vantagens do câmbio automático.

Aquele papo de que carro com caixa automática dá mais problema ou bebe muito combustível é coisa do passado – mesmo. Além do mais, com o crescimento da oferta de modelos ATs, a valorização desses modelos no mercado de seminovos e usados fica cada vez mais forte. Fora o fato de que em alguns segmentos já é mandatório ter câmbio automático, o que pode transformar um determinado carro manual em um “sapato” na hora de vender.

Outro mito que cai por terra como muitos outros: modelos com “caixa mecânica” têm manutenção bem mais barata que seus pares com o sistema. Hoje em dia, os preços de revisões e de manutenção são algumas das muitas vantagens do câmbio automático. E olha que nem falamos do principal: o conforto que é rodar nos intermináveis engarrafamentos das grandes cidades sem ficar precisando pisar no pedal da esquerda o tempo todo.

Troller TX4 câmbio automático vantagens
Foto | Troller/Divulgação

Fator de compra

Uma das vantagens do câmbio automático é sua valorização a médio prazo. Se nos segmentos de hatches e sedãs compactos o equipamento ainda se populariza, em outras categorias é mandatório. Basta dar uma olhada nos mercados de sedãs médios e utilitários esportivos. As opções manuais, quando existem, se restringem às (poucas) versões de entrada dos modelos. 

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Isso, obviamente, já se reflete no setor de seminovos e usados. Modelos com transmissão automática, além de mais valorizados na revenda, têm melhor liquidez, especialmente nas duas categorias citadas. Segundo lojistas consultados pela reportagem em diferentes capitais do país, SUVs com caixa manual costumam demorar mais tempo para serem vendidos. Enquanto os ATs giram entre 15 a 25 dias – em média -, os “mecânicos” podem levar mais de um mês para serem negociados.

Mesmo em veículos consagrados como 0 km, com ótima reputação no segmento de usados e com fama de “fáceis de vender”, as versões manuais tendem a mofar um pouco mais nas agências. Modelos como Toyota Corolla e Honda Civic sem transmissão automática, além de raros, podem levar mais tempo na loja.

Corolla GR-S 2021 câmbio automático vantagens
Foto | Toyota/Divulgação

Vantagens do câmbio automático: desvalorização

O efeito é uma desvalorização maior dos manuais. Carro que gira devagar, perde valor de mercado. Seja na Tabela Fipe ou em preços médios cobrados em sites de compra e vendas de automóveis, o que se percebe é que uma das grandes vantagens do câmbio automático está na hora da revenda, já que o equipamento pode significar uma valorização até 20% maior na comparação com a mesma versão do carro, só que manual.

Autos Segredos fez um levantamento de preços médios de alguns modelos seminovos e usados no portal da Webmotors – um dos principais em compra e venda de carros do país – para mostrar essa diferença. E também pesquisou o preço de referência de mercado, segundo a Tabela Fipe, a mais usada como base no mercado. Os valores se referem a janeiro de 2020.

Preços médios

ModeloCâmbio ManualCâmbio Automático
Chevrolet Onix LT 1.4 2014R$ 31 mil a R$ 34 milR$ 36 mil a R$ 42 mil
Jeep Renegade Sport 1.8 Flex 2019R$ 70 mil a R$ 73 milR$ 73 mil a R$ 79 mil
Volkswagen T-Cross 1.0 TSI 2020R$ 81 mil a R$ 85 milR$ 86 mil a R$ 95 mil
Chevrolet Cruze LT 2014R$ 42 mil a R$ 46 milR$ 45 mil a R$ 52 mil
Honda HR-V LX 1.8 2017R$ 65 mil a R$ 73 milR$ 70 mil a R$ 78 mil
Toyota Corolla GLi 1.8 2015R$ 56 mil a R$ 63 milR$ 60 mil a R$ 66 mil
Hyundai HB20 Comfort Plus 1.6 2015R$ 34 mil a R$ 40 milR$ 38 mil a R$ 44 mil

Fipe

ModeloCâmbio ManualCâmbio Automático
Chevrolet Onix LT 1.4 2014R$ 32.450R$ 37.131
Jeep Renegade Sport 1.8 Flex 2019R$ 69.778R$ 71.940
Volkswagen T-Cross 1.0 TSI 2020R$ 79.475R$ 87.441
Chevrolet Cruze LT 2014R$ 45.139R$ 47.716
Honda HR-V LX 1.8 2017R$ 66.898R$ 71.528
Toyota Corolla GLi 1.8 2015R$ 59.138R$ 60.593
Hyundai HB20 Comfort Plus 1.6 2015R$ 37.333R$ 40.057

Reparem que, em muitos casos, na Tabela Fipe a diferença pode ser pouca, de 2%. Mas no mundo real das negociações de usados e seminovos, a distância chega a representar quase 20% e bons milhares de reais. Vale lembrar que a média dos anúncios pegou a faixa de valores mais praticada, e excluiu-se anúncios muito baratos ou muito acima da régua.

Outro dado que chamou a atenção nesse levantamento foi a baixa oferta de alguns modelos manuais. O T-Cross 2020 da pesquisa, por exemplo, só tinha 14 unidades anunciadas, enquanto o seu par automático registrava 165 modelos à venda. No HR-V 2017, eram só três discretas versões “mecânicas” e mais de 200 com o câmbio CVT. E o Corolla 2015 reunia apenas seis exemplares “comuns”, contra 78 unidades ATs.

T-Cross 200 TSI Comfortline câmbio automático vantagens
Foto | Volkswagen/Divulgação

Vantagens do câmbio automático: não bebe tão mais

Eu sou da época que meu pai falava que não via vantagens nos carros automáticos pois estes tinham consumo de combustível elevado. Acontece que os motores e transmissões evoluíram e ficaram mais modernos, ao mesmo tempo em que a indústria se viu obrigada a buscar mais eficiência para atender normas de emissões rígidas. Hoje, veículos com câmbio automático consomem quase o mesmo que seus similares manuais – em alguns casos, até menos.

Selecionamos seis modelos para ilustrar como a diferença de eficiência energética hoje é bastante mínima entre os modelos. Na estrada, inclusive, muitas vezes os ATs são tão ou mais econômicos. E em determinados casos, como o Yaris e o Fit, o CVT chega a ser mais eficiente até na cidade. Para tal, usamos como parâmetro as medições feitas pelo Inmetro para o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). A referência da tabela é 2020.

Consumo: modelos com transmissão manual*

ModeloEtanol (cidade)Etanol (estrada)Gasolina (cidade)Gasolina (estrada)
Volkswagen Virtus 1.6 MSI8,29,511,913,8
Toyota Yaris XL Live 1.38,410,012,114,2
Ford Ka SE Plus 1.58,810,512,414,8
Nissan Kicks S 1.67,89,011,113,0
Honda Fit LX 1.58,39,511,613,6
Peugeot 2008 Allure 1.67,68,410,811,6
*Em km/l

Consumo: modelos com câmbio automático*

ModeloEtanol (cidade)Etanol (estrada)Gasolina (cidade)Gasolina (estrada)
Volkswagen Virtus 1.6 MSI7,89,810,813,8
Toyota Yaris XL Live 1.39,09,913,114,2
Ford Ka SE Plus 1.58,49,911,714,5
Nissan Kicks S 1.67,79,411,413,7
Honda Fit LX 1.58,39,912,314,1
Peugeot 2008 Allure 1.67,38,710,512,8
*Em km/l

Vantagens do câmbio automático: não é tão caro de manter

Outro rótulo que colou no pobre do câmbio automático foi o de manutenção cara. Nos anos 1980, muitos clientes de VW Santana e Chevrolet Monza, para citar só alguns exemplos, corriam das versões ATs como o Diabo da cruz. Quando davam problema, as caixas cobravam uma conta salgada para pagar. Não surpreende que os modelos sem o pedal de embreagem eram peça rara, mesmo em linhas de sedãs médios e grandes fabricadas por aqui.

Mas, como dito, os sistemas de transmissão se aperfeiçoaram, assim como seus componentes e materiais. Porém, é necessário que se faça a manutenção e revisão correta da peça e do automóvel. Não existe milagre para carro que não é bem cuidado: vai dar problema, te deixar na mão e ainda comprometer teu orçamento. O conserto mais complexo de uma caixa automática pode custar de R$ 5 mil a R$ 10 mil. Por esta razão, a dica é, mesmo depois da garantia, verificar o conjunto a cada 10 mil km (ou menos).

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Para quem tem – ou quer comprar – um veículo 0 km, a boa notícia é que os modelos atuais têm preços de revisões muito próximos. Na Ford, por exemplo, as seis primeiras manutenções periódicas a cada 10 mil km custam o mesmo para os Ka manual ou automático, ou mesmo para a gama EcoSport, seja 1.5 manual, 1.5 AT ou 2.0 AT. A mesma regra se aplica ao carro mais vendido do país, o Chevrolet Onix, e também ao Hyundai HB20, que cobram o mesmo das versões comuns ou com caixa automática.

Mesmo o Volkswagen Gol, cuja versão automática usa um motor mais moderno, potente e econômico, o 1.6 16V EA211 – enquanto o manual vai de 1.6 8V EA111 -, tem custos de revisões parecidos. O AT cobra um pouco mais caro em algumas visitas, ao mesmo tempo em que é mais barato nas de 20.000 km e de 60.000 km (nesta, a diferença a favor do AT é de mais de R$ 300 no orçamento).

gol 2020
Foto | Volkswagen/Divulgação

Outra vantagem do câmbio automático é que tem muito carro novo cujas trocas de fluido da transmissão são muito mais espaçadas do que os 10.000 km usuais. Vamos além: existem muitos veículos que sequer pedem a troca do óleo da caixa. Voltando à Ford, é o caso do Ka, enquanto o EcoSport 1.5 pede a substituição a cada 50 mil km e o 2.0, a cada… 240 mil km!!! 

Peugeot, Citroën e Renault também dispensam as trocas de lubrificante do câmbio. A Hyundai só recomenda o serviço nas linhas HB20 e Creta se o veículo for usado sob condições severas, e mesmo assim lá pelos 80 mil km. Na Honda, os modelos com transmissão do tipo CVT de Fit, City e HR-V devem efetuar a troca do óleo da transmissão a cada 40 mil km. É o mesmo prazo pedido pela Caoa Chery para os modelos que usam o câmbio continuamente variável (Arrizo 5 e 6), enquanto a caixa de dupla embreagem DCT do Tiggo 7 está livre da manutenção.

Já os automatizados…

Aqui vai um alerta, porque os automatizados – especialmente os de embreagem simples – não seguem as mesmas vantagens dos câmbios automáticos. Lembram daquelas transmissões Easytronic, i-Motion, Easy’R e cia? Pois é, eram caixas que tinham o funcionamento básico do câmbio manual, só que sem o pedal de embreagem, já que esta era acionada por um robozinho – daí o nome robotizadas.

A Fiat só deu fim à transmissão Dualogic (no fim, GSR) recentemente, enquanto os demais fabricantes acabaram com essas versões automatizadas que, apesar de mais baratas do que uma caixa automática convencional, gozaram de má fama no pós-venda. Além dos trancos indesejáveis, problemas no câmbio começaram a ser recorrentes e até surgiram oficinas especializadas na conversão dessas transmissões para manual. Nem mesmo a Powershift, de dupla embreagem da Ford, escapou de problemas – teve recall para os modelos.

câmbio Dualogic
Foto | Fiat/ Divulgação

O reflexo disso se vê no mercado de seminovos. Muitas versões com câmbios automatizados custam o mesmo ou menos que seus pares com caixa manual convencional. Até mesmo na Tabela Fipe isso fica evidente. Um Volkswagen Fox Comfortline 1.6 i-Motion 2016 tem preço referência de R$ 37.854, enquanto a mesma configuração do mesmo ano tem valor de R$ 38.785. Sem falar no encalhe. Tem lojista que reclama de Fiesta Powershift há quase dois meses pegando poeira na loja…

Sem medo do conforto

Portanto, se você é daqueles que pega trânsito pesado todos os dias, considere optar por um carro AT. Como você viu, são muitas as vantagens do câmbio automático e aqui mesmo no Autos Segredos você pode conferir as dicas de como dirigir um veículo deste tipo.

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