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Acelerador eletrônico não é mais nenhum bicho-papão

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Sistema hoje equipa 98% dos carros vendidos no país e garante mais eficiência dos motores

Por Fernando Miragaya

Lembra quando o acelerador eletrônico foi lançado? Era um tal de gente reclamar das respostas mais lentas do motor. Porém, atualmente, conta-se nos dedos os carros vendidos no Brasil que ainda se valem do velho sistema por cabos. Ou seja, não tem para onde correr. A boa notícia é que o dispositivo evoluiu bastante.

A indústria correu para o acelerador eletrônico, ou drive-by-wire, também por necessidade. O sistema é um dos aliados na busca por motores mais eficientes e menos poluentes. Contudo, além de ajudar no consumo de combustível, o equipamento também oferece mais conforto para o motorista.

Os sistemas eletrônicos, obviamente, têm um custo maior, quando necessário um conserto no corpo de borboletas, por exemplo. No entanto, para quem faz manutenção preventiva e correta do veículo, dificilmente terá problemas com esse conjunto responsável pela aceleração.

Qual a diferença do acelerador eletrônico?

Os carros mais antigos usavam o sistema convencional, no qual, ao se pisar no pedal da direita, um cabo é acionado. Esse cabo é o responsável por abrir o corpo de borboletas e, desta forma, permitir a admissão de ar do motor. Essa abertura era imediata – porém, não obrigatoriamente estava no nível mais adequado para a condição do motor naquele momento. 

Surgiu, então, o acelerador eletrônico. Foi protagonista de peça publicitária de muito carro nos anos 1990 – lembram do Chevrolet Corsa com “drive-be-wire”? Nesse sistema não existe o cabo. A “conexão” entre o pedal e o corpo de borboletas começa por um dispositivo chamado potenciômetro.

É ele que capta o movimento sobre o pedal e o transmite para a CPU do automóvel. As borboletas, então, se abrem ou fecham na medida exata, com base em uma varredura de informações: a intensidade com que o motorista pisa e solta o acelerador, a rotação do motor, a temperatura e a velocidade do carro. 

Essa exatidão no funcionamento das borboletas é o que garante mais eficiência do acelerador eletrônico em relação ao equipamento por cabo. Além disso, segundo especialistas, o item promete mais suavidade e controle nas acelerações, minimização dos trancos e das vibrações vindas do motor e maior controle da marcha lenta.

Acelerador eletrônico
Foto | Marlos Ney Vidal/ Autos Segredos

Porém, nem sempre a resposta do motor é tão imediata. E você vai saber porque mais adiante.

“As vantagens do acelerador eletrônico estão relacionadas a emissões de poluentes, consumo de combustível, conforto e segurança para o motorista. As respostas variam de acordo com cada programação feita pelo fabricante, porém, na maioria das vezes, ele entrega uma resposta mais lenta que os aceleradores mecânicos”, resume o professor Rafael Serralvo, do departamento de Engenharia Mecânica da FEI.

A manutenção do acelerador eletrônico é muito mais cara?

Sim, acelerador eletrônico tem um sistema mais complexo, robusto e caro. O corpo de borboletas deste sistema pode custar de duas a três vezes mais que o do dispositivo mecânico

Mas, com aquela manutenção preventiva do carro como um todo, dificilmente você terá problemas. A durabilidade do sistema normalmente acompanha a vida útil do veículo, principalmente nos carros mais modernos. 

Como é a manutenção?

Não existe uma manutenção específica para o acelerador eletrônico. O que o dono do veículo precisa estar atento é quanto à limpeza. E isso vale tanto para carros com esse tipo de sistema, quanto para os com o equipamento mecânico.

“Existe o sistema de blow-by, que é a ventilação dos vapores do óleo do motor e que precisam voltar para o sistema de admissão. Muitas vezes eles contaminam esses aceleradores e, nesse caso, é necessário realizar essa limpeza, ou em oficina especializada, ou com produtos especiais”, explica Serralvo.

Acelerador eletrônico
Foto | Marlos Ney Vidal/ Autos Segredos

Não é mais tão complexo também

Segundo o professor Serralvo, no início, era comum alguns problemas em relação à durabilidade dos aceleradores eletrônicos, tanto na parte eletrônica, quanto na parte mecânica – existem engrenagens para fazer o acionamento, mesmo que eletrônico.

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“Entretanto, muita evolução aconteceu nos últimos anos, com novos tipos de materiais e também até mesmo a tecnologia dos motores elétricos, que passaram a ser brushless, ou sem escovas. Isso aumentou bastante a durabilidade e eliminou de vez qualquer tipo de manutenção”, ressalta. 

Algum cuidado especial?

Aquele hábito de lavar o motor, sempre condenado por mecânicos e engenheiros, novamente pode ser o vilão neste tema. Apesar de projetado para resistir à água, deve-se evitar molhar o componente.

“O sistema foi desenhado para que o motorista não precise se preocupar com nada, portanto os engenheiros cuidaram da estratégia para que o motorista receba os maiores benefícios desse sistema”, diz o professor de engenharia da FEI.

Mas o acelerador eletrônico tem delay…

Saudade de pisar no pedal da direita e a borboleta abrir até o talo para acelerar com força, né meu filho? Pois é, mas o acelerador eletrônico tem uma certa letargia nas respostas justamente para entregar o que promete: eficiência e mais conforto no rodar.

“As acelerações bruscas têm como consequência maior consumo de combustível e emissões dos gases nocivos ao efeito estufa, portanto os fabricantes têm um compromisso com meio ambiente e fazem toda a calibração do sistema para minimizar esses danos”, pondera Rafael Serralvo. 

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