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Tudo sobre o Gol, o usado mais vendido de 2022

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Prestes a ter sua trajetória de mais de 40 anos encerrada, hatch da Volkswagen lidera com folgas no mercado de segunda mão

Por Fernando Miragaya

Ele é o carro de maior sucesso da história da indústria automotiva brasileira. Tal reinado até arrefeceu nos últimos anos, mas se não tem mais o clamor popular que o fez ser o líder inquestionável por quase três décadas, sua legião de súditos se mostra até maior e fiel no mercado de segunda mão. É neste segmento – que vive na gangorra do mercado – onde o Volkswagen Gol se mostra inabalável como o usado mais vendido de 2022.

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Nos sete meses do ano, o Gol já soma quase 400 mil negociações entre seminovos, usados e “velhinhos”. Para ser mais exato, de janeiro a julho de 2022, o hatch compacto da Volks anotou 395.086 unidades comercializadas no mercado de segunda mão, segundo dados da Fenabrave, a entidade que reúne as concessionárias do país.

Claro que isso é reflexo da liderança absoluta do carro durante anos e anos no Brasil. Embasado pela confiabilidade mecânica e fama de robustez que sempre acompanhou o modelo em 42 anos de história. Conheça agora esse e outros fatos sobre o Gol, o carro usado mais vendido do país em 2022.

O início do Gol, o usado mais vendido em 2022

Imagine você ser um projetista da Volkswagen em meados dos anos 1970 e seu chefe mandar você bolar um sucessor para o Fusca. Pois é, foi mais ou menos essa tarefa ingrata que um time da montadora alemã recebeu naquela época. 

Pior, a matriz alemã pressionava por um projeto europeu, depois de fracassos recentes locais – leia-se SP2 e TL. Porém, o então diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da VW brasileira, Phillip Schmidt, bateu o pé e iniciou o projeto BX na primeira metade de 1976. Mal sabiam (ele e a turma do Brasil) que nascia ali o carro que superaria o Fusca e se tornaria o maior sucesso do mercado brasileiro de todos os tempos.

Baseado no Polo europeu da época, o primeiro protótipo do Gol foi finalizado em dezembro de 1977. O desenho quadradinho foi inspirado no Scirocco, o cupê esportivo da marca alemã que era comercializado na Europa.

O carro que entraria para a história da indústria automotiva foi lançado oficialmente no dia 15 de maio de 1980. Produzido em Taubaté (SP), nasceu com apenas duas versões (L e LS) e o motor longitudinal 1.3 boxer com quatro cilindros contrapostos, 47 cv e câmbio manual de quatro marchas – conjunto herdado do Fusca (falaremos mais a seguir). 

Contudo, já usava soluções mais modernas do Passat, como freios dianteiros a disco e direção do tipo pinhão e cremalheira. Daí em diante, o resto é história, com muitas mudanças, motores e versões que vamos destrinchar em seus aspectos principais.

Todas as fases do Gol

Para se manter no mercado, não dava para ser que nem o Fusca. O Gol, claro, teve que passar por reestilizações e mudanças de geração para garantir as vendas e o posto de carro mais vendido do país. Veja a linha do tempo com as principais mudanças em projeto e design:

  • 1984 – Versão LS ganha frente diferente em relação ao restante da gama
  • 1987 – Primeira reestilização com adoção de faróis retangulares, lanternas traseiras maiores e para-choques envolventes
  • 1988 – Ganha painel e retrovisores do Santana
  • 1991 – Face-lift discreto com faróis levemente arredondados e mudanças nas seções das lanternas
  • 1994 – Segunda geração, com a mesma plataforma “esticada” e design mais arredondado, que resultou no apelido Gol Bolinha
  • 1998 – O hatch estreia sua configuração quatro portas
  • 1999 – Remodelação profunda na chamada Geração 3, mas mantém a arquitetura e adota cortes mais definidos na carroceria e no conjunto óptico
  • 2003 – Para-choques são redesenhados
  • 2005 – Nova reestilização, com mudanças nos faróis, nas lanternas e no painel, na fase chamada de Geração 4
  • 2008 – Terceira geração de fato com uso da plataforma do Fox
  • 2012 – Reestilização do Gol com frente parecida com a do Fox e design mais horizontalizado, chamado de Geração 6
  • 2016 – Mais uma remodelação com para-choque mais envolvente, grade frontal maior, faróis de neblina circulares e mudanças nos projetores das luzes principais, na fase batizada de G7
VW Gol Rallye 2014 é o  o usado mais vendido de 2022
Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos – Vendidos desde 1980, o VW Gol segue com o usado mais vendido em 2022

Motores

O que não falta ao Gol é motor. O modelo começou lá em 1980 com o 1.3 refrigerado a ar do Fusca, que gerava 47 cv, sempre aliado ao câmbio de quatro marchas. No ano seguinte o mesmo motor passou a beber etanol, porém, além da taxa de compressão elevada, adotou carburador duplo.

Mesmo assim, os primeiros anos foram difíceis para o Gol justamente devido ao desempenho dos motores, que logo lhe renderam o apelido de “chaleira”. Um ano depois o compacto passou a usar o 1.6 do Brasília, também de dupla carburação, refrigerado a ar e com 66 cv de potência. 

Depois o motor MD270 passou a ter arrefecimento a água até ser substituído pelo até hoje cultuado AP. Aqui, teremos de recorrer mais uma vez a uma linha do tempo para resumir todos os conjuntos mecânicos que o Gol experimentou em mais de quatro décadas.

  • 1980 – Motor 1.3 refrigerado a ar de 47 cv
  • 1981 – Motor 1.6 refrigerado a ar de 66 cv
  • 1984 – Motor 1.8 de 99 cv MD280 na versão GT, motor 1.6 com refrigeração a água – arrefecimento a ar só na versão BX
  • 1985 – Entra em cena o AP 1600 e versão GT mantém o 1.8, mas agora com câmbio de cinco marchas
  • 1988 – Motor 2.0 com injeção eletrônica e 125 cv no GTi
  • 1990 – Com a Autolatina, Gol passa a usar os motores 1.6 AE da Ford
  • 1992 – Linha do hatch ganha carburador eletrônico e catalisador
  • 1993 – Estreia do motor 1.0 (50 cv) no compacto de olho no desconto do IPI
  • 1994 – Segunda geração passa a ter injeção eletrônica em toda a linha
  • 1996 – Gol GTi passa a gerar 141 cv com motor 2.0 16V
  • 1997 – Hatch estreia motor 1.0 16V de 69 cv e outras opções recebem injeção eletrônica multiponto
  • 2000 – Nasce o primeiro Gol Turbo, com propulsor 1.0 16V de 112 cv
  • 2001 – Motor 1.0 8V de 65 cv
  • 2002 – Gol volta a ter motor 1.6 AP
  • 2003 – Primeiro carro de produção vendido com motor flex: 1.6 de 99/97 cv
  • 2005 – Motor 1.8 flex gera 106/103 cv de potência, Gol City recebe 1.0 EA111 do Fox, com 68/65 cv, depois 71/68 cv
  • 2010 – Motor 1.0 tem potência aumentada para 76/72 cv
  • 2015 – Versão aventureira Rallye estreia opção 1.6 16V de 120/110 cv da família EA211
  • 2016 – Modelos de entrada adotam o 1.0 três-cilindros do Up! com 82/75 cv
  • 2018 – Gol ganha opção de câmbio automático de seis marchas com o motor 1.6 16V

Pioneirismos

O Gol pode se orgulhar de ter sido pioneiro em alguns aspectos no mercado automotivo. O mais lembrado, por exemplo, é o posto de ter sido o primeiro carro de produção no país a adotar injeção eletrônica. Justamente em uma das suas versões mais icônicas, a GTi, lançada em 1988.

Em 2003, o Gol saiu na frente outra vez. Foi o primeiro veículo de produção do país a ser vendido com motor flexível, que podia beber etanol. gasolina ou a mistura dos dois. 

Na ocasião, um fato curioso: a Fiat apresentou um Palio com propulsor também que aceitava os dois combustíveis alguns dias antes para dizer que foi o primeiro flex do país. Só que o carro não existia na concessionária. 

Na verdade, a marca italiana só apresentou dois pré-séries com o motor para a imprensa, enquanto o Gol começou a ser vendido nas lojas semanas depois.

Versões inesquecíveis

Em 1987, na carona da primeira reestlização, o hatch da Volks estreou uma das suas variantes mais famosas e nervosas. O Gol GTS carregou a remodelação da linha, mas caprichou nos itens de diferenciação. Com frente 5 cm mais baixa, tinha faróis maiores iguais aos da dupla Voyage e Parati.

Ainda na dianteira, além dos faróis de neblina, ostentava as luzes de longo alcance redondas (para a galera old school, os faróis de milha) instaladas no para-choque, à frente da grade frontal. Rodas exclusivas “pingo d’água” e as molduras na parte inferior das laterais eram outros destaques. Na traseira, um indefectível spoiler destacado.

Na cabine, bancos esportivos Recaro com faixas degradês em tons de cinza e o volante quatro bolas do Santana. Ar-condicionado e rádio toca-fitas eram opcionais. No ano seguinte, o Gol GTS ainda ganhou painel de instrumentos do Fox (o Voyage que era exportado para os EUA) e manopla do câmbio que remetia a uma bola de golfe, referência ao então Golf de segunda geração.

Do hatch médio, por sinal, vinha o motor 1.8 com comando de válvulas que equipava o Golf GTi europeu. No Gol, a potência anunciada pela Volks era de 99 cv, mas comentam que o bicho gerava mais de 105 cv. Nas revistas especializadas da época, as acelerações de 0 a 100 km/h sempre apontavam tempos menores que 11 segundos.

Outra versão esportiva e emblemática do Gol conviveu com a GTS. Foi a GTi, que levou o hatch compacto a ser o primeiro veículo nacional com injeção eletrônica de combustível – no caso, sistema Bosch LE-Jetronic. O motor 2.0 oferecia 120 cv de potência e torque máximo de 18,3 kgfm a 3.200 rpm.

Visualmente, também se destacava, a começar pela cor símbolo azul Mônaco. Recebeu apliques metálicos nos para-choques e detalhes na carroceria em tons prateados. As rodas eram as mesmas do Gol GTS, mas o GTi ainda se diferenciava pelas lanternas escurecidas, o aerofólio traseiro e a antena no teto.

Dentro, o mesmo volante quatro bolas e detalhes no acabamento em azul. Os bancos tinham encostos de cabeça vazados, enquanto o painel de instrumentos trazia grafismos vermelhos. A manopla do câmbio foi revestida de couro e o Gol mais esportivo de então foi equipado com rádio toca-fitas Bosch Rio de Janeiro, sonho de consumo da classe média.

O Gol GTi acompanhou as mudanças na linha ainda na primeira geração, e teve também vez na era Bolinha. Seu último ano foi em 2001, já na chamada “Geração 3”. Porém, o primeiro acaba sendo o mais lembrado (e o mais valorizado e vendido) entre os usados.

Futebol e… 

O nome não poderia ser mais propício para o Gol ter inúmeras séries em alusão ao futebol e também a outros esportes. A primeira edição com a referência foi justamente no traumatizante Mundial de 82, disputado na Espanha: o Gol Copa teve 3 mil unidades naquele ano e o nome foi repetido em 1994, ano do tetra nos EUA, só que com o dobro de carros produzidos.

Em 2002, antes da Copa da África do Sul, a Volks optou por não pontuar as séries e batizou uma edição limitada de Sport. Foi vendido na cor amarelo Solar e outras sete opções e era oferecido com ar-condicionado, direção hidráulica, faróis de neblina e CD player. O motor era o 1.0 16V.

O Gol com sobrenome Copa foi ressuscitado em 2006. A edição foi limitada em 16 mil unidades, com motores 1.0 e 1.6 da família EA111. Trazia rodas de liga leve, grade dianteira e spoiler traseiro escurecidos, logo “Copa” na tampa do porta-malas e no bordado dos encostos, banco do motorista com ajuste de altura, desembaçador traseiro, conta-giros e porta-copos – as opções 1.6 ainda recebiam faróis de neblina e direção assistida.

Na primeira metade dos anos 2010 a Volks tornou-se patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em 2013, às vésperas do Mundial do Brasil (e do fatídico 7 a 1), a marca alemã lançou a série Seleção para sua linha de compactos: Gol, Voyage e Fox. No total, foram 20 mil unidades, com motores 1.0 e 1.6 e até a famigerada transmissão i-Motion.

A série especial tinha escudo da CBF nos para-lamas e o nome da edição na tampa do porta-malas. Rodas de liga-leve aro 14”, capas dos retrovisores em preto brilhante, faróis com lentes escurecidas e pedaleiras cromadas eram os destaques estéticos. Os bancos tinham revestimento em alusão a bolas de futebol.

O Gol Seleção tinha como itens de série trio elétrico, direção hidráulica, retrovisores elétricos com função “tilt-down” e sistema de som com CD player, leitor de MP3, Bluetooth e entradas auxiliar e USB.

O compacto da Volks ainda teve séries em homenagem aos Jogos Olímpicos. Em 1996, foi o Gol Atlanta, da fase “Bolinha” e oferecido com motores 1.6 e 1.8. Destaque para os adesivos nas cores da bandeira estadunidense e para os equipamentos, que incluíam faróis com refletores duplos. ar, direção hidráulica e volante esportivo de três raios da versão GTi. 

Em 2000, mais uma vez para não datar demais o evento esportivo, surgiu a Série Ouro em alusão às Olimpíadas de Sidney. Já na chamada era G3, a edição limitada foi equipada com motor 1.0 16V e acelerador eletrônico. No desenho, vidros escurecidos, spoiler traseiro com brake-light embutido, faróis com refletores duplos e antena no teto.

Direção assistida, volante esportivo, regulagens de altura dos cintos de segurança e do banco do motorista, além de limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro, faziam parte do recheio.

…música!

Não falta ao Gol também uma associação com o universo musical. A primeira série bacana nesse sentido foi a Rolling Stones, em 1996. O gancho foi a sequência de apresentações que a icônica banda britânica fez no festival “Hollywood Rock”, no Rio e em São Paulo.

Baseada na versão CLI com motor 1.6 AP do Gol Bolinha e com 12 mil unidades, o hatch exibia o símbolo da turnê “Voodoo Lounge” dos Stones. A propósito, o comprador da série ganhava de brinde a fita cassete (!!!) do álbum de mesmo nome do grupo.

O melhor brinde, porém, foi reservado para uma outra série para lá de exclusiva em 2010. Não era uma edição musical propriamente dita, mas sim em homenagem ao 30º aniversário do hatch, tanto que foram apenas 30 unidades do Gol Vintage com numeração no painel, pintura especial branca com faixa preta no capô e na tampa traseira, teto escurecido e rodas brancas.

O Gol Vintage foi vendido para este seleto público juntamente com uma guitarra Tagima personalizada para a VW. Detalhe que o instrumento tinha um sistema de pré-amplificação interno que possibilitava a conexão (por entrada especial) com o equipamento de som do carro. Isso aí, você podia fazer uns solos a bordo.

Logo depois foi a vez de o Gol estrear a sua primeira edição Rock in Rio. Patrocinadora do festival, a Volks fez uma tiragem de 900 unidades para o Gol com motor 1.0 – teve uma leva de 300 carros para o Fox também. A série foi negociada nas cores azul, vermelho e branco (tons oficiais do evento) e com colunas centrais em tom preto fosco, friso cromado no para-choque e faróis e lanternas com lentes escurecidas.

Por dentro, a silhueta de uma guitarra azul nas laterais do encosto dos bancos, volante do Passat CC, detalhes vermelhos e acabamento escurecido. O Gol Rock in Rio também tinha soleiras de alumínio com a marca do festival, além de som com CD player, quatro alto-falantes, dois tweeters, Bluetooth, MP3, USB e entradas SDcard e para iPod.

O Gol Rock in Rio foi repetido em 2015, mais uma vez em uma série partilhada com o Fox. No caso do hatch tema da reportagem, a edição foi baseada na Comfortline 1.0 e trouxe faixas adesivas laterais, capas dos retrovisores prateadas e com repetidores de seta integrados, rodas aro 15”, pedaleiras cromadas, sensor de ré e volante multifuncional revestido de couro com costuras vermelhas.

As crias

Voltemos a falar do início do Projeto BX. Criado o Gol, a filial brasileira da Volkswagen também tinha missões de fazer a família crescer. Em 1981, exatamente um ano após a chegada do hatch, foi lançado o Voyage. O sedã compacto usou o motor 1.5 resfriado a água do Passat, com 65 cv de potência.

Além do propulsor e do porta-malas, se distinguia do Gol pelo posicionamento das setas dianteiras: vinham ao lado dos faróis, em vez de posicionadas no para-choque como no hatch. Também tinha uma versão mais requintada na linha, chamada GLS.

Na sequência surgiu a Parati. A station-wagon compacta se valeu do mesmo conjunto mecânico do Voyage ao ser lançada em 1982. Naquele ano, a Volks ainda lançou o quarto membro do Projeto BX: a Saveiro, picape com o motor 1.6 que o Gol havia acabado de receber e com capacidade de carga de 570 kg.

Quase todos os integrantes da família seguiram as gerações e remodelações do Gol na mesma sequência. Exceção à regra foi o Voyage, que não teve a segunda geração baseada no Bolinha. A Volks achou que o argentino Polo Classic faria as honras da casa, o que se revelou um grande erro estratégico.

O Polo Sedan brasileiro (lançado em 2002) também não conseguiu ocupar o lugar, por ser um projeto mais caro e até refinado para o segmento de compactos. Ou seja: a Volks entregou o segmento de sedãs de entrada de bandeja para a General Motors (a Chevrolet chegou a ter três sedãs compactos diferentes nos anos 2010) e para a Fiat. O Voyage só voltou baseado na terceira geração do Gol, em 2009, mas já defasado em termos de conceito de espaço e porta-malas dentro da categoria.

Outra exceção foi a Parati. Sua última mudança foi no chamado G4 do Gol, em 2005. Manteve o mesmo desenho e plataforma, mesmo após a chegada do hatch de terceira geração, em 2008. Em um segmento que já dava sinais de declínio, saiu de linha em 2012 com mais de 920 mil unidades produzidas.

Vendas e liderança

Por falar em números, o Gol é o carro usado mais vendido do país, mas virou o líder de emplacamentos muito antes, lá em 1987. Foi o veículo mais comercializado do Brasil por 27 anos consecutivos, feito que dificilmente será batido por outro modelo.

Ao todo, são cerca de 6,5 milhões de carros entregues no Brasil e aproximadamente 8 milhões de unidades produzidas nestes 42 anos de existência. O Gol perdeu o trono em 2013, para o Fiat Palio e, depois, viu o Onix emplacar seis anos de liderança seguidos.

Mesmo assim, ainda tem força, principalmente porque atende muito ao segmento de vendas diretas, especialmente para locadoras de veículos. Em 2021, foi o sexto automóvel de passeio mais emplacado do país, de acordo com dados da Fenabrave, com mais de 66 mil unidades. 

Fechou julho deste ano com quase 12 mil unidades e o posto de carro mais vendido do mês – muito devido a encomendas de frotistas que estavam represadas pela falta de componentes na indústria. No acumulado de 2022, são mais de 35 mil unidades e a quarta colocação entre os automóveis de passeio, isso com uma única versão de acabamento.

VW Gol é o usado mais vendido de 2022

O compacto vai bem entre os 0 km, apesar de “véinho”, e vai melhor no segmento de segunda mão. De janeiro a julho já são quase 400 mil unidades negociadas, o que faz do Gol o usado mais vendido do país. A soma do acumulado é mais que o dobro do que Fiat Palio e Uno venderam juntos no mercado de usados em 2022 no segmento.

Veja os números de venda de usados em 2022, mês a mês, segundo a Fenabrave:

Julho

  • 1º Gol 64.906
  • 2º Palio 38.324
  • 3º Uno 37.636

Junho

  • 1º Gol 63.979
  • 2º Uno 37.083
  • 3º Palio 36.971

Maio

  • 1º Gol 63.500
  • 2º Palio 38.333
  • 3º Uno 36.814

Abril

  • 1º Gol 50.770
  • 2º Palio 30.278
  • 3º Uno 29.233

Março

  • 1º Gol 58.032
  • 2º Palio 34.798
  • 3º Uno 34.053

Fevereiro

  • 1º Gol 45.978
  • 2º Palio 27.413
  • 3º Uno 26.430

Janeiro

  • 1º Gol 47.921
  • 2º Palio 27.892
  • 3º Uno 26.439

O fim está próximo

As vendas em alta do Gol entre os 0 km é mais ou menos a Volkswagen limpando o tacho na unidade de Taubaté (SP). O Gol não ganhará segunda geração e dificilmente vai ver o sol raiar em 2023. A montadora prepara uma nova linha de compactos com porte de SUVs para ser a porta de entrada da marca a partir de 2024.

Até lá, o futuro Polo Track, que chegará no início de 2023 – com visual meio aventureiro e diferente do face-lift que a família sofrerá em setembro – fará as vezes de substituto do Gol. Conforme Autos Segredos antecipou com exclusividade, a VW já até prepara uma série limitada de despedida Last Edition para o seu maior sucesso comercial.

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