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Os melhores carros dos anos 1990

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Década que marcou a abertura aos importados trouxe avanços e desafios para o mercado automotivo brasileiro 

Por Fernando Miragaya

A década que apresentou ao mundo a internet, também foi um divisor de águas para o mercado automotivo brasileiro. Em 1990, o Governo reabriu o país à importação de vários produtos, principalmente carros, o que mudou as diretrizes do setor e trouxe melhores produtos.

De uma hora para a outra, o Brasil deixou de ter apenas veículos das “quatro grandes” montadoras e viu um sem número de marcas chegarem com modelos alinhados aos outros cantos do mundo. Claro que muitas empresas se mostraram apenas aventureiras, só que também recebemos melhores carros, o que, nos anos 1990, forçaram uma mudança das fabricantes já estabelecidas por aqui.

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Tanto que na sequência da série do Autos Segredos com os melhores carros de cada década, extrapolamos os 10 veículos que marcaram os anos 1990. Como sempre, ressaltamos que não estão aqui obrigatoriamente apenas os que mais venderam, mas também automóveis e picapes que foram emblemáticos e até hoje são lembrados. 

Importante frisar que adotamos uma licença poética para considerar a década de 1990 a 1999. E que também que só consideramos carros de passeio e veículos leves – picapes médias e furgões não entram – feitos no Brasil ou no Mercosul.

Chevrolet Corsa

Abrimos a lista dos melhores carros dos anos 1990 com o modelo que popularizou a injeção eletrônica no Brasil. Primeiro, foi lançado em 1994, apenas um ano após o projeto do compacto da Opel debutar na Europa. Além disso, se valia de arquitetura moderna para o segmento de modelos pequenos na época.

Mas o mais importante: o Corsa trouxe para a categoria de entrada do mercado a injeção eletrônica. Até então, o sistema, que tinha estreado no VW Gol GTI no Brasil, estava presente apenas em carros mais caros – dentro da General Motors, por exemplo, começou pelo Chevrolet Monza no inesquecível EF500.

A injeção eletrônica “popular” estava presente nos motores 1.0 de 50 cv e 1.4 de 60 cv do Corsa. As bossas provocaram uma demanda tão grande que o primeiro ano de um dos melhores carros dos anos 1990 foi marcado pelo deplorável ágio – era isso, ou esperar até três meses pelo compacto.

O Corsa logo tornou-se um dos mais vendidos do país e originou outros modelos emblemáticos: sedã, station-wagon e picape. O hatch ainda teve versões icônicas nos anos 1990 e um de seus melhores carros é, sem dúvida, o GSI, com motor 1.6 16V importado da Hungria de 106 cv.

Fiat Tempra

A enxurrada de importados fez a Fiat se mexer e sair da zona de conforto. Em 1992, a marca italiana estreou no segmento de médios, com o Tempra, apresentado um ano antes na Europa. Além de fazer frente aos “forasteiros”, a estratégia era agregar valor ao portfólio da marca italiana no Brasil.

Para tal, o Tempra trouxe várias inovações dentro da linha da fabricante. O sedã estreou o motor 2.0 com comando duplo de válvulas e 99 cv de potência. Três anos depois, o conjunto adotou injeção eletrônica no lugar dos dois carburadores e passou a gerar 105 cv.

Outra novidade do modelo era a adoção de suspensão independente do tipo McPherson também na traseira, jogo herdado do Alfa Romeo 164. Além disso, o carro daqui recebeu soldas extras na carroceria para suportar a buraqueira típica das ruas brasileiras. 

O design era outro destaque. O capô inclinado ajudava no bom coeficiente aerodinâmico de Cx 0,32 e a traseira alta passava a imagem de sofisticação. Em um tempo em que brasileiro ainda torcia o nariz para carro quatro portas, o Brasil foi o primeiro a ter uma variante duas portas para o Tempra.

O sedã médio ainda teve outras novidades naquela década. Em 1993, ganhou opção multiválvulas para o motor 2.0, o Tempra 16V, com 127 cv de potência. E em 1994 um dos melhores carros da linha nos anos 1990, o Tempra Turbo, com 165 cv e 26,5 kgfm a 3.000 rpm. Foi nesse tempo que também surgiu a perua SW, importada da Itália.

Volkswagen Gol Bolinha

O Gol já era um dos melhores carros e um sucesso nos anos 1990, mas com a concorrência modernizando seus produtos, a Volks teve de se mexer. Em 1994, lançou a segunda geração do seu compacto, apelidada de Bolinha devido à formas arredondadas da carroceria, tendência de então.

O motor AP 1.6 passou a vir com injeção eletrônica e 86 cv de potência iniciais (depois, foi para 81 cv devido à legislação ambiental vigente em meados dos anos 1990). Além das variantes “1.000” no embalo dos carros populares que surgiram em 1997 depois que o Gol quadrado saiu definitivamente de linha. 

Já a aguardada segunda geração do Gol GTI surgiu em 1996 e com números dignos da proposta esportiva. Nada menos que 145 cv do motor 2.0 16V, cujos cabeçotes herdados do Golf pediram um sobressalto charmoso no capô. 

Nos anos 1990, os melhores carros da linha Gol também surgiram na forma de séries especiais emblemáticas. Teve a Rolling Stones, a Atlanta e a Star. Isso sem falar que antes da virada para a reestilização do “G3” (1999), o hatch ainda estreou a configuração quatro portas e a variante 1000 passou a ter injeção eletrônica multiponto.

Chevrolet Vectra

A história de um dos melhores carros dos anos 1990 tem dois capítulos. Isso porque a General Motors começou a elevar o patamar de sua linha no Brasil com a chegada dos importados. Isso incluiu produzir um sedã médio-grande da Opel (que ainda era da montadora estadunidense) por aqui.

O primeiro Vectra nacional foi apresentado em 1993. Já era um carro ótimo, contudo, foi a segunda geração, lançada três anos mais tarde, que fez mais sucesso. Feito sobre a arquitetura GM2900, tinha 4,49 metros de comprimento e 2,64 metros de entre-eixos e seguia o elegante e arrojado design do modelo europeu.

Esse Vectra de segunda geração recebeu três opções de motores. O 2.0 8V Família II de 110 cv e 17,3 kgfm e sua variante 16V com 141 cv e 19,1 kgfm. Em 1999, o modelo recebeu um face-lift e o motor foi aumentado para 2.2, também 8V e 16V, com respectivos 123 cv e 138 cv e 19,4 kgfm e 20,7 kgfm.

Fiat Uno Mille

O primeiro carro popular de fato também pode ser considerado um dos melhores dos anos 1990. O Mille foi a opção do Uno que abriu a porteira para os chamados automóveis “mil cilindradas”, que se enquadravam no regime tributário diferenciado daqueles tempos.

O Uno Mille foi lançado em setembro de 1990 com proposta econômica não só no consumo, mas em todos os sentidos. O motor de 1.050 cm³ do 147 teve a capacidade volumétrica reduzida para 994 cm³ e passou a gerar 48 cv de potência.

O hatch era basicão para “honrar” o termo popular. Quinta marcha do câmbio manual, retrovisor do lado direito, encostos de cabeça e limpador do vidro traseiro foram limados do hatch de entrada, que imediatamente passou a alavancar as vendas da linha: 5 em cada 10 Unos vendidos eram Mille.

Para manter os complementos, a Fiat inventou outras variantes do Uno Mille, como Brio e Eletronic – que causava confusão no consumidor, pois mantinha o velho carburador, já que o “Eletronic” denominava ignição eletrônica. A injeção só surgiu no Mille em 1996.

Chevrolet Omega

Os anos 1990 foram muito bacanas, pois, além de produzir carros melhores, as fabricantes também faziam carros maiores. Pelo menos a General Motors, que lançou aqui seu automóvel mais requintado e luxuoso de então, o Omega.

Baseado em projeto da Opel e com design inspirado no Holden Commodore australiano (Holden era outra marca da GM), o três-volumes grande foi o sucessor do saudoso Opala. E deixou quase o mesmo nível de saudades. Estreou em 1992 para brigar de frente com os sedãs importados e equipados que desembarcaram por aqui 

Com 4,74 m de comprimento e 2,73 m entre-eixos, veio com o 2.0 de 116 cv. Mas as versões que piraram mesmo a cabeça dos apaixonados por carros eram as com o 3.0 de seis cilindros em linha e 165 cv que (propulsor importado da Alemanha). Com isso, foi um dos primeiros automóveis feitos por aqui a passar dos 200 km/h de velocidade máxima. 

Devido às queixas de custo alto de manutenção do 3.0, a GM ressuscitou o velho e emblemático motor 4.1 seis caveiras do Opala (168 cv) nas versões mais caras do Omega a partir de 1995. Já os sedãs básicos foram de 2.2 do Vectra, com 126 cv. O carro ainda originou a station-wagon Suprema, e os dois foram fabricados até 1998 – quatro anos depois de o modelo ser descontinuado no resto do mundo. 

Honda Civic

A história de um dos carros mais famosos do mundo e um dos melhores da Honda começa nos anos 1990 no Brasil, só que de forma importada. Foi em 1997 que o Civic ganhou cidadania brasileira em sua sexta geração e como primeiro produto da fábrica de Sumaré, no interior de São Paulo.

O sedã médio trouxe inovações interessantes para o mercado. Destaque para as barras de proteção laterais nas portas, o bloco e cabeçotes de alumínio do motor 1.6 16V e a suspensão traseira independente. Na motorização, 106 cv de potência, ou 127 cv com comando variável de válvulas nas versões mais caras.

O primeiro Civic nacional foi o automóvel que ajudou a construir a reputação de confiança e robustez que a Honda carrega até hoje. Antes do fim dos anos 1990, um dos melhores carros da história do país ainda teve tempo de uma reestilização de meia-vida.

Fiat Palio Weekend Adventure

O nobre leitor vai estranhar porque especificamente a variante aventureira da linha compacta. Antes de mais nada, sim, o Palio está entre os melhores carros dos anos 1990. Lançado em 1996, trouxe uma nova plataforma alinhada com a Europa e um rival para manter a disputa de vendas com o VW Gol.

Mas é a que station-wagon meio que pode ser considerada o primeiro crossover feito no país. A perua nasceu, de fato, em 1997, como Palio Weekend. Em 1999, a Fiat teve a sacada de criar a linha Adventure para o modelo, com uma solução que seria repetida à exaustão no mercado brasileiro.

A Palio Weekend pseudo-off-road tinha suspensão elevada, amortecedores reforçados e pneus de uso misto para misturar a versatilidade de uma perua familiar com a proposta “fora de estrada” – com muitas aspas. E abusava dos apliques jipeiros para passar justamente a imagem “Adventure”. 

Estribos laterais, quebra-mato na frente, molduras nos para-choques e nas caixas de rodas, faróis de milha, rodas exclusivas e bagageiro no teto estavam entre os diferenciais da Palio Adventure. Logo passou a responder por 50% das vendas da Weekend e virou uma linha de sucesso dentro da Fiat. Nos anos seguintes, Strada, Idea e até Doblò tiveram versões Adventure.

Volkswagen Golf

Não tem como não falar dos melhores carros dos anos 1990 e não lembrar do Golf. Referência de dinâmica e desempenho na linha global da Volkswagen, o hatch médio desembarcou aqui em 1995 em sua terceira geração e em duas versões, com origens diferentes: o com motor 1.8 vinha da Alemanha e o com 2.0, do México.

Mas antes da virada da década (e depois da icônica versão VR6, com motor 2.8 V6 de 174 cv), o modelo passou a ser produzido no Brasil. Feito sobre a mesma plataforma do Audi A3 brasileiro em São José dos Pinhais (PR), a partir de 1999, o Golf IV chegou para encarar o Chevrolet Astra, ganhou o carinhoso apelido de Sapão e fez história no mercado brasileiro.

As opções de motores eram as mesmas do Golf IV lançado meses antes e ainda importado da Alemanha. As versões de entrada usavam o motor 1.6 da família SR, com bloco de alumínio e comando variável de válvulas na admissão para fornecer 101 cv.

Tinha ainda as opções com o 2.0 16V de 116 cv. Porém, um dos melhores Golf dos anos 1990, obviamente, foi o GTI. A derivação esportiva do hatch começou na década com o motor 1.8 20V, com cinco cilindros, turbo e potência na casa dos 150 cv.

Fiat Strada

A história do hoje veículo mais vendido do país começou na década da internet. E muito dessa fama se deve à versatilidade da Strada, que iniciou os trabalhos nos anos 1990 e fez do modelo um dos melhores carros daqueles tempos – e também dos atuais.

A picape compacta derivada da família Palio foi lançada em 1998 para suceder a também famosa Fiorino – a picape do Uno. A robustez sempre foi um dos principais trunfos da Strada desde o começo. Tinha motor 1.5, suspensão traseira por eixo rígido e capacidade de carga de até 700 kg.

Ainda teve versões Trekking (espécie de precursora da Adventure, que viria os anos 2000), com motor 1.6 8V de 92 cv, e LX 1.6 16V, com o 1.6 16V de 106 cv. Antes da mudança de década, um dos muitos pioneirismos que acompanham a Strada: a picape leve estreou configurações de cabine estendida, sendo a primeira na categoria a ter esta opção. 

Renault Twingo

O carrinho sofreu bullying, mas foi um dos melhores e mais bacanas carros dos anos 1990. Começou importado da França em 1992, é verdade, só que passou a ser montado no Uruguai em 1999 e vendido aqui na sua configuração Pack, com motor 1.0 modesto, porém econômico.

Quem se deixava enganar pelos 3,43 metros do Renault Twingo se surpreendia. Apesar de ser um subcompacto, tinha carroceria monovolume e espaço interno bem aproveitado. O sistema de rebatimento dos bancos e a boa largura permitem levar uma mesa de botão oficial dentro – testemunho próprio deste escriba. 

Fiat Tipo

O hatch começou importado da Europa para marcar a presença da Fiat no segmento de médios no Brasil, em 1993. Com custo/benefício agressivo, chamou a atenção pelo espaço, acabamento, dinâmica e desempenho. Tanto que foi um dos melhores carros e também liderou o ranking dos mais vendidos do país nos anos 1990.

Uma pena que o Tipo foi uma verdadeira onda no mercado. Em 1995 – mesmo ano em que na Europa foi substituído pela dupla Bravo/Brava -, passou a ser produzido em Betim (MG). Inclusive, tem o título de primeiro carro nacional a oferecer airbag para o motorista. 

Porém, a queda do carro no mercado foi tão rápida quanto sua ascensão. Incêndios ocasionados por vazamentos na mangueira do fluido da direção hidráulica macularam a imagem do Tipo, piorada pela demora da Fiat em reconhecer e resolver o problema. Sua produção foi encerrada em 1997. 

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