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10 carros defasados

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Separamos modelos que já estão fazendo hora extra no mercado e tem mais de 10 anos (ou quase) em produção

Por Fernando Miragaya

A gente fica mal acostumado rápido né? Nos anos 1970, 80 e até 90 se convivia numa boa com veículos com projetos de uma (ou até duas ou mais) décadas. Os carros no Brasil, hoje em dia, geralmente são projetos globais, lançados aqui quase que simultaneamente com outros mercados. Então, qualquer modelo com 10 anos ou mais já virou ultrapassado para o nosso rigoroso crivo. 

Passamos um pente-fino no mercado para levantar quais os carros defasados em nosso mercado. Selecionamos apenas automóveis de passeio (picapes e comerciais leves seguem outra lógica de vida útil na indústria) e modelos que já passaram dos 10 anos, ou que completarão uma década agora em 2021. Confira.

Fiat Doblò

Esse é presença constante em qualquer relação de carros defasados – além daquelas listas de modelos feios. Pois lá se vão quase 20 anos desde que esta multivan compacta chegou ao Brasil com seu estilo esquisitão e umas das cabines mais espaçosas que já se viu no segmento automotivo. 

O mini furgão é baseado no Palio de primeira geração, de 1996. Recebeu a única atualização de fato no último trimestre de 2009, quando passou por uma reestilização na mesma semana em que o carro ganhou uma segunda geração totalmente nova na Europa.

Hoje, basicamente a única no segmento de multivans compactas, é negociada em versão única Essence com motor 1.8, sete lugares e preço de mais de R$ 100 mil (!!!) – até pouco tempo atrás tinha uma variante já adaptada para ambulância. 

Se vale mesmo das vendas diretas atualmente. No primeiro trimestre de 2021, foram 1.364 emplacamentos do Doblò, segundo dados da Fenabrave. Fontes em Betim (MG), inclusive, dizem que o mini furgão só entra em produção quando surge uma encomenda de locadora ou frotista.

Volkswagen Fox

O Fox surgiu como uma alternativa para justificar o investimento que a Volks fez para produzir o Polo aqui, em 2001. O compacto inaugurou a fase dos hatches altinhos (depois seguida por Renault Sandero e Chevrolet Agile) e usa uma versão simplificada da arquitetura do velho irmão global.

Desde então, o carro passou por diversas reestilizações, recebeu melhorias na suspensão, teve diferentes motores e várias edições limitadas. Mas continua o mesmo Fox velho de guerra, que obviamente não sai de linha pelo seu projeto “mais que pago”, pelo posicionamento no mercado e pelo volume de vendas.

Com ótimo custo/benefício, o hatch é comercializado em apenas duas versões por preço inicial de R$ 58.770, sempre com o velho motor EA111 1.6 de 104/101 cv. Só de janeiro a março, foram mais de 5.200 unidades vendidas. Fôlego suficiente para sobreviver até próximo à chegada da nova geração do Gol, o que deve acontecer entre 2023 e 2024.

Chevrolet Montana

Pensou em lista de carros defasados, a picape compacta da General Motors é presença garantida. O modelo foi lançado em 2010 com desenho baseado no já controverso Agile e hoje respira por aparelhos – não vende nem 5% do que a Fiat Strada emplaca por mês.

Apesar da boa capacidade da caçamba e posição elevada de dirigir, essa Montana se tornou um dos raros casos de “involução” de uma geração para a outra, e que expõe o quanto trata-se de um projeto ultrapassado. Lembra que a primeira versão da picape lançada em 2003 usava a plataforma do então Corsa 2?

Pois é, em 2010 chegou essa sucessora aí, como dito, baseada no Agile que usa… plataforma do primeiro Corsa, de 1994. Em 2020, a GM até lembrou do modelo, passou a ofertá-lo em opção única LS por R$ 78.790 e com o velho motor 1.4 da Família II (também do Corsa, do Chevette…). 

No acumulado de três meses de 2021, a Montana não teve nem 800 unidades entregues e está bem atrás até do que a segunda colocada, a VW Saveiro. A picape só será mantida para marcar “algum” território até a chegada da médio-compacta que a GM produzirá na Argentina para brigar com a Fiat Toro.

Carros defasados: Mitsubishi ASX

Às vezes a gente até esquece que a HPE Motors (representante de Mitsubishi e Suzuki por aqui) ainda produz esse modelo em Catalão (GO). O crossover da marca japonesa estreou no Brasil importado do Japão em 2010 e passou a ter fabricação local em 2013. Porém, é o mesmíssimo projeto há mais de 10 anos.

Duas reestilizações depois, recentemente o ASX passou a ser vendido apenas na configuração GLS com preço de R$ 128.990, motor 2.0 de 170/160 cv e câmbio automático CVT. Isso porque a Mit brasileira aproveitou a base para criar o Outlander Sport, um ASX com desenho reformulado e bombado que custa mais – e é mais do mesmo.

Ao ASX resta fazer as vezes de modelo de entrada da linha japonesa no país. E mesmo com um custo/benefício interessante, durante todo o ano passado vendeu pouco mais de 1.800 unidades. 

Fiat Uno

Parece que foi ontem que o Uno ficou quadrado. A segunda geração do compacto mudou radicalmente e ganhou uma segunda geração apenas no Brasil em 2010. O problema é que em muito pouco tempo uma avalanche de hatches mais modernos chegaram, como Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e o terceiro Ford Ka, por exemplo.

Mas é outro que se vale do bom custo/benefício para se manter no mercado. O Uno é oferecido em quatro versões, por preços entre R$ 55.190 e R$ 62.890 e opções de motores 1.0 Fire, e 1.0 e 1.3 Firefly. No acumulado do ano, foram 8.473 unidades entregues do compacto, o 17º mais vendido do país.

O destino do Uno, para muitos, está próximo do fim. Porém, corre nos bastidores da Fiat que o compacto vai tentar se manter no mercado até a marca conseguir uma solução de hatch para ficar entre o Mobi e o Argo. Esse carro pode vir por meio da Stellantis, com uma nova geração do Uno usando a base da próxima geração do Citroën C3 – que chega em outubro.

Carros defasados: Volkswagen Gol/Voyage/Saveiro

Esse trio aí começou a trajetória nesta atual geração (a terceira, de fato) em 2008, com o hatch. Acontece que a linha compacta da Volks usa a mesma plataforma simplificada do Fox, aquela de 2001.

Mesmo com duas reestilizações nesta geração, o Gol perdeu a liderança de quase 30 anos do mercado geral – primeiro para o Fiat Palio, depois para o Chevrolet Onix. O Voyage, por sua vez, ressuscitou em 2009 “devendo” em termos de porte, já que os sedãs compactos com espaço de médio já eram uma tendência na esteira do Renault Logan. 

Já a Saveiro não consegue fazer frente à Fiat Strada, apesar de ter uma dirigibilidade boa, variante cabine dupla e até motor 1.6 16V MSI. Ou seja, uma geração de modelos que nasceu datada e ficou defasada rapidamente.

Mesmo assim, a força da Volkswagen no segmento é forte, especialmente com o Gol, que voltou a vender bem e fechou 2020 como um dos cinco mais emplacados do país. No acumulado de 2021, o hatch já teve mais de 19 mil carros comercializados.

O Voyage se garante no custo/benefício para ter 9 mil unidades entregues no primeiro trimestre de 2021, enquanto a Saveiro registra 8 mil vendas no mesmo período. De qualquer forma, a linha deve ganhar uma nova geração sobre a plataforma MQB entre 2023 e 2024 – com exceção do sedã, que vai morrer.

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Suzuki Jimny

O exemplar mais velhinho desta lista é o jipinho adorado por trilheiros por sua robustez e dimensões compactas. Tanto que esta terceira geração foi lançada globalmente em 1998, mesmo ano em que desembarcou no Brasil, e continua em produção em Goiás, enquanto um novo Jimny (com sobrenome Sierra) mais moderno começou a ser importado em 2019.

Mesmo assim, não deixa de ser um dos muitos carros defasados do mercado. Teve um hiato de vendas no Brasil entre 2003 e 2008 – quando a Suzuki encerrou as atividades aqui até o grupo HPE Motors relançar a marca. Não teve nenhuma alteração de estilo significativa desde então e o motor é o mesmo 1.3 de 85 cv dos anos 1990.

Por ser um produto de nicho e com custo/benefício atraente para os jipeiros, o Jimny deve continuar em produção por aqui por algum tempo ainda. Até pelo menos o panorama econômico do país melhorar e a marca japonesa ter coragem para montar o novo Sierra em Goiás.

Carros defasados: Hyundai ix35

No fim da década de 2000 a Hyundai ria de orelha a orelha. A marca sul-coreana passava por uma profunda renovação de carros e design lá fora e o Grupo Caoa trazia modelos com preços agressivos e campanha ostensiva de publicidade. Foi nessa onda criada por modelos como i30 e o Tucson que o ix35 – que nada mais é que o Tucson de segunda geração – surfou quando chegou em 2010.

O SUV médio se beneficiou inicialmente do mesmo custo/benefício: tamanho de médio e preço de versões topos de linha dos compactos. Passou a ser fabricado em Anápolis (GO) em 2013 juntamente com seu antecessor e, posteriormente, com seu sucessor, o New Tucson (isso mesmo: as três gerações do modelo chegaram a ser produzidas ao mesmo tempo em Goiás).

Mas justamente a convivência com a terceira geração do Tucson o coloca na lista de carros defasados que rodam no Brasil. O ix35 no design e dinamicamente é bem inferior ao New Tucson. E enquanto o irmão mais novo é equipado com motor turbo de 177 cv e câmbio automático de sete marchas, o mais velho ainda usa o 2.0 da família NU com 167 cv.

E como o Grupo Caoa já anunciou que vai produzir novos Hyundai na linha goiana, entre eles o renovado New Tucson e um sedã, o ix35 provavelmente vai para o sacrifício. Nos três meses deste ano, foram apenas 873 unidades do modelo, vendido em versão única por R$ 126.990.

Nissan Versa V-Drive

Outro exemplo de carro que ficou ultrapassado rápido. A primeira geração do Versa começou a ser vendida no Brasil em 2011, importada do México. E logo se saiu bem comercialmente, pois seguia a lógica do Renault Logan: espaço de médio, porta-malas generoso e preço de compacto.

Foi bem até 2013, quando começou a ser produzido em Resende (RJ). Aí, em pouco tempo o Versa se tornou um dos carros defasados. Outros sedãs modernos começaram a pipocar no Brasil (Hyundai HB20S, Honda City de segunda geração e, mais recentemente, Fiat Cronos e VW Virtus).

No ano passado, o modelo ganhou uma sobrevida. Dentro de uma estratégia global usada também no México, o velho Versa passou a se chamar V-Drive para se posicionar abaixo da nova geração do sedã, que chegou em novembro de 2020 importada do país lationo-americano. 

O V-Drive é negociado em cinco versões, com preços entre R$ 61.990 e R$ 81.990, motores 1.0 e 1.6, e opções de câmbio manual ou automático CVT. Foram só 1.800 unidades vendidas no primeiro trimestre de 2021.

Renault Logan/Sandero/Duster

Para finalizar os carros obsoletos teremos de chamar o VAR. Vamos explicar. Esta linha compacta usa a mesma plataforma B0, de origem da romena Dacia, subsidiária da Renault. Só que os modelos receberam uma remodelação profunda recentemente, o que é considerada internamente uma segunda geração.

Pois bem, em 2007 o Logan inaugurou a faceta romena da Renault no Brasil. Com desenho quadradão, preços agressivos e muito espaço a bordo, logo começou a fazer volume. No fim do mesmo ano chegou o Sandero, projeto desenvolvido pela engenharia brasileira da marca francesa sobre a mesma base.

Já o SUV da Renault foi o primeiro rival que o Ford EcoSport conheceu de fato, a partir do fim de 2011. A despeito do desenho quadradão e controverso, é um dos utilitários esportivos mais espaçosos dentro do segmento onde atua, o de compactos.

Acontece que, após algumas reestilizações, os três modelos passaram por uma reformulação que não ficou restrita a uma maquiagem nos faróis e grade. No caso de Logan e Sandero, as mudanças em 2014 incluíram mudança no jogo de suspensão, novos vidros dianteiro e traseiro e interior redesenhado. Em março de 2020 foi a vez de o Duster ser remodelado na mesma lógica.

A montadora defende que tais mudanças tratam-se de respectivas segundas gerações. De acordo com engenheiros da marca, é a mesma arquitetura B0, porém “aperfeiçoada”. O fato é que os carros, no design, ficaram bem melhores e mais modernos e ganharam novos motores e câmbio CVT. 

Mas a decisão do VAR é sua, leitor do Autos Segredos. O trio romeno da Dacia faz parte do rol de carros defasados ou não? Dê sua opinião nos comentários.

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