Com preços entre R$ 17.990 e R$ 18.990, a pequena custom chega para ocupar um grande espaço vazio no segmento

Por Roberto Dutra

Depois de sucessivos adiamentos, eis que a Royal Enfield Meteor 350 finalmente é lançada no mercado brasileiro. Aguardada desde o início do ano, ela teve seu desembarque por aqui atrasado principalmente pela alta incidência de Covid-19 na Índia, onde é fabricada, o que levou à paralisação de fornecedores, linhas de montagem e despachos internacionais, entre outras atividades.

Mas agora isso é passado e a custom promete fazer sucesso por aqui. Por vários motivos, mas principalmente porque ela vai ocupar o imenso espaço vazio existente entre o degrau de baixo, onde rodam as pequenas Dafra Horizon 150 e Haojue Chopper 150, ambas na faixa dos R$ 11 mil, e o começo do andar de cima, em que o modelo mais acessível é a Kawasaki Vulcan 650, de R$ 36 mil.

Mas, além do posicionamento, a Meteor 350 também deve conquistar fãs por virtudes próprias. Para começar, será vendida nas mesmas três versões que existem lá fora, todas com preços acessíveis: a linha é composta pela básica Fireball, de R$ 17.990; pela intermediária Stellar, de R$ 18.490; e pela mais completa Supernova, de R$ 18.990. Todas têm garantia de três anos e o frete para qualquer lugar do Brasil custa R$ 1.000.

A basiquinha Fireball exibe tanque em cor única sólida (vermelha ou amarela) com adesivos em preto, acabamentos também na cor preta em componentes como para-lamas e protetor do escape e fitas nos aros das rodas na mesma cor do tanque.

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Já a Stellar também tem tanque em uma cor, mas sua pintura pode ser na cor preta fosca ou nas metálicas vermelha ou azul. A moto ainda tem emblemas e componentes cromados, algumas peças e acabamentos pintados na mesma cor do tanque e sissy-bar.

A Supernova, que é a mais completinha, desfila com tanque e tampas laterais em duas cores – marrom ou azul, ambas mescladas com preto -, para-lamas na cor predominante, sissy-bar, emblemas e mais peças cromadas, banco com acabamento mais caprichado e rodas usinadas.

Todas, porém, compartilham o mesmo painel de instrumentos composto por um único mostrador redondo com visual retrô – analógico, mas com telinha de LCD no meio. E todas também vêm de fábrica com o Tripper, um segundo mostrador com tela de TFT que funciona como um GPS, indicando com setinhas o caminho a ser seguido. É só o piloto parear seu smartphone ao dispositivo e usar um aplicativo.

Outras características e especificações também são comuns às três versões, como farol com luz de rodagem diurna (DLR) de LED e lâmpada halógena, lanterna redondinha tipo jipe com LED, tomada USB no punho esquerdo, inusitados comutadores de ignição/corta-corrente e faróis alto e baixo rotativos.

Na parte mecânica, nenhuma diferença. Apoiado em um chassi de berço duplo, o motor é um monocilíndrico refrigerado a ar e óleo com 350cm³, 20cv de potência a 6.100rpm e 2,7 kgfm de torque a 4.000rpm. O câmbio tem cinco marchas, com secundária por corrente e contrapedal – algo incomum em modelos de baixa ou média cilindrada.

Durante a apresentação à imprensa, a Royal Enfield não falou em consumo oficial, mas estimou informalmente em mais de 30km/l. Como o tanque da moto leva 15 litros, temos aí uma autonomia teórica de cerca de 450 quilômetros. Em tempos de gasolina com preço nas alturas, é uma boa notícia!

Quer mais? A Meteor 350 tem freios a disco nas duas rodas com ABS e imponentes pneus 100/90 R19 na frente e 140/70 R17 atrás, ambos sem câmara. As suspensão são tradicionais: vão garfos telescópicos na frente e bichoque atrás. Outras medidas interessantes são a distância mínima do solo de 17cm, que deixa a moto menos vulnerável a quebra-molas, valetas e afins, e a altura do banco em relação ao solo, de apenas 76,5cm – mesmo pilotos e pilotas de baixa estatura não terão dificuldades para conduzir e manobrar esta Royal Enfield.

Por fim, uma curiosidade interessante: a Meteor 350 usa o mesmo nome de um modelo feito pela Royal Enfield em 1952, e foi criada para substituir a Thunderbird 350, modelo que ficou em linha entre 2002 e 2020.

Primeiras impressões

Em nosso curto test-ride com a Meteor 350, descobrimos uma moto bastante coerente com sua proposta. Apesar do visual “estradeiro”, é uma moto feito para uso fundamentalmente urbano. Ali, não decepciona. É levinha e surpreendentemente ágil, mesmo com uma frente mais “lançada” que as das motos street.

O motor entrega seu torque com vontade e não é preciso trocar as marchas com frequência. Se fosse, não seria trabalhoso: o câmbio é justinho e tem engates precisos. O contrapedal é perfumaria: pouco útil e até atrapalha um pouco o posicionamento do pé da pedaleira.

Na estrada, a excelente posição de pilotagem sobressai. Se não fosse o banco mais duro que o desejável (embora de ótima anatomia), seria possível passar muitas horas pilotando a Royal Enfield Meteor 350. O motor não grita alto a ponto de incomodar e, mais interessante ainda, vibra pouquíssimo em se tratando de um monocilíndrico.

A moto ainda se comporta muito bem nas curvas. As frenagens não impressionaram mesmo com ABS, mas também não comprometeram. São suficientes para uma moto cuja velocidade de conforto é entre 90km/h e 100km/h e com máxima – limitada eletronicamente – de modestos 120km/h.

Ficha técnica Royal Enfield Meteor 350

Preços
Fireball, R$ 17.990; Stellar, R$ 18.490; e Supernova, R$ 18.990.

Motor
Monocilíndrico, refrigerado a ar e óleo, duas válvulas comando de válvulas simples no cabeçote, 350cm³, potência de 20 cv a 6.100rpm e torque de 2,7 kgfm a 4.000rpm

Transmissão
Câmbio de cinco marchas com secundária por corrente.

Partida
Somente elétrica

Freios
Disco simples na frente e atrás, com ABS

Suspensões
Garfos telescópicos na frente e bichoque atrás

Pneus
100/90 R19 na frente e 140/70 R17 atrás, ambos sem câmara em rodas de liga leve

Dimensões
2,14m de comprimento, 1,40m de entre-eixos, 84,5cm de largura e 1,14m de altura

Peso
191 quilos em ordem de marcha

Tanque
15 litros

Consumo estimado
30km/l

Velocidade máxima
120km/h limitada eletronicamente

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