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Como os SUVs ameaçam os hatches e sedãs compactos

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A moda dos SUVs é uma tendência mundial, mas será que a ofensiva de utilitários pode sinalizar o fim dos hatches e sedãs de entrada?

O setor automotivo, há muito se adaptando às demandas, já vê o segmento dos SUVs como um dos maiores mundo afora. Os utilitários esportivos, que ganharam popularidade nos anos 1980, atualmente são figurinhas carimbadas nos principais mercados do globo, com representantes de peso entre os mais vendidos em inúmeros países.

No Brasil, claro, não é diferente. Segundo dados da Fenabrave, em 2013, do primeiro ao décimo veículo mais comercializado do país, nenhum SUV estava listado. Em 2023, no Top 10 entre todas as categorias, de janeiro a novembro, temos três representantes dos utilitários. O primeiro deles é Volkswagen T-Cross, despontando na 7ª posição, seguido por Chevrolet Tracker e Hyundai Creta, 9º e 10º colocados respectivamente.

Já é comum, ainda, vermos veículos consagrados de diferentes segmentos no mercado se “reencarnando” como utilitários. Eles podem até manter nome e algumas características marcantes, mas se rendem ao aquecido mercado dos altinhos com proposta (visual ou funcional) para um fora de estrada leve.

Dentre eles podemos citar o Renault Mégane E-Tech, Mitsubishi Eclipse e Ford Puma, por exemplo. Há também os que ganham variantes homônimas para garantir sua participação no segmento, como o Toyota Corolla Cross e Ford Mustang Mach-E.

SUVs dominando as ruas e os portfólios: só restarão eles?

Atualmente, todas as marcas tradicionais oferecem ao menos um utilitário em seu portfólio no Brasil. Uma das últimas a aderir o movimento com modelos regionais foi a Fiat, que fez sua estreia no segmento com o Pulse, derivado do Argo que chegou ao mercado como uma resposta ao Volkswagen Nivus, feito com base no Polo.

Esses SUVs de entrada, com medidas próximas às dos hatches dos quais derivam, logo terão a companhia do Renault Kardian com a mesma receita. No caso da marca francesa, a futura novidade vai decretar o fim de vida do hatch Sandero e sua variante Stepway no Brasil.

Mas a alta busca por esse segmento é apenas uma tendência motivada pelo gosto dos clientes? Além da preferência global dos consumidores por essa categoria, existem outros fatores que podem explicar o movimento.

Para Fernando Trujillo, consultor na S&P Global Mobility, deve-se somar à equação as tecnologias de segurança e powertrain que as montadoras se veem forçadas a adotar em seus veículos, que acabam tirando o principal diferencial do segmento de entrada de hatches e sedãs: os preços. O custo elevado impõe que os modelos ofereçam maior valor agregado, o que acaba encaixando com a tendência de busca dos novos compradores.

“Além da segurança e powertrain, toda a evolução em infoentretenimento colaborou com o encarecimento dos veículos, mas isso é mais perceptível no segmento de entrada”, destaca Trujillo. Ele completa dizendo que “para piorar a situação dos hatches e sedãs compactos, houve o impacto do COVID que elevou as taxas de juros e os preços dos veículos, devido à quebra das cadeias de suprimentos.”

Existe esperança para o futuro dos hatches e sedãs?

Nem tudo parece estar perdido, apesar da crescente e irrefreável onda dos SUVs no mercado. Além da liderança isolada de carros de passeio ser dominada por hatches, ainda que de forma discreta, temos boas perspectivas com alguns modelos eletrificados. Eles vêm ganhando força no cenário atual sem necessariamente dispor de predicados off-road ou qualquer coisa do gênero. Apesar de ainda não serem acessíveis a todos, alguns EVs de uso 100% urbano estão chegando com valores competitivos e tirando vendas de utilitários de mesma propulsão ou não.

O BYD Dolphin, por exemplo, desembarcou da China no meio do ano e já detém o posto de carro elétrico mais vendido do país em 2023. São mais de 4.500 unidades do hatch já emplacadas, mais que o dobro do que o Volvo XC40 Recharge registrou na liderança do ano passado. Ao todo, o SUV elétrico sueco ocupou o primeiro lugar do ranking de 2022 com 1.770 vendas.

Quando falamos apenas do segmento de entrada dos hatches e sedãs no mercado, para Trujillo, o que pode fazer com que sua participação siga em crescimento é o retorno de um cenário onde os juros sofram queda e o poder de compra do consumidor volte à normalidade. Isso pode afetar diretamente em uma colocação mais viável desses modelos perante os concorrentes com diferentes propostas, garantindo assim sua sobrevivência.

Atualmente, porém, com as diferenças cada vez menores de preços entre compactos e SUVs do segmento B, a grande massa consumidora provavelmente vai optar pela segunda opção.

Foto | Jeep/Studio Cerri/Divulgação

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