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[Cinema de 0 a 100 km/h] “Lamborghini – O Homem Por Trás da Lenda” está mais para SUV anódino do que para um Miura

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Cinebiografia do fundador da icônica marca peca por superficialidade no aspecto humano e sequer consegue exaltar os primeiros e, hoje, clássicos modelos da marca

Nós, aqui de Autos Segredos, estávamos ansiosos, ávidos por “Lamborghini – O Homem Por Trás da Lenda”. A película, que estreou na segunda-feira, 30, no Adrenalina Pura (disponível em Claro TV, Prime Video e Apple TV+), conta a história do fundador da marca do touro e, de quebra, nos apresenta alguns dos modelos que ajudaram a tornar a fabricante de tratores em um ícone na seara dos esportivos.

O longa é escrito e dirigido por Bobby Moresco, roteirista de “Crash – No Limite” – uma obra que não envelheceu nada bem. A máquina de escrever do realizador tende a fazer com que ele, infelizmente, usualmente recorra aos clichês de Hollywood. E, para piorar, a mente de Moresco é capaz de entregar diálogos e personagens tão insípidos quanto um arroz parboilizado sem sal e pimenta. Um produto com muito mais ar do que conteúdo, tal qual um pacote de batatas onduladas.

Não à toa, o roteiro é o calcanhar de Aquiles de “Lamborghini – O Homem Por Trás da Lenda”. Embora foque em Ferruccio, figura responsável pela icônica marca, e no núcleo que o envolvia durante os anos que precedem e sucedem o nascimento da companhia, falta ao filme humanidade. Personagens são caricatos, unidimensionais, e não acrescentam absolutamente nada. Poderíamos trocá-los por bonecos de papelão e, nem assim, conseguiríamos apontar diferenças.

Direção e montagem também são problemáticas. Com 97 minutos de duração, o filme é dividido em capítulos. Começa com a chegada de Ferruccio Lamborghini da Segunda Guerra – conflito no qual, além de combatente, atuou como mecânico. Daí, a película se desenrola, passando desde a concepção da empresa e indo até os anos 1970, quando o empresário vende as ações que lhe restavam da companhia.

O fio é conduzido, ao menos no início, de maneira arrastada. No entanto, parece que a gasolina (lê-se a verba) dos produtores estava prestes a acabar e diretor e editor tiveram de pisar fundo no acelerador no último ato e entregar uma obra que parece inacabada.

Os atores, por sua vez, não brilham. Romano Reggiani, que interpreta o jovem Ferruccio, não compromete, mas não consegue colocar profundidade à mesa. Já Frank Grillo, que assume o posto na fase sênior de Lamborghini, até tenta. Carismático, faz de tudo a fim de injetar algum ânimo na película, mas o fraco roteiro surge como uma barreira intransponível.

Barreira esta que não é vista no quesito direção de arte, um dos pontos altos de “Lamborghini – O Homem Por Trás da Lenda”. As caracterizações e a ambientação são de um cuidado ímpar, dignas de uma produção de alta qualidade.

Lamborghini 350 GT
Foto | Divulgação

Além disso, outro destaque é a fotografia. Tudo bem que o combo Itália + automóveis, sob um olhar de um bom diretor de fotografia, é imbatível. Mesmo assim, devemos exaltar esse tópico, que joga belíssima luz em modelos da Ferrari e, claro, em estrelas da Lamborghini: 350 GT e Miura, mais especificamente. Os carros, embora um deleite, mereciam um pouco mais de tempo de tela.

Para finalizar, o erro fatal em “Lamborghini – O Homem Por Trás da Lenda”, é a falta de humanidade. Ao contrário, por exemplo, de “Rush – No Limite da Emoção” ou de “Ford vs. Ferrari”, a película de Bobby Moresco é incapaz de exaltar o produto e falha miseravelmente no ponto mais importante: o fator humano.

O “homem por trás da lenda”, Ferruccio Lamborghini, se torna apenas mais um em seu próprio filme. Com tal estrutura, a película está mais para um SUV anódino do que para um lendário Miura. Uma pena.

Nota: 2/5

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