Selecionamos modelos nacionais e importados usados que te dão aquela dose de prazer ao volante, mas sem cobrar um rim por isso

Carros esportivos baratos
Foto | Montagem sobre fotos de divulgação

Por Fernando Miragaya

Direção justa. Pedais firmes. Câmbio curto. Aquela resposta ao pedal do acelerador que comprime levemente as costas no encosto. E aquele acerto de suspensão que permite uma “escapada” segura na curva. Quem gosta de carro já deve ter tido um sonho deste tipo: estar ao volante de um automóvel com pegada esportiva e se sentir um estagiário de piloto.

O problema é que ter um modelo mais arrojado na garagem geralmente desequilibra o orçamento. Os modelos 0 km são caros. Se levarmos em consideração os alemães, então, chegamos a cifras que passam facilmente dos R$ 500 mil. Porém, no mercado de usados existem muitos esportivos baratos – com a licença poética do adjetivo.

Concordamos que não são nenhuma pechincha, mas são modelos que podem te proporcionar um prazer ao volante de R$ 30 mil até R$ 200 mil. Tem versões apimentadas de carros conhecidos, modelos de marcas premium com 10 anos de uso, hot hatches e até potenciais clássicos.

Todos ou são esportivos genuínos, ou receberam ajustes mecânicos e motores diferentes para serem classificados desta forma. Os preços são médias de levantamentos de sites de compra e venda de veículos e, às vezes, variam muito justamente pela especificidade do segmento.

Esquecemos de algum? Acha que falta outro na pista? Não concorda com aquele modelo? Confira 10 carros esportivos baratos e conta para a gente o que você achou.

Honda Civic Si

  • Ano: 2014/15
  • Preços: R$ 98 mil a R$ 130 mil
  • Motor: 2.4 16V aspirado
  • Câmbio: manual de seis marchas
  • Tração: dianteira
  • Potência máxima: 206 cv a 7.000 rpm
  • Torque máximo: 23,9 kgfm a 4.400 rpm
  • 0 a 100 km/h: não informado

Apesar de ter sido lançado há menos de 10 anos, esta versão pode ser considerada um dos carros esportivos baratos bem “raiz”. O Si baseado na geração passada do sedã (a nona global) chegou aqui importado do Canadá com motor aspirado, câmbio manual e configuração duas portas.

O propulsor da família K24 não tem recursos como turbo ou compressor mecânico. Naturalmente aspirado, o quatro-cilindros é bastante elástico e só não é mais girador que o Si 2.0 feito no Brasil entre 2007 e 2011.

Contudo, tudo dentro do carro é justo. Bancos com abas salientes, direção direta, câmbio com curso curto e pedais firmes fazem você se divertir. Na pista, então, o carro gruda no asfalto com a suspensão com molas e amortecedores mais rígidos. Isso em um cupê, 3,5 cm mais baixo e com 8 cm a menos no entre-eixos que o sedã.

Se você conseguir um modelo com a indefectível cor Orange Fire, aquela laranja, aí o pacote está completo.

Renault Sandero RS

  • Ano: 2015/16
  • Preços: R$ 45 mil a R$ 55 mil
  • Motor: 2.0 16V aspirado
  • Câmbio: manual de seis marchas
  • Tração: dianteira
  • Potência máxima: 150/145 cv a 5.750 rpm
  • Torque máximo: 20,9/20,2 kgfm a 4.000 rpm
  • 0 a 100 km/h: 8 segundos

Você pode até não gostar do Sandero, falar que o desenho é controverso, que o acabamento deixa a desejar e que a posição de dirigir é esquisita. Mas esta versão RS aqui é um dos esportivos baratos para valer e que não deve nada em diversão.

A marca francesa nos brindou com esta variante arrojada do seu compacto em setembro de 2015. E nada de apenas colocar uma roupa descolada para falar que é esportivo. Este Sandero pode ser classificado como um hot hatch. Além de motor mais potente, recebeu acertos na suspensão, freios e câmbio para fazer jus à sigla RS, de Renault Sport.

O 2.0 de 150 cv trabalha com uma caixa manual com relações e curso curtos. São três modos de condução, com o Sports + possibilitando o desativamento do controle de estabilidade. O ESP, por sinal, recebeu calibragem específica, assim como a direção com assistência eletro-hidráulica.

A suspensão, mais de 2 cm rebaixada, também foi trabalhada. Segundo a Renault, o Sandero RS tem barras estabilizadoras frontais 17% e eixo traseiro 65% mais firmes, enquanto as molas dianteiras e traseiras são, respectivamente, 92% e 10% mais rígidas. Os freios têm discos maiores e nas quatro rodas.

Carros esportivos baratos: Audi RS3 Sportback

  • Ano: 2011/12
  • Preços: R$ 155 mil a R$ 190 mil
  • Motor: 2.0 16V turbo
  • Câmbio: automatizado de sete marchas e dupla embreagem
  • Tração: integral sob demanda
  • Potência máxima: 256 cv a 6.000 rpm
  • Torque máximo: 33,7 kgfm a 2.500 rpm
  • 0 a 100 km/h: 6 segundos

A segunda geração do hatch da marca alemã foi uma baita evolução e sua variante esportiva então… diversão pura. O modelo já demonstra, de cara, a boa disposição proporcionada pelo motor turbinado de quatro cilindros. As respostas são bastante imediatas e a direção progressiva fica firme conforme o velocímetro sobe.

A agilidade ainda é garantida pelo sempre esperto câmbio DSG de dupla embreagem e a tração integral quattro, que se mostra ainda mais eficiente nas curvas. Não bastasse a renomada engenharia alemã, ainda se tem um modelo com o acabamento e sofisticação  típicos da Audi.

Mini John Cooper Works

  • Ano: 2013/14
  • Preços: R$ 90 mil a R$ 130 mil
  • Motor: 2.0 16V aspirado
  • Câmbio: manual de seis marchas
  • Tração: dianteira
  • Potência máxima: 211 cv a 6.000 rpm
  • Torque máximo: 26,5 kgfm entre 1.850 e 5.600 rpm*
  • 0 a 100 km/h: 6,7 segundos

Além do estilo peculiar do carro da marca britânica, o modelo retrô, há algum tempo, já tem esta versão apimentada. O John Cooper Works (JCW) usa a expertise da BMW (dona da Mini) para ser um foguetinho. Tem motor de 211 cv e 26,5 kgfm, mas notou o asterisco na ficha?

É que ele tem uma função de overboost que acrescenta mais 2 kgfm a esse poder todo. Então, ao cravar o pé até o fim no acelerador, se terá automaticamente 28,5 kgfm a partir das 2.000 rpm. Além do mais, esse quatro cilindros é elástico, e mantém sua força máxima em uma faixa generosa de rotações.

Acredite que essa linha 2014 do JCW ficou mais lenta? Isso por culpa do câmbio automático de seis velocidades no lugar da caixa manual, que tinha o mesmo número de marchas. Mas aí, só se você for muito exigente, porque a perda no 0 a 100 km/h foi de… 0,2 segundo.

Some-se a isso um sistema de bloqueio do diferencial que deixa a coisa ainda mais divertida. O hot hatch também oferece um estilo diferenciado em relação aos Mini “civis”. Tem teto e capas dos retrovisores pintadas de vermelho, mesmo tom das pinças de freios com o nome do carro, além de rodas aro 17”. Dentro, bancos de couro e volante esportivos.

Volkswagen Golf GTI

  • Ano: 2013/14
  • Preços: R$ 95 mil a R$ 110 mil
  • Motor: 2.0 16V turbo
  • Câmbio: automatizado de seis marchas e dupla embreagem
  • Tração: dianteira
  • Potência máxima: 220 cv a 4.500 rpm
  • Torque máximo: 35,7 kgfm a 1.500 rpm
  • 0 a 100 km/h: 7,2 segundos

Fazer uma relação de automóveis esportivos sem incluir o Golf GTI é quase um sacrilégio. Para muitos, o tradicional Volkswagen é apontado como um carro na medida certa para quem gosta de desempenho instigante e acerto dinâmico apurado, mas que não está afim de gastar muito para ter isso.

E olha que falamos de uma geração mais recente com as três letrinhas mágicas do hatch médio, que não é propriamente um dos esportivos baratos “para valer”, mas que tem custo/benefício ótimo. Por menos de R$ 100 mil é possível ter o GTI derivado do Golf VII produzido no Brasil, com motor de 220 cv.

O desempenho é garantido em baixas rotações e o carro desenvolve muito bem. As retomadas são excelentes, graças ao colossal torque máximo de 35,7 kgfm já disponível nas 1.500 rpm.

O hatch por si só já se destaca pela qualidade de construção, mas o GTI realça ainda mais a ótima rigidez da carroceria e a direção elétrica firme. Para melhorar ainda mais a história, esse GTI era o único da linha de montagem do Golf VII no Paraná a manter o câmbio DSG de dupla embreagem e a suspensão traseira independente multibraço – não usados nas versões “normais” do carro na Europa, mas não aplicados na linha brasileira.

Carros esportivos baratos: Fiat Punto T-Jet

  • Ano: 2009/10
  • Preços: R$ 30 mil a R$ 36 mil
  • Motor: 1.4 16V turbo
  • Câmbio: manual de cinco marchas
  • Tração: dianteira
  • Potência máxima: 152 cv a 5.500 rpm
  • Torque máximo: 21,1 kgfm entre 2.250 e 4.500 rpm
  • 0 a 100 km/h:  não informado

Está aí um dos carros esportivos mais baratos do pedaço. Depois de salvar a Fiat da falência na Europa, o Punto surgiu no Brasil em 2007 para dar uma renovada no design dos carros da marca italiana. Além do projeto estiloso, a linha do hatch compacto ainda ganhou esta versão para apimentar suas linhas arrojadas.

E o fabricante fez um belo trabalho, a começar pela suspensão. Se o Punto normal tem um acerto mais suave, nesta configuração as molas ficaram 18% mais rígidas na dianteira, e 8% atrás. Além disso, os amortecedores receberam carga extra e o jogo traseiro recebeu uma barra estabilizadora. Já os discos dos freios (nas quatro rodas) foram redimensionados.

Com isso, o upgrade em dinâmica é notável, mas também tem o desempenho. Verdade que o motor turbinado T-Jet até demora nas respostas nas primeiras acelerações e em baixos giros, contudo honra sua proposta depois que pega embalo. Ainda mais com o câmbio manual reescalonado, que só merecia curso mais curto e engates mais firmes.

Mitsubishi Lancer Evolution X

  • Ano: 2011/12
  • Preços: R$ 140 mil a R$ 150 mil
  • Motor: 2.0 16V turbo
  • Câmbio: automatizado de seis marchas e dupla embreagem
  • Tração: integral permanente
  • Potência máxima: 295 cv a 6.500 rpm
  • Torque máximo: 37,3 kgfm a 3.500 rpm
  • 0 a 100 km/h: 6,3 segundos

O Lancer Evolution tem quase uma aura mítica para os amantes de carros esportivos. Nesta décima geração, o modelo recebeu um trato e tanto para aliviar o caráter mais “raiz”, porém manteve sua pegada esportiva e ainda ganhou o selo X, que, no caso, não é “xis” e sim para marcar o número de sua geração em algarismo romano.

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O motor turbinado é um monstro que despeja 295 cv e 37,3 kgfm nas quatro rodas do Lancer. As acelerações são vigorosas e o carro faz curva como poucos. Méritos especialmente para a perfeita calibragem da suspensão independente nas quatro rodas, com braços de alumínio, amortecedores Bilsten e molas Eibach. Também merecem elogios a tração integral e o diferencial ativo com três opções de ajuste.

O câmbio automatizado de dupla embreagem empresta ainda mais dinâmica nas acelerações. As respostas do motor, transmissão e direção ainda podem ser ajustados em outros três níveis de condução – com direito a um especialmente para track days em pistas fechadas.

Carros esportivos baratos: Chevrolet Kadett GSI

  • Ano: 1993/1994
  • Preços: R$ 30 mil a R$ 50 mil
  • Motor: 2.0 8V aspirado
  • Câmbio: manual de cinco marchas
  • Tração: dianteira
  • Potência máxima: 121 cv a 5.400 rpm
  • Torque máximo: 17,6 kgfm a 3.000 rpm
  • 0 a 100 km/h: 10,6 segundos

Um dos carros esportivos baratos mais antigos desta lista se tornou um clássico. E se o Kadett, projeto da Opel europeia, já era moderno e com desenho bastante instigante, o GSI dava os seus pitacos a mais no estilo, na forma de tomadas de ar no capô, spoiler traseiro, para-lamas de trás com corte reto, bancos Recaro, teto-solar (por manivela) e quadro de instrumentos eletrônico e digital.

Verdade que também recebeu poucas aprimorações mecânicas e talvez seja o com o pior desempenho desta lista em termos de aceleração. Mas a versão GSI era o único – até então – da linha com o 2.0 Família II com injeção eletrônica, uma modernidade para o início dos anos 1990. Além disso, o Kadett “esportivo” recebeu freios a disco ventilados.

Carros esportivos baratos: BMW M135i

  • Ano: 2013
  • Preços: R$ 125 mil a R$ 145 mil
  • Motor: 3.0 24V biturbo
  • Câmbio: automático de oito marchas
  • Tração: traseira
  • Potência máxima: 320 cv a 5.800 rpm
  • Torque máximo: 45,9 kgfm a 1.250 rpm
  • 0 a 100 km/h: 4,9 segundos

Aqui a brincadeira fica séria. Afinal, falamos de um BMW quase em sua essência: tração traseira, motor seis cilindros com números generosos e comportamento dinâmico invejável. O M135 entrega tudo isso sem custar mais de meio milhão de reais e, o que é melhor: em dimensões enxutas.

O Série 1 endiabrado já mostra as credenciais no motor biturbo que esbanja 320 cv, mas o negócio fica louco mesmo nas retomadas de velocidade. Você pisa e o corpo dá aquela colada sensacional no encosto do banco. Afinal, são quase 46 kgfm disponíveis logo nas 1.250 rotações. Isso em um carro com apenas 1.400 kg.

O trato da preparadora M se reflete nos freios de alta performance e discos maiores e na calibragem da suspensão. Só que, apesar daquela maior rigidez típica, o M135 está longe de ser desconfortável. Ao mesmo tempo em que gruda nas curvas, filtra de forma razoável os buracos na pista.

Ainda vem com toda aquela sofisticação que se espera em um BMW. Acabamento caprichado com os obrigatórios detalhes esportivos e lista de equipamentos farta acompanham esse Série 1 arisco.

Suzuki Swift Sport

  • Ano: 2014/15
  • Preços: R$ 50 mil a R$ 60 mil
  • Motor: 1.6 16V
  • Câmbio: manual de seis marchas
  • Tração: dianteira
  • Potência máxima: 142 cv a 6.900 rpm
  • Torque máximo: 17,7 kgfm a 4.400 rpm
  • 0 a 100 km/h: 9,3 segundos

Mais um dos carros esportivos baratos “in natura”, por assim dizer. O Swift que retornou ao Brasil em 2016 nesta configuração Sport usa um motor naturalmente aspirado, câmbio manual e tração dianteira. Porém, seu baixo peso, o conjunto bastante firme e o propulsor girador garantem o sorriso no rosto.

Não se deixe enganar pela frieza dos números. Apesar da potência de “apenas” 142 cv, o 1.6 casa quase que perfeitamente com o câmbio de seis marchas de engates justos e curso curtíssimo. O resultado são acelerações bastante empolgantes e um conta-giros que já beija as 7.000 rpm se você pisar forte nos segundos iniciais de arrancada.

Curiosamente, se o câmbio é justo, a embreagem não faz você fazer ginástica. O pedal da esquerda é bastante macio. A direção elétrica mantém uma comunicação precisa com as rodas, enquanto a suspensão – com um eixo de torção raiz na traseira – tem aquela pegada mais rígida. Se quiser ter apliques estéticos mais ousados, a opção é pegar a derivação Sport R.

Bônus: Ford Mustang

  • Ano: 2009/10
  • Preços: R$ 170 mil a R$ 200 mil
  • Motor: 4.0 V6 24V
  • Câmbio: manual de cinco marchas
  • Tração: traseira
  • Potência máxima: 213 cv a 5.300 rpm
  • Torque máximo: 33,2 kgfm a 3.500 rpm
  • 0 a 100 km/h: 7,3 segundos

Não basta ser um dos carros esportivos baratos, tem de ser um muscle car dos mais tradicionais da história. Pois é, por menos de R$ 200 mil é possível encontrar um Mustang com pouco mais de 10 anos de uso e fruto de importação independente. E o carro dispensa maiores apresentações.

O motor no caso é um V6 aliado a uma caixa manual e tração traseira. Receita para saídas de semáforo ágeis e disposição de sobra em situações de retomada de velocidade. Apesar de o acerto dinâmico estar mais ao gosto estadunidense, a direção pesada e a robusta suspensão traseira por eixo rígido ditam o tom desse clássico eterno, independentemente de qual geração.

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