Versão aventureira do hatch passa a ter controles de tração e de estabilidade, e assistente de partida em rampa. Ar digital, as rodas de liga, e partida sem chave são opcionais. Leia o teste

Por Paulo Eduardo

A carroceria mais querida atualmente em todo o mundo é a do SUV. Porém, mais querida não quer dizer unanimidade. Há quem torça o nariz para os SUV’s. A Fiat entrou recentemente no segmento dos SUV’s compactos com o Pulse.

A versão Trekking do hatch Argo, que deu origem ao Pulse, é o antídoto da Fiat ao SUV. Tem grande altura do solo, dois centímetros a mais que o Pulse (21 cm x 19 cm) e os mesmos ângulos de ataque e de saída. Perde no ângulo de rampa (22 cm x 20 cm).

O motor 1.3 flex tem mais torque e potência no Trekking em relação ao Pulse. A marca agrada aos que se aventuram por caminhos ruins ou mal conservados em veículos que têm altura elevada do solo. Há duas opções de carroceria para pequenas aventuras.

As novidades do Argo Trekking 2022 são os controles de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa de série. Entre os opcionais, ar condicionado digital e destravamento de portas e partida sem chave.

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O pacote de opcionais inclui ainda rodas de liga leve, bancos forrados em couro e câmera de ré. Denominado Kit Full tem preço de R$ 6.990. O preço da versão Trekking sem os opcionais é de R$ 78.990. Pagam-se também R$ 950 pela pintura sólida vermelha, totalizando R$ 86.930.

A versão de entrada do Pulse custa R$ 1 mil a mais do que a do Argo Trekking sem os opcionais, mas o Pulse é mais bem equipado e não tem itens opcionais.

Na versão Trekking, o teto é pintado na cor preta, além dos retrovisores e o aerofólio. Há adesivos no capô e molduras nas caixas de rodas que caracterizam os aventureiros.  

O desempenho é satisfatório. Relação peso/potência é de 10,3 kg/cv. São 10,8 segundos para atingir 100 km/h com etanol. As relações de transmissão curtas, principalmente a primeira e a segunda marcha são importantes para arrancar e manter desempenho em aclives.

A primeira marcha é somente para tirar o carro da inércia. São mais de quatro ciclos do motor para cada volta da roda.  A 100 km/h em quinta marcha, o motor gira a 3.000 rpm. Esse artifício usado em motores de baixa cilindrada melhora desempenho em baixa.

O motor de 1.332 cm³ de cilindrada tem duas válvulas por cilindro, funciona suavemente sem vibrações até em rotações elevadas. Direção com assistência elétrica é leve em manobra e com boa calibragem em alta.

Os engates do câmbio estavam precisos na unidade avaliada, mas o curso longo da alavanca incomoda. O consumo de etanol registrado no computador de bordo foi de 5,7 km/l na cidade e de 10,2 km/l na estrada com dois ocupantes e ar ligado.

O quadro de instrumentos tem leitura imediata e conta com o importante indicador de temperatura o líquido de arrefecimento do motor, além de velocímetro, conta-giros e nível de combustível.

Os comandos diversos têm boa iluminação, o que facilita a leitura à noite. Porta-luvas com luz, mas a iluminação do habitáculo é ruim com somente luzes fracas próximas ao retrovisor interno. Retrovisores externos grandes têm bom campo de visão.

Central multimídia tem tela tátil de sete polegadas, duas entradas USB, uma auxiliar e uma tomada de 12 volts. Espelhamento com fio para Android e Apple.

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Argo Trekking 2022 tem problemas em ergonomia: assentos curtos, abaixar no acesso ao banco traseiro, comandos recuados dos vidros na porta do motorista, coluna de direção tem somente regulagem de altura, falta a de distância, pedal da embreagem afastado força a musculatura da perna, entre outros.

O espaço no habitáculo é suficiente, com conforto para dois adultos no banco traseiro. O encosto rebate totalmente. Se fosse fracionado, seria possível levar ocupante e bagagem. Bom acabamento interno, mas pontas de parafuso aparentes na dobradiça central das portas destoam.

Porta-malas tem boa capacidade (300 litros) e pode ser aberto na tampa ou por comando na chave. Tampa tem somente local de fechamento no lado direito, mas a pega é correta, exigindo menos força para fechar. Tem iluminação.

O volante revestido com material rugoso, que impede deslizamento das mãos, tem boa pega e agrupa poucos comandos (áudio, computador e telefone) para o bem da ergonomia. Interior é silencioso sobre piso de calçamento.

O rodar não é áspero com calibragem normal (29 libras em todas) e um pouco duro com calibragem econômica (32 libras), apesar dos pneus de uso misto. Comportamento dinâmico previsível apesar da grande altura do solo, com inclinação moderada da carroceria em curva.

Freios param o Fiat Argo Trekking 2022 em espaço de segurança em simulação de emergência. Eficientes são os limpadores e lavadores do para-brisa e do vidro traseiro. Faróis com luz de halogênio tem bom alcance do facho baixo e conta com os auxiliares. Não iluminam tanto quanto os faróis em LED.

A garantia é de três anos sem limite de quilometragem.

Ficha técnica Argo Trekking 2022

Motor
De quatro cilindros em linha, flex, 1.332 cm³ de cilindrada, com potências de 109 cv (etanol) a 6.250 rpm e 101 cv (gasolina) a 6.000 rpm e torques máximos de 14,2 kgfm (etanol) e 13,7 kgfm (gasolina) a 3.500 rpm

Transmissão
Tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas

Direção
Tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica; diâmetro de giro, 10,4 metros

Freios
Disco sólido na dianteira e a tambor na traseira

Suspensão
Dianteira, McPherson, e barra estabilizadora; traseira, eixo de torção; altura mínima do solo, 21 centímetros; ângulos de ataque/saída/rampa (graus), 21/31,1/20

Rodas/pneus
6×15” de liga leve (opcional) /205/60R15

Peso
1.130 kg

Carga útil (passageiros+ bagagem)
400 kg

Porta-malas
300 litros

Tanque
48 litros

Dimensões (metro)
Comprimento, 3,998; largura, 1,724; altura, 1,568; distância entre-eixos, 2,521

Desempenho
Velocidades máximas, 173 km/h (e) e 169 km/h (g); aceleração até 100 km/h, 10,8 (e) e 11,6 (g)

Consumo (km/l)
Urbano, 8,4 (e) e 12,1 (g); estrada, 9,7 (e) e 13,6 (g)