Por Júnior Almeida/Esporte Auto Motor
Dia 16 de Fevereiro de 1967 há exatos 45 anos era apresentado uma nova concepção de automóvel nacional, décadas a frente dos veículos que aqui eram produzidos. Em sua maioria, projetos de dez anos ou mais como Simca Chambord e Aero Willys os únicos automóveis de luxo fabricados em território nacional.
A Ford, já tinha raízes desde o inicio do século passado quando montava o Ford Model T pelo Brasil a fora. Mas durante várias décadas a marca se dedicou apenas a produção de veículos pesados destinados para o trabalho rural incluindo tratores e caminhões da marca.
A estreia da Ford no mercado de automóveis de passeio aconteceu no V Salão do Automóvel de São Paulo no qual foi apresentado ao público o Ford Galaxie, num primeiro contato via-se que o automóvel tinha raízes puramente norte-americanas, muito disso pelo porte e design com linhas sobreas e elegantes.
Para dar vida ao nosso Galaxie, a Ford usou como base o modelo 1966 norte-americano que tinha linhas alinhadas as últimas tendências de design. Com pequenas mudanças estéticas em relação ao irmão americano, o nosso Galaxie era o que havia de mais sofisticado e luxuoso no segmento.
Para garantir que seu primeiro automóvel de passeio fosse o melhor do segmento, a Ford fez com que o Galaxie passasse por alguns anos de baterias intensas de testes como de isolamento acústico, motorização, suspensão e acabamento para garantir que fosse o automóvel mais confortável que o dinheiro pudesse comprar.
Muito do glamour empregado ao sedan de luxo, vinha das inovações acopladas ao Galaxie.
A primeira sensação ao olhar o interior do modelo, era a mais repleta sofisticação na qualidade dos materiais e na primazia da montagem que não deixavam duvidas do luxo e status que traria possuir um Ford Galaxie.
Os bancos inteiriços, contavam com a opção de serem revestidos em vinil e inclusive combinar com a forração de tecido com vinil. Com uma gama de cores para o interior, como preto, branco, azul e vermelho formavam uma combinação de 52 possibilidades de personalização digno dos luxuosos automóveis britânicos.
A produção teve avanços nunca antes vistos em um veículo nacional, pela primeira vez foi usada a “costura eletrônica” para produção dos detalhes em alto revelo nos bancos além da forração de porta que ostentavam filetes cromados entre os materiais de forração.
A motorização adotada para o Galaxie já era bastante conhecida em nosso mercado, o famoso motor V8 272 de 164cv acoplado a um câmbio de três marchas formavam um conjunto mecânico robusto, inclusive usado na picape F-100.
A escolha deste conjunto proporcionava um rodar macio, graças a uma série de aperfeiçoamentos para que a proposta fosse mantida mesmo na má qualidade das vias na época que o Galaxie flutuava.
Ter um Galaxie, era poder usufruir do que havia de melhor no mercado nacional de veículos e inclusive estar a frente dos luxuosos sedans europeus. Com os anos, a Ford foi aperfeiçoando seu automóvel mais luxuoso com novas versões que incorporavam itens como ar-condicionado, câmbio automático, teto de vinil e novas motorizações caso do top de linha LTD e mais tarde, do meu preferido o Landau.
A minha experiência com o Galaxie já faz parte da minha história, todos que me conhecem sabem que sou apaixonado pelo modelo, o design e o conforto são inegáveis, mas, quando dirijo o Landau algo fala mais alto e realmente não consigo sair de dentro dele. A sensação de guiar é incrível, silencio absoluto e uma suspenção inacreditável.
Depois de guiar praticamente uma boa parte das reestilizações feitas na linha Galaxie, ainda tenho dois preferidos, o modelo 1967 e o belíssimo Landau 1982 se alguém souber de algum destes dois, estou à procura para inteirar minha garagem.
Aliás, parabéns aos amigos do Galaxie Clube do Brasil, o primeiro e único clube oficial destinado a esse automóvel que eu tanto amo, viva ao Galaxie e a vocês!
Galeria
Fotos | Ford/divulgação
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