Os motores turbinados estão na moda, mas você pode acelerar um destes sem ter de comprometer o orçamento
Por Fernando Miragaya
Motores turbinados viraram uma solução ou atalho para as montadoras respeitarem normas internacionais de emissões, e agradarem aos consumidores com consumos mais moderados. No Brasil, diferentes marcas também oferecem carros turbo, mas os 0 km estão pela hora da morte. O mais barato custa mais de R$ 90 mil.
A salvação está, de novo, entre os usados. Em sites especializados em compra e venda de veículos, como KBB Brasil, Webmotors e Mobiauto, há interessantes opções de carros turbo até R$ 60 mil. A maioria de compactos com motor flex, mas destacamos também algumas surpresinhas para a turma que gosta de hatches médios e SUVs.
Não custa lembrar que quando se fala de seminovo ou usado é fundamental pesquisar o histórico do produto, problemas comuns na linha e facilidade de peças. Também preste atenção no retrospecto de manutenção do veículo e em seu estado de conservação. Além do mais, levante dados sobre o custo de revisões e consertos do carro, em especial do conjunto mecânico e da turbina.
A versão turbinada do up! surgiu em 2015 (dois anos após o lançamento do modelo) e é muito cultuada devido ao casamento entre motor TSI com o baixo peso do carrinho. De fato, o modelo vira um foguetinho com seus 105/101 cv de potência para mover 970 kg. Ainda mais com a boa construção do subcompacto, o que resulta em um comportamento dinâmico até divertido.
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O up! durou pouco tempo no Brasil (até 2021) por equívocos em seu posicionamento de mercado, mas é uma boa opção de carro turbo até R$ 60 mil eficiente – um dos mais econômicos desta lista. A opção High tem controle de tração, sensor de ré, ar, direção elétrica, trio, bancos de couro, som com USB e Bluetooth e volante com ajuste de altura.
A variante mais divertida do Punto pegou muitos elementos do seu similar europeu assinado pela Abarth. Para cá, foi usado o câmbio manual de cinco marchas e a configuração quatro portas para embalar o motor 1.4 com turbocompressor e mais de 150 cv de potência.
As acelerações são espertas e o desempenho só não é melhor pelo escalonamento da transmissão, e pela força que poderia chegar em giros mais baixos. Em equipamentos, airbag duplo, sensor de ré, ar, direção hidráulica, trio, bancos de couro, volante com ajustes de altura e de profundidade, banco traseiro bipartido, rodas de liga-leve e controle de cruzeiro.
É possível achar exemplares usados com opcionais legais, como airbags laterais e de cabeça, ar automático, teto panorâmico, retrovisor eletrocrômico e GPS na central multimídia.
A opção turbinada do Fiesta durou muito pouco e é valorizada entre os carros turbo até R$ 60 mil. O desempenho é um dos pontos fortes, com respostas rápidas e retomadas bastante ágeis, mesmo com o controverso câmbio automatizado Powershift.
A despeito do acabamento ruim, o Fiesta também agrada na posição de dirigir e no acerto dinâmico. A opção Titanium era a topo de linha e oferece seis airbags, controles de estabilidade, tração e subidas, sensor de ré, retrovisor eletrocrômico, chave presencial, ar automático, direção elétrica, trio, rodas de liga-leve, bancos de couro, sensores de luminosidade e de chuva e som com USB e Bluetooth.
A primeira leva turbo da linha HB20 foi lançada em 2016, quando o compacto já era um sucesso e chamava a atenção pelo desempenho, mesmo com o 1.0 aspirado. Sem injeção direta, o sedã da Hyundai agrada na performance e no consumo, mas não espere respostas tão ágeis.
Na Comfort Style, o HB20S proporciona apenas o básico. Ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, volante com ajustes de altura e de profundidade, rodas de liga-leve e som com USB e Bluetooth fazem parte do pacote.
Vamos apimentar essa relação com o primeiro A3 brasileiro. Em seus últimos anos de vida, o hatch, que já carregava o status da marca e a reputação da engenharia alemã, ainda oferecia a variante com o motor 1.8 turbo. E o melhor: com opção de câmbio manual.
Direção precisa, acelerações vigorosas e suspensão com acerto mais firme são mais alguns destaques deste carro turbo. Porém, fique ligado porque o A3 foi também “carro de playboy” e muitos foram mexidos.
“Aiiiiiiiiiiiiiiiim Peugeot usado de dica???”. Sim, o crossover com jeitão de station-wagon parruda é um dos carros turbo até R$ 60 mil mais potentes desta lista. Graças ao motor THP, fruto de uma parceria entre a antiga PSA e a BMW, que confere um desempenho impressionante ao modelo.
De destaque, o acabamento interno e relação de itens de série da versão topo de linha Griffe. Seis airbags, controles de estabilidade, tração e subidas, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, luzes de condução diurna, ar automático bizona, direção elétrica, trio, sensores de luminosidade e de chuva, couro, rodas de liga-leve e central multimídia com GPS o tornam um compacto bem completo.
A Citroën costuma também despertar críticas em relações de carros usados, mas aqui temos o mesmo motor THP, só que bebendo apenas gasolina, em um compacto com grau maior de sofisticação. Antes de virar uma divisão de luxo da PSA, a DS era tratada como modelo separado dentro da marca francesa.
No caso, o DS3 era um C3 gourmet, que chegou aqui em 2012. O acabamento interno é um dos diferenciais, assim como o design. No recheio, seis airbags, controles de estabilidade, tração e subidas, sensor de ré, espelho eletrocrômico, faróis com regulagem de altura, ar automático, direção elétrica, trio, retrovisores rebatíveis eletricamente, sensores de luminosidade e de chuva, rodas de liga-leve e som com USB e Bluetooth.
Esse é raro de achar e é preciso garimpar bastante. Porém, é um dos carros turbos até R$ 60 mil mais divertidos que se tem conhecimento. Além da mítica da sigla GTI e da sempre elogiada plataforma que serve ao Golf de quarta geração, o motor cinco cilindros de 150 cv deixa o hatch médio encapetado
Palmas eternas ainda para o comportamento dinâmico e o acerto da suspensão, o que deixa o Golf grudado no chão para engolir o asfalto. Mas assim como o A3, fique atento a carros que foram mexidos, rebaixados ou tunados. Lembre-se, ainda, que a manutenção desse propulsor é dispendiosa.
Claro que a gente não ia deixar de fora a oportunidade de um motor turbodiesel. Ainda mais em um SUV com DNA off-road como é o Pajero Full. Robusto e com tração 4×4, o jipão é valente para encarar trechos inóspitos, trilhas e estradas de terra, mas garante o mínimo de conforto para ser usado na selva urbana.
Bem equipado, tem acabamento com detalhes de madeira no volante, console central e painel, instrumentos com fundo branco e bancos de couro. Porém, é um Mit com mais de 15 anos de uso, portanto, a manutenção é cara e também não pode ser feita em qualquer lugar.
O Bravo T-Jet foi uma espécie de resposta tardia da Fiat ao Golf GTi. O grande apelo desta variante esportiva do hatch médio é mesmo o design, com rodas diamantadas de cinco raios e aros de 17”, spoiler integrado na tampa traseira, faróis com lentes escurecidas e adesivos na carroceria.
A lista de equipamentos também é bacana,com controles de estabilidade, tração e subidas, sensor de ré, ar-condicionado automático de duas zonas, sistema de som Blue&Me (com USB, Bluetooth e comandos por voz), chave tipo canivete, piloto automático e teto-solar.
O motor é o mesmo do Punto T-Jet, importado da Itália, só que com câmbio de seis marchas e função overboost. Ao apertar um botão no painel, o torque sobe para 23 kgfm e a pressão do turbo de 0,9 para 1,3 bar entre 2.000 e 4.000 rpm por alguns segundos. Mesmo assim, o desempenho deixa a desejar em relação ao irmão menor, devido ao peso maior e ao incômodo turbolag.