Mercado de seminovos e usados tem boas opções para quem não quer comprometer o orçamento com um utilitário esportivo 0 km
Por Fernando Miragaya
Se você é vidrado em SUV e está doido para trocar seu carro por um jipinho, deve estar em sofrimento. O preço dos modelos 0 km chegou a níveis delirantes, e acaba por afastar muita gente do sonho de ter um utilitário esportivo para chamar de seu. Mas sempre há uma solução, e ela está no segmento de seminovos e usados.
SUVs por menos de R$ 80 mil, novos, não existem – até porque está difícil até achar carro abaixo de R$ 70 mil! Porém, o mercado tem bastante ofertas de crossovers e utilitários mais acessíveis, só que com alguns (ou significativos) anos de uso. O bom é que, nesse caso, a gente não fica restrito só a modelos compactos.
Autos Segredos fez uma seleção de 10 SUVs por menos de R$ 80 mil de vários portes e propostas. Os preços aqui são médias coletadas de anúncios dos respectivos modelos nos principais sites de compra e venda de carros, como Mobiauto, KBB Brasil e Webmotors durante a terceira semana de fevereiro de 2022.
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Como em toda compra de carro seminovo ou usado, é preciso sempre ter cautela. Pesquisar o histórico do produto no Brasil, verificar problemas comuns e se há facilidade de encontrar peças, prestar atenção no retrospecto de manutenção do veículo e também em seu estado de conservação são dicas fundamentais para levar um automóvel de segunda mão, seja com um ano de uso, seja com mais de 100 mil km rodados.
Confira 10 bons SUVS abaixo de R$ 80 mil:
Ford EcoSport Freestyle 1.5 TI-VCT
- Ano: 2018
- Preços: entre R$ 74 mil e R$ 78 mil
- Motor: 1.5 12V de 137/130 cv e 16,2/15,6 kgfm a 4.500 rpm
- Câmbio: manual de cinco marchas
- Bom: desempenho, equipamentos e posição de dirigir
- Ruim: acabamento e porta-malas
- Atenção: rompimento precoce da correia dentada, problemas no multimídia e desalinhamento do painel
O Eco nos deixou junto com a debandada das fábricas da Ford em janeiro de 2021. Mas isso não quer dizer que não seja um bom SUV por menos de R$ 80 mil. O antigo rei supremo do segmento compacto, e meio que idealizador da onda de jipinhos urbanos, vale a pesquisa.
Para início de conversa, tem bastante peças à disposição no mercado de reposição. Além disso, a versão Freestyle era a mais vendida e tem bom nível de equipamentos, que inclui, só na segurança, seis airbags, controles de estabilidade e de tração, assistente à partida em rampas, câmera de ré, monitoramento dos pneus, Isofix e DRL.
Ar-condicionado automático, trio elétrico, ajustes de altura e de profundidade do volante e central multimídia Sync com espelhamento do smartphone completam a lista. Tudo isso ainda é acompanhado de um dos melhores motores três-cilindros do pedaço. O 1.5 Dragon confere ótimo desempenho e tornou o Eco um dos SUVs compactos mais potentes do mercado por muito tempo.
Renault Duster Dynamique 4×4
- Anos: 2014/15
- Preços: entre R$ 52 mil e R$ 60 mil
- Motor: 2.0 16V de 142/138 cv e 20,9/19,7 kgfm a 3.750 rpm
- Câmbio: manual de seis marchas; tração integral sob demanda
- Bom: espaço interno, robustez e tração 4×4
- Ruim: acabamento e posição de dirigir
- Atenção: travamento da direção hidráulica, pedal da embreagem rangendo e problemas no diferencial traseiro
Que tal um SUV por menos de R$ 80 mil e ainda 4×4? Pois isso é possível ao pesquisar o Duster em sua antiga versão topo de linha, que combinava tração integral sob demanda com o motor mais potente da linha, só que apenas com a opção de câmbio manual de seis marchas.
O robusto SUV da marca francesa é valente no asfalto e também permite ousar um pouquinho no fora-de estrada. Contudo, o conjunto mecânico cobra a conta na hora de abastecer, já que está longe de ser econômico. Em compensação, o Duster oferece espaço de sobra na cabine e no porta-malas.
Não espere muito em termos de equipamentos. Para os padrões de hoje, o Duster Dynamique 4×4 vinha com o básico: airbags frontais, freios com ABS, ar-condicionado, trio elétrico, som com entrada USB e Bluetooth e ajustes de altura do banco do motorista e da coluna de direção.
Chevrolet Tracker LTZ 1.8 AT
- Anos: 2015/2016
- Preços: entre R$ 68 mil e R$ 74 mil
- Motor: 1.8 16V de 144/140 cv e 18,9/17,8 kgfm a 3.800 rpm
- Câmbio: automático de seis marchas
- Bom: conforto no rodar, posição de dirigir e custo de manutenção
- Ruim: acerto da suspensão e isolamento acústico
- Atenção: desgaste prematuro e empenamento dos discos de freios, barulhos no acabamento e pintura da carroceria
A antiga geração do Tracker vinha do México com um interessante custo benefício para a época. Câmera de ré, faróis de neblina, controle de cruzeiro, bancos de couro, rodas de liga-leve e som com SUB e Bluetooth, além do trivial ar, direção elétrica e trio, faziam parte do pacote do SUV compacto à época – que ainda podia receber airbags laterais e de cabeça como opcionais.
O motor Ecotec confere desempenho suave, mas apenas competente para o SUV, ajudado pelo câmbio automático de seis velocidades bem escalonado. Essa fase do Tracker peca mais pelo espaço interno, bastante apertado no banco traseiro e com um porta-malas tímido de 306 litros.
Hyundai ix35 GLS 2015
- Ano: 2015
- Preços: entre R$ 75 mil e R$ 80 mil
- Motor: 2.0 16V de 178/169 cv e 21,8/20,0 kgfm a 4.800 rpm
- Câmbio: automático de seis marchas
- Bom: espaço interno, conforto e desempenho
- Ruim: comportamento dinâmico e visibilidade
- Atenção: barulhos na suspensão, travamento do câmbio e problemas na bomba de combustível
A segunda geração do Tucson ganhou cidadania brasileira em 2013 pelas mãos do Grupo Caoa em Anápolis (GO) e se mostra um dos bons SUVs abaixo de R$ 80 mil. Chamado aqui de ix35, o utilitário esportivo médio sempre teve como virtudes principais o espaço generoso na cabine e o conforto a bordo.
Estes primeiros anos do ix35 goiano ainda têm o motor da família Nu na plenitude da potência de até 178 cv, antes de ser estrangulado para diminuir o consumo – desde 2017 ele gera 167/157. O propulsor quatro-cilindros garante bastante disposição ao SUV e agilidade para trafegar na estrada.
A configuração única GLS só não faz valer a fama de bom custo/benefício que a marca sul-coreana gozava no passado. Apesar disso, câmera de ré, chave presencial, bancos de couro e retrovisores rebatíveis eletricamente se destacavam na lista de itens de série.
Honda CR-V LX 2.0 2012/13
- Anos: 2012/13
- Preços: entre R$ 70 mil e R$ 76 mil
- Motor: 2.0 16V de 155 cv e 19,4 kgfm a 4.300 rpm
- Câmbio: automático de cinco marchas
- Bom: conforto, estabilidade e confiabilidade mecânica
- Ruim: acerto da transmissão e custo de manutenção
- Atenção: falhas no sensor de combustível, problemas na caixa de direção e trepidação excessiva no pedal do freio
Os carros da Honda costumam ter uma legião de fãs e com o CR-V não é diferente. Por isso mesmo, é preciso voltar um pouco mais no tempo para conseguir um exemplar dentro do nosso limite de preços. Mas se estiver bem cuidado – algo comum entre os clientes da marca japonesa – pode ser um ótimo negócio.
As versões intermediárias LX com câmbio automático agradam no rodar, mas a performance privilegia o conforto. Apesar de algumas imprecisões do câmbio de cinco velocidades, o CR-V desenvolve bem, especialmente em estradas a velocidades mais altas. Há também opções do crossover na então configuração topo de linha EXL, com tração nas quatro rodas, mas essas são mais difíceis de achar entre os SUVs abaixo de R$ 80 mil.
Os itens de série da LX ficavam na medida para a época. Era equipado com airbag duplo, freios com ABS e EBD e câmera de ré. Retrovisores rebatíveis eletricamente, sensores de luminosidade e rodas de liga-leve até chamavam a atenção em 2013.
Mitsubishi Pajero Dakar HPE 3.5 7 lugares
- Ano: 2012
- Preços: entre R$ 75 mil e R$ 79 mil
- Motor: 3.5 V6 24V de 205/200 cv e 33,5/31,5 kgfm a 3.500 rpm
- Câmbio: automático de quatro marchas; tração integral permanente
- Bom: espaço, desempenho e robustez
- Ruim: custo de manutenção e consumo elevado
- Atenção: estalos e folgas na coluna de direção, problemas no coletor de escape e falta de peças de reposição
A Mit tem quase um poder mítico – sem trocadilhos – sobre os aficionados por jipões e off-road, e por isso mesmo está entre as opções de bons SUVs por menos de R$ 80 mil. E logo com o modelo com um respeitável V6 e boa capacidade fora de estrada para fazer jus ao nome e sobrenome: o Pajero Dakar.
Para início de conversa, o SUV médio é um utilitário esportivo à moda antiga. Feito sobre longarinas do tipo “Box” – que promete aguentar bem aquelas entortadas em trechos muito irregulares -, o Dakar tem tração 4×4 com reduzida, ângulo de ataque de 36 graus, ângulo de saída de 25 graus e vão livre do solo de 21,5 cm.
A força é garantida pelo 3.5 V6 de até 204 cv, só que a sede vem na mesma proporção. O Pajero Dakar dificilmente faz médias na cidade superiores a 6 km/l de gasolina. O fato de não ter computador de bordo não é um descuido nesse caso.
O conforto na cabine é garantido pelo bom espaço interno e configuração com sete lugares, além de dispor de uma infinidade de porta-objetos. Entre os equipamentos, ar automático, bancos de couro, sensores de luminosidade e de chuva, rodas de liga leve e sistema multimídia com DVD player e GPS.
Volkswagen Tiguan 2.0 TSI
- Anos: 2011/12
- Preços: entre R$ 60 mil e R$ 66 mil
- Motor: 2.0 16V turbo de 200 cv e 28,5 kgfm a 1.700 rpm
- Câmbio: automático de seis marchas; tração integral sob demanda
- Bom: desempenho, comportamento dinâmico e posição de dirigir
- Ruim: custo de manutenção e peças
- Atenção: carbonização nas válvulas de admissão do motor, infiltração pelo teto-solar (caso equipado) e troca do fluido do diferencial
A primeira geração do Tiguan não empolgava muito no desenho, mas na mecânica… Importado da Alemanha, o SUV médio usa motor 2.0 turbinado de 200 cv da sempre elogiada família TSI, aliado ao câmbio automático Tiptronic de oito marchas e ao sistema de tração 4Motion. Conjunto que garante vontade de sobra em baixas rotações e arrancadas bastante espertas.
Feito sobre a base do VW Golf V, esse Tiguan também chama a atenção pelo comportamento dinâmico afinado e pela sólida construção. Porém, é preciso ficar sempre de olho no estado de conservação do veículo, pois sua manutenção está longe de ser simples e barata.
De qualquer forma, é um dos SUVs abaixo de R$ 80 mil mais recheados que existem. Seis airbags, controles de estabilidade, tração e subidas, alerta de fadiga, monitoramento dos pneus, espelho eletrocrômico, sensor de ré, ar automático bizona, retrovisores rebatíveis eletricamente, bancos de couro, Auto Hold, freio de estacionamento eletrônico faziam parte da lista básica de equipamentos.
Jeep Renegade Longitude 1.8 AT6
- Anos: 2015/16
- Preços: entre R$ 74 mil e R$ 80 mil
- Motor: 1.8 16V de 132/130 cv e 19,1/18,6 kgfm a 3.750 rpm
- Câmbio: automático de oito marchas
- Bom: posição de dirigir, acerto da suspensão e altura do solo
- Ruim: desempenho e consumo
- Atenção: sistema elétrico (especialmente vidros), falhas no câmbio e barulhos internos
Sucesso de vendas desde seu lançamento em 2015, o Renegade não poderia ficar de fora das dicas de SUVs por menos de R$ 80 mil. A despeito do áspero e pouco eficiente 1.8 E.torQ que equipava o modelo (recentemente substituído pelo 1.3 turboflex), trata-se um Jeep com suspensão bem calibrada e bom acerto do solo para quem quer pagar de aventureiro da cidade
O custo/benefício desta versão Longitude é um dos melhores da primeira safra do Jeep Renegade. Tem controles de estabilidade, de tração, de subida e de descida, câmera de ré, Isofix, ar automático com duas zonas, piloto automático, rodas de liga leve, freio de estacionamento elétrico e central multimídia com GPS.
Toyota SW4 3.0 4×4 turbodiesel
- Anos: 2000/01
- Preços: entre R$ 63 mil e R$ 67 mil
- Motor: 3.0 8V turbodiesel de 116 cv e 32,1 kgfm a 2.000 rpm
- Câmbio: manual de cinco marchas; tração integral permanente
- Bom: robustez, mecânica e espaço interno
- Ruim: retomadas de velocidade e dinâmica
- Atenção: problemas no motor de arranque, falhas na turbina e batidas na suspensão
Tem espaço também para SUV turbodiesel na nossa lista e logo um Toyota que faz muita gente babar. Tudo bem que para entrar nessa relação o SW4 tem de ser com mais de 20 anos de uso, mas é um utilitário esportivo robusto, valente e espaçoso por menos de R$ 80 mil. Isso sem falar a boa destreza no off-road garantida pela estrutura sobre longarinas, pela tração 4×4 com reduzida e pelos mais de 24 cm de altura do solo.
O conforto a bordo é um ponto alto do SUV argentino derivado da Hilux. Com sete lugares, o SW4 oferece bom espaço para pernas e cabeças e ainda propicia um porta-malas generoso com 500 litros de volume – com os dois bancos extras rebatidos. Só não se esqueça que é um carro antigo, que demanda manutenção ainda mais dedicada.
Suzuki Jimny 1.3 4All
- Ano: 2016
- Preços: entre R$ 74 mil e R$ 80 mil
- Motor: 1.3 16V de 85 cv e 11,2 kgfm a 4.100 rpm
- Câmbio: manual de cinco marchas; tração integral temporária
- Bom: robustez, capacidade off-road e altura do solo
- Ruim: conforto e acabamento interno
- Atenção: folgas na direção, problemas na embreagem com rigidez do pedal e defeitos no alternador
Mais um bom SUV abaixo dos R$ 80 mil para a turma jipeira. Com dimensões compactas e conjunto mecânico simples, porém robusto, o Jimny é um carro que faz a cabeça da turma 4×4. Tem baixo custo de manutenção, fama de carro que dá pouco problema e reputação de valente, o que explica ser um modelo bastante valorizado no segmento de usados – isso apesar de ser basicamente o mesmo desde 2000.
A disposição fora de estrada é proporcionada pela suspensão com eixos rígidos e molas helicoidais, 37° de ângulo de ataque, 46° de saída, vão livre do solo de 20 cm e tração traseira com engate integral e reduzida. Só que tamanha vontade trilheira cobra a conta no conforto. Além de apertado e com acabamento simples, o Suzuki Jimny tem uma suspensão pouco afeita ao asfalto.
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