Teste: Volkswagen Polo TSI 170 – O prazer de dirigir não dá para tirar

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VW Polo 170 TSI 2023 tem itens suprimidos, incluindo o conta-giros, mas mantém a dirigibilidade excepcional. Pela primeira vez, o motor turbo, agora com potência e torque menores, forma par com câmbio manual no Polo

Por Paulo Eduardo

O VW Polo é equipado com motor 1.0 de três cilindros turbo com valores menores de potência e torque. O conjunto é o mesmo do up!. A justificativa da substituição do motor 200 TSI pelo de 170 TSI é a redução de preço. Pela primeira vez, o Polo casa motor turbo com câmbio manual.

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Além do conta-giros, foram retirados os discos no sistema de freio traseiro, substituídos pelo tambor, que é mais simples e de menor custo; as alças de apoio acima das janelas; e a coluna de direção é fixa. Não há regulagem nem de altura nem de distância. Poda radical.

Mesmo assim, o motorista fica bem posicionado ao volante. Os que gostam de volante em posição mais baixa têm que se contentar com a posição mais elevada no padrão de fábrica. Poda radical em versão que beira os R$ 95 mil, incluindo pintura metálica.

A carroceria do VW Polo 170 TSI perde espaço para a SUV na febre que assola todo o mundo. A falta de interesse da maioria faz dos fabricantes investirem mais nos SUV’s, que dão mais lucro. Há os que ainda amam a dirigibilidade e não têm apreço pelos grandalhões pesados e desajeitados.

Os automóveis continuam em fabricação para atender aos que gostam muito de dirigir e que valorizam o comportamento dinâmico excepcional, caso do VW Polo. Esse hatch compacto é um dos melhores carros de dirigir.

O comportamento dinâmico é previsível com pouquíssima movimentação da carroceria, o que transmite muita confiança. As curvas de baixa e de alta são contornadas sem cerimônia.  

O VW Polo 170 TSI tem direção comunicativa com assistência elétrica e bem calibrada tanto em alta quanto em baixa. Volante tem boa pega e agrupa comandos de áudio, computador e fone, descomplicando a ergonomia. Lamentável a coluna de direção fixa. Pão-durismo extremo.

Os bancos têm ótima anatomia com assentos que apoiam corretamente as pernas. Há regulagem de altura do banco. A forração é em tear, que permite transpirar. A ressalva é a forração das extremidades com material que não aparenta a mesma qualidade do restante.

É boa a ergonomia – facilidade de adaptação do ser humano às ferramentas de trabalho -, de maneira geral. Incomodam os comandos dos vidros recuados na porta do motorista, que dificultam o acionamento.

O banco traseiro tem acesso fácil e bom espaço para pernas. Distância entre-eixos – que é um dos fatores determinantes do espaço interno -, é maior do que a de alguns SUV’s. Espaço bom para ombros e cabeça. Ideal são dois adultos e uma criança pequena no centro.

Apoios de cabeça laterais são fixos no banco traseiro assim como nos dianteiros. Somente o apoio central tem regulagem. Encosto do banco traseiro rebate totalmente numa operação facilitada pela maciez das travas, mas é passageiro ou bagagem. Os dois não se misturam. 

A tampa do porta-malas tem a pega de fechamento central, facilitando para destro e canhoto. Porta-malas de bom tamanho para as dimensões, com aproveitamento horizontal. Há abertura interna, que não funcionou na unidade avaliada, e também por meio de comando na chave.

Acabamento é no prime sob o forro do porta-malas, onde os olhos raramente alcançam. Virou padrão na indústria automobilística. Estepe é temporário.

No quadro de instrumentos digital, falta o conta-giros. Sovinice extremada. O material do painel central é de plástico duro e de aparência pouco convincente. Nos forros de porta, há apliques de tecido para disfarçar a simplicidade.

Há porta-objeto em diversos locais, três portas USB, sendo duas do tipo C, e uma tomada de 12 volts. Tela tátil de oito polegadas do sistema multimídia compatível com Android e Apple.

Iluminação interna é boa. Falta luz no porta-luvas. Retrovisores deveriam ser um pouco maiores. Não há câmera de ré, apenas sensores no para-choque. Os freios cumprem bem a função em simulação de emergência, apesar do tambor em vez de disco no eixo traseiro.

O câmbio manual de cinco marchas tem engates precisos, leves e curso curto. A mão cai naturalmente sobre a alavanca. Volkswagen é referência em câmbio. O senão é que ao engatar a segunda e a quarta marcha, o braço bate no encosto. Isso não ocorre no up!.

A diferença de desempenho do motor 170 TSI para o 200 TSI é logo percebida. O carro é menos arisco na arrancada. Aceleração em tempo razoável, mas a estilingada ou fôlego do turbo dura pouco. As retomadas (ultrapassagem) são mais lentas.

A quarta e a quinta marchas são de economia. Para ultrapassar em velocidade inferior a 100 km/h, deve-se usar a terceira marcha para levar menos tempo, o que dá mais segurança. Que falta faz o conta-giros.

Mesmo usando bem o câmbio, o tempo de resposta é sempre maior na retomada. A relação peso/potência é de 10,2 kg/cv com gasolina. Essa é uma das razões para o desempenho apenas razoável.

Na cidade, o desempenho é bom. Porém, é lenta a resposta em segunda marcha quando o carro está em velocidade bem baixa e a primeira marcha é muito forte.

O consumo registrado computador do VW Polo 170 TSI variou entre 8 km/l e 8,5 km/l com gasolina e ar ligado na cidade. Na estrada, o consumo de gasolina foi de 15 km/l com ar ligado.

O Polo manobra bem em garagem pelo diâmetro de giro menor (10,6 metros). Altura do solo de 15,3 centímetros possibilita trafegar em piso ruim sem danificar a parte inferior, mas a frente baixa esbarra em rampa na descida.

A suspensão tem boa calibragem e filtra bem as imperfeições do solo para dentro. Ajudada pelos pneus de perfil mais alto (65) com 12,02 centímetros de altura lateral que contribuem para o conforto a bordo.

Faróis com luz de LED iluminam muito bem, com bom alcance do facho baixo. Há a importante regulagem elétrica de altura do facho. Limpadores eficientes assim como os lavadores do para-brisa e vidro traseiro.

É equipado com quatro airbags, controles de tração e de estabilidade, assistente de partida em rampa, ar-condicionado, alarme, sistema de som, entre outros.

O que falta ao Polo 170 TSI é aceleração empolgante e mais rapidez na ultrapassagem. O prazer de dirigir nem a fabricante consegue tirar. O preço sugerido da versão TSI é de R$ 92.990 e da pintura metálica, de R$ 1.650. A garantia é de três anos.

As versões Comfortline e Highline mantêm o câmbio automático de seis marchas casado com o motor 170 TSI em vez de o 200 TSI.

Ficha técnica VW Polo 170 TSI 2023

Motor
De três cilindros em linha, transversal, 999 cm³ de cilindrada, turbo, flex, de 116 cv (etanol) de potência máxima de 4.500 a 6.000 rpm e de 109 cv (gasolina) a 5.000 rpm e torque máximo de 16,8 kgfm (e) de 1.750 a 4.250 rpm e de 16,8 kgfm (g) de 1.750 a 4.500 rpm

Transmissão
Tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas

Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência eletromecânica; diâmetro de giro, 10,6 metros

Freios
Disco ventilado na dianteira, e tambor na traseira

Suspensão
Dianteira, independente, do tipo McPherson, barra estabilizadora; traseira, eixo de torção; altura do solo, 15,3 cm

Rodas/pneus
5,5×15”de liga leve/185/65R15

Peso
1.112 kg

Carga útil (passageiros + bagagem)
398 kg

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,074; largura, 1,751; altura, 1,471; distância entre-eixos, 2,566

Capacidades (litro)
Porta-malas, 300; tanque, 52 

Desempenho
Velocidades máxima, 197 km/h (e), 193 km/h (g); aceleração até 100 km/h, 10,1 segundos (e) e 10,2 segundos (g)

Consumo (km/l)
Cidade, 9,6 (e)/14 (g); estrada, 11,5 (e)/16,4 (g)

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