VW Jetta GLI 350 TSI atrai pelo desempenho, acabamento refinado no interior, comportamento dinâmico e dirigibilidade. Há alguns deslizes em ergonomia e no acabamento do porta-malas. Leia o teste
Por Paulo Eduardo
Há carros que nos conquistam logo e outros apenas úteis para ir e vir, o direito sagrado de todos. O VW Jetta conquista à primeira vista. A versão esportiva do Jetta, denominada GLI, não traz o nome do modelo, e sim da versão.
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Linhas equilibradas, retilíneas e sem pretensão de causar furor, mas elegância. Rodas têm desenho que indicam movimento. A parte inferior do para-choque não tem pintura para levantar a traseira. Volkswagen usa esse artifício que funciona bem.
O carro importado do México tem quatro centímetros a mais em relação ao modelo anterior pelos novos desenhos dos para-choques.
O interior do VW Jetta GLI agrada pelo uso de material emborrachado no painel e forros de porta. Montagem e encaixes feitos cuidadosamente. Não há rebarbas e desencontros entre as peças. Iluminação adequada assim como a dos comandos, fáceis de visualizar à noite. Porta-luvas fica às escuras.
A tela sob o teto solar é perfurada e deixa passar a luz do sol, tornando compulsório o uso do ar-condicionado em dia quente. Curiosamente, tem acendedor de cigarro e cinzeiro.
Os bancos têm ótima anatomia, inclusive o traseiro. Os dianteiros têm ventilação, aquecimento e memória. As regulagens do banco do motorista são elétricas e há a importante lombar, que deixa a pelve em posição correta, diminuindo cansaço em percurso longo.
A maioria dos comandos está bem posicionada, exceto os de vidros recuados na porta do motorista. Isso ocorre no Polo, que é montado também na arquitetura MQB (Matriz Modular Transversal, traduzido do alemão). É característica dessa arquitetura, que tem alto nível de segurança.
Contraria a ergonomia, todas as configurações estarem concentradas no sistema multimídia, pois é preciso tirar os olhos da via para acioná-los. Entretanto, alguns comandos são físicos e ficam no console central, abaixo das saídas do ar-condicionado.
Volante bem dimensionado é revestido corretamente com material rugoso no local da pega, mas peca pelo excesso de comandos. Coluna é regulável em altura e distância, contribuindo para a posição correta ao volante.
O quadro de instrumentos é digital e configurável. Ar-condicionado tem duas zonas. Tela tátil do sistema multimídia é de 10,1 polegadas com conexão sem fio para Android e Apple, e conexão Wi-Fi pelo fone. O carregamento para celular é sem fio.
Banco traseiro do VW Jetta GLI tem acesso fácil, que é facilitado pelo grande ângulo de abertura das portas. Muito confortável para dois adultos que desfrutam de espaço suficiente para pernas, ombros e cabeça.
O encosto fracionado (1/3 e 2/3) aumenta a praticidade limitada do enorme porta-malas do sedã ao poder misturar bagagem e passageiro. É limitada por que a abertura pequena da tampa inviabiliza a colocação de volumes maiores, como caixas.
O acabamento da parte superior do porta-malas é no prime assim como o bojo do estepe. Inconcebível em carro de valor superior a R$ 200 mil. A tampa pode ser aberta por comando interno, na chave ou na tampa.
Há quatro modos de direção selecionáveis na tela ou no console: Normal, Sport, Eco e Individual. No modo Sport, a direção fica mais pesada e a troca de marcha ocorre em rotação mais alta.
No individual, podem-se alterar parâmetros de direção e dinâmica. No Eco, as trocas se dão em rotações mais baixas em busca de menor consumo. O modo Normal tem ajuste de fábrica de direção e troca de marcha.
O desempenho do VW Jetta GLI impressiona. São menos de sete segundos para atingir 100 km/h e velocidade máxima próxima de 250 km/h. Retomadas também são rápidas. A transmissão é DSG, dupla embreagem, de sete velocidades diante das seis anteriores, com trocas rápidas e quase imperceptíveis.
O motor 2.0 turbo tem comando de válvulas variável para admissão e escape, elevação variável da válvula de escape e injeção direta. O consumo de gasolina registrado no computador de bordo variou de 6 km/l a 7 km/l na cidade, e de 12 km/l a 13 km/l na estrada. Ambos com ar ligado.
O comportamento dinâmico seduz os que gostam de dirigir esportivamente. A suspensão traseira multilink é montada em subchassi de aço leve e tem ajuste esportivo. Por estar em posição mais baixa, ter molas rígidas e barra estabilizadora, a proposta é esportividade.
O conforto é penalizado um pouco em piso irregular pelas rodas grandes aro 18 e pneus de perfil baixo (45) quando ocorre transferência mais evidente das imperfeições.
O diferencial de deslizamento limitado tem sensor de torque controlado eletronicamente que avalia dados de velocidade e força (G) lateral, fazendo ajustes para equilibrar o torque entre as rodas dianteiras e transfere mais força para a roda com mais capacidade de tração na curva, aumentando a velocidade.
A direção do Jetta é comunicativa. Assistida eletricamente e variável, modula conforme a velocidade e o ângulo de viragem. Fica leve em manobra e responde mais rápido em curva, ficando mais direta em velocidade mais alta. São apenas 2,1 voltas de um batente ao outro.
Os freios a disco nos dois eixos cumprem muito bem a função e param o carro tão rápido quanto ele roda. Faróis com luz de LED iluminam muito bem no baixo e no alto, que tem regulagem automática de facho. Há também frenagem automática de emergência. Os limpadores do para-brisa e lavadores são eficientes.
O VW Jetta GLI está equipado com seis airbags (frontais, laterais e de cortina), detector de fadiga, controle adaptativo de velocidade e distância, desliga/liga motor em paradas, frenagem pós-colisão, retrovisores externos com desembaçador e interno eletrocrômico, sensor de chuva, freio de estacionamento elétrico, câmera de ré, partida sem chave, entre outros.
O VW Jetta, que é o Golf sedã, agrada pelas qualidades e o prazer de dirigir. O preço sugerido é de R$ 215.230 e a pintura metálica, de R$ 2 mil. A garantia é de três anos sem limite de quilometragem.
Ficha técnica VW Jetta GLI 350 TSI
Motor
De quatro cilindros em linha, transversal, 1.984cm³ de cilindrada, 16 válvulas, turbo, gasolina, de 231 cv de potência máxima de 5.000 rpm a 6.200 rpm e torque máximo de 35,7 kgfm de 1.500 rpm a 4.400 rpm
Transmissão
Tração dianteira e câmbio automatizado de sete marchas de dupla embreagem
Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência eletromecânica; diâmetro de giro, 11,1 metros
Freios
Disco ventilado na dianteira; disco sólido na traseira
Suspensão
Dianteira, independente, tipo Mc Pherson, barra estabilizadora; traseira, multilink, barra estabilizadora; altura do solo, 15,8 centímetros
Rodas/pneus
7,5 x 18”de liga leve/225/45R18
Peso
1.476 kg
Carga útil (passageiros + bagagem)
524 kg
Dimensões (metro)
Comprimento, 4,747; largura, 1,799; altura, 1,478; distância entre-eixos, 2,680
Capacidades (litro)
Porta-malas, 510; tanque, 50
Desempenho
Velocidade máxima (km/h), 249; aceleração até 100 km/h (segundos), 6,7
Consumo (km/l)
Cidade, 9,9/ estrada, 12,2
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