[Teste] Honda City Touring 2022: mais encorpado e seguro

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Sedã compacto fica maior, evolui em ergonomia e na estrutura da carroceria. O motor 1.5 flex tem alterações no cabeçote e passa a ter injeção direta de combustível. Leia o teste

Por Paulo Eduardo

O Honda City sedã teve as dimensões aumentadas para obter sucesso na sucessão do médio Civic, que não é mais fabricado no país. Modelo cresceu em comprimento (9,4 cm) e largura (5,3 cm). Ficou mais baixo 8 milímetros, que é quase imperceptível.

A distância entre-eixos (2,60 metros) não teve alteração. A carroceria 4,3 quilos a menos e a rigidez de torção aumentou 20,4% na parte frontal com uso de aços de alta resistência.

Novidade na versão Touring, a topo de linha, é o sistema de tecnologias e assistência ao motorista denominado Honda Sensing que inclui controle de velocidade adaptativo, sistema de frenagem automática que identifica veículos e pedestre à frente ou em sentido oposto.

O Sensing inclui ainda assistente de permanência na faixa com ajuste na direção; sistema de saída pista com interferência na direção e o farol alto automático que muda para o facho baixo para não ofuscar motorista de carro à frente ou em sentido contrário.

Há seis airbags, controles de tração, estabilidade e de partida em rampa. Freios muito bons param o carro em espaço de segurança.

 O porta-malas tem capacidade de 519 litros diante dos 485 litros da geração anterior. Pode ser aberto por comando interno, na chave ou na tampa. Estepe é temporário e acabamento sob o forro do porta-malas está no prime.

O cromado em toda a extensão da frente é para dar ares de sofisticação. O conjunto ficou atraente. O quadro de instrumentos de sete polegadas é configurável no lado esquerdo com opções de diversas funções e o velocímetro fixo no lado direito.

Falta o indicador de temperatura do líquido de arrefecimento do motor, substituído por luz espia que acende quando a temperatura já está subindo. A tela do sistema multimídia de oito polegadas tem algumas funções.

Para o bem da ergonomia, os comandos do ar-condicionado automático digital podem ser acessados fora dela. O volante tem aro de espessura ideal para não comprimir o tecido mole das mãos e está corretamente revestido com material rugoso, que evita deslize acidental.

Porém, concentra comandos de áudio, fone, computador de bordo, controle de velocidade e assistente de permanência em faixa. Assim, é preciso tirar os olhos da via para acioná-los. Coluna de direção é regulável em altura e distância.

Painel central em plástico duro tem montagem e encaixes benfeitos. Porta-luvas sem iluminação destoa na versão topo de linha.

Os bancos do Honda City Touring 2022 têm ótima anatomia, outra evolução, e não provocam cansaço em percurso longo. Assentos compridos apoiam bem as pernas. Forração dos bancos em material sintético de cor clara sofistica o ambiente, mas não permite transpiração.

Comandos dos vidros bem posicionados no puxador da porta do motorista com material macio nos forros das quatro portas. Muito boa é a ergonomia de maneira geral. Iluminação do habitáculo é mediana. Há luz no centro do habitáculo e duas luzes de leitura na frente.

Retrovisores bem dimensionados e fixados na porta em vez de na base da coluna A (dianteira) contribuem para a boa visibilidade.

Outro recurso é o denominado Lane Watch, com câmera no retrovisor direito, que exibe imagens do entorno. Retrovisor interno é eletrocrômico. Há duas entradas USB e uma tomada de 12 volts na frente e outra atrás.

Banco traseiro tem bom espaço para pernas, mas acesso requer abaixar, e é confortável para dois adultos e criança no centro. Encosto traseiro é bipartido (1/3 e 2/3) e pode-se misturar passageiro e bagagem. Apoios de cabeça são fixos no banco traseiro.

Limpadores são eficientes, mas lavadores nem tanto. Poderiam ser do tipo spray, que espalham a mistura água/xampu em todo o para-brisa.

Apesar de a Honda ter feito alterações na suspensão e os amortecedores terem stop hidráulico, que evita o som da pancada seca sobre imperfeições do piso, o rodar é áspero devido aos pneus de perfil baixo com apenas 10,17 centímetros de altura do flanco.

O Honda City Touring 2022 tem bom comportamento dinâmico com pouca movimentação da carroceria e direção com boa calibragem em manobra e em movimento. O câmbio CVT de sete marchas simuladas tem trocas manuais por meio de aletas no volante.

Ocorre redução ao acionar os freios em descida. Na tecla S, as trocas de marchas se dão em rotações mais altas e no modo Eco é o inverso, com marchas trocadas em rotação mais baixa privilegiando o consumo. Pode-se usar o modo S (esportivo) como freio-motor e poupar freios.

O motor de alumínio teve alterações significativas na parte superior (cabeçote). Além do sistema i-VTEC, que varia a amplitude e duração da abertura das válvulas, o sistema VTC controla o tempo de variação do comando de admissão.

Esses sistemas trabalham em conjunto e atuam tanto na redução do consumo em baixa rotação quanto na potência em alta. A injeção de combustível passa a ser direta no cilindro em vez de indireta no coletor de admissão.

Isso aumentou a potência para 126 cv com etanol e gasolina diante dos 115 cv/116 cv com injeção indireta. O torque aumentou de 15,2 kgfm com gasolina para 15,5 kgfm e de 15,3 kgfm para 15,8 kgfm com etanol.

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O ganho de potência é percebido no desempenho, que não chega a ser empolgante, mas coerente para um sedã familiar. O consumo registrado no computador de bordo foi de 7,3 km/l na cidade e de 15 km/l na estrada, ambos com gasolina.

Nem mesmo os materiais antirruídos sob o capô e no painel de fogo evitam o ruído do conjunto câmbio CVT/motor que atinge o habitáculo em alta rotação, principalmente no kick-down (acelerador totalmente pressionado).

Os faróis com luzes de LED iluminam muito bem e há regulagem elétrica de altura do facho, que é importante em carro de porta-malas grande. O facho baixo poderia ter um pouco mais de alcance, apesar de o alto ser acionado automaticamente em ambientes de pouca luz.

Os faróis auxiliares também têm luz de LED.

O Honda City Touring 2022 tem, além dos itens de segurança, outros de conforto e conveniência, como destravar/travar portas e partida sem chave, vidros com um toque para abrir/fechar, rebatimento elétrico dos retrovisores, sistema multimídia sem fio compatível com Android e Apple. Navegação não é nativa.

O preço sugerido do Honda City sedã na versão Touring é de R$ 123.100. A garantia é de três anos sem limite de quilometragem.

Ficha técnica Honda City Touring 2022

Motor
De quatro cilindros linha, flex, 1.497 cm³ de cilindrada, com potências de 126 cv (etanol/(gasolina) a 6.200 rpm e torques máximos de 15,8 kgfm (etanol) e 15,5 kgfm (gasolina) a 4.600 rpm

Transmissão
Tração dianteira e câmbio CVT de infinitas relações e sete marchas simuladas

Direção
Tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica; diâmetro de giro, 10,6 metros

Freios
Disco ventilado na dianteira e a tambor na traseira

Suspensão
Dianteira, McPherson, barra estabilizadora; traseira, barra de torção; altura do solo, 14,4 cm

Rodas/pneus – 6×16” de liga leve/185/55R16

Peso
1.170 kg

Carga útil (passageiros+ bagagem)
425 kg

Capacidades
Tanque, 44 litros; porta-malas, 519 litros

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,549; largura, 1,748; altura, 1,477; distância entre-eixos, 2,60

Desempenho
Velocidade máxima, 175 km/h (e/g); aceleração até 100 km/h, 10,8 segundos (e/g)

Consumo (km/l)
Urbano, 9,2 (e) e 10,5 (g); estrada, 13,1 (e) e 15,2 (g)

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