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Voltswagen: O dia que a VW foi pega na mentira

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Depois do escândalo do Dieselgate, Volkswagen apronta novamente no mercado americano ao sugerir que iria trocar seu nome para Voltswagen

Por Marcelo Jabulas

Era para ser uma obra-prima do marketing, mas se transformou numa das maiores lambanças da Volkswagen. A história começou no dia 30 de março, quando a filial norte-americana anunciou que a marca passaria a se chamar Voltswagen. Tratava-se de uma estratégia para marcar o lançamento comercial do SUV elétrico ID.4.

Até aí tudo perfeito, pois a troca das consoantes fazia uma alusão a voltagem. Em 2003, ela trocou o W de Wolfsburg pelo G e formou Golfsburg para simbolizar a mudança de geração do Golf. Mas no caso do Voltswagen a coisa foi diferente.

A começar que na manhã do dia 30, a VW dos Estados Unidos divulgou um comunicado sobre a modificação do nome. O texto contava com declaração do presidente da falial, Scott Keogh. “A ideia de um ‘carro do povo’ é a própria estrutura do nosso ser. Dissemos, desde o início de nossa mudança para um futuro elétrico, que construiremos VEs para milhões, não apenas para milionários. Esta mudança de nome significa um aceno ao nosso passado como o carro do povo e nossa firme convicção de que nosso futuro será ser o carro elétrico do povo”, registrou o CEO da então Voltswagen of America.

O problema é que não demorou muito para o alarme soar em Wolfsburg. Em seguida veio um desmentido de que tudo não passava de uma brincadeira de 1º Abril. O problema é que a piada veio em tom de seriedade dois dias antes do Dia de Mentira.

E na tentativa de remediar o que não tem remédio, a VW disse que a piada foi emitida antes da hora. Nesse caso nem dá para colocar a culpa no pobre do estagiário, afinal o texto continha declaração do CEO da empresa. Ou seja, todo mundo lá dentro da Volks (ou Volts) sabia do teor do comunicado.

“A Volkswagen das Américas desenvolveu e implementou uma campanha de marketing para chamar atenção para a e-ofensiva e o lançamento do ID.4 nos Estados Unidos. Desde o início, a intenção era aumentar no país o conhecimento de um problema corporativo e industrial importante. Já houve campanhas similares em Wolfsburg: em 2003, a renomeação temporária de Wolfsburg para Golfsburg chamou a atenção para o lançamento do Golf de então. As muitas respostas positivas nas redes sociais mostram que alcançamos esse objetivo”, explica o comunicado, agora oficial.

Mas já era tarde e a Caixa de Pandora estava aberta. As reações foram imediatas, primeiramente por parte da imprensa que, no início do dia, tinha confirmado a história com a montadora e depois precisou corrigir a informação.

Claro, que os colegas não deixariam barato e tirariam da caixa o fantasma do Dieselgate, escândalo que envolveu mais de 11 milhões de carros, inclusive no Brasil. Para quem não se lembra o episódio eclodiu nos EUA. Entre 2008 e 2015 a VW adicionou um sistema na central eletrônica dos seus carros a diesel, que era capaz de “saber” quando estavam passando por um teste de emissão.

Assim, a central ajustava o motor para operar de forma que as emissões de gases fossem satisfatórias para atender a legislação. O problema é que as mesmas autoridades perceberam que no uso comum o comportamento dos motores era diferente. Aí foi só seguir o fio do novelo. O resultado foi um prejuízo de mais de U$ 30 bilhões e a desconfiança geral do consumidor norte-americano.

Mercado

Com o anúncio da Voltswagen os papéis da VW subiram nos EUA, com valorização de 5% e chegando a bater picos de 10%. Afinal, a eletrificação da indústria automotiva é a nova galinha dos ovos de ouro. Todo mundo quer ter ações de uma nova Tesla.

No entanto, o Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que supervisiona o mercado de ações nos EUA, está de olho na lorota, que pode ter sido vista como uma manobra premeditada para valorização dos papéis da VW. Ou seja, há o risco de Volks ser acionada judicialmente por ter estimulado uma corrida para aquisições de papéis usando uma informação incorreta.

Dessa vez, a mentira teve perna curta demais.

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