Stevan Gaipo é um comediante mineiro que faz humor com os carros dos trabalhadores brasileiros
Stevan Gaipo - Auto Pobre
Foto | Débora Gaipo

No YouTube existem diversos canais brasileiros que falam de carros e neles é possível observar um padrão: tem os jornalistas trazendo as novidades e fazendo avaliações, a galera dos carros preparados mostrando os projetos, os canais de carros de luxo em seu universo paralelo e os colecionadores mostrando seus antigos. Existem alguns canais de humor, mas sem o mesmo destaque.

No início de fevereiro o comediante mineiro Stevan Gaipo soltou em seu canal o primeiro episódio do Auto Pobre, uma sátira do programa matinal Auto Esporte da Globo. Esse é mais um da série de sátiras de programas da TV aberta feitos pelo comediante, que faz versões “de pobre” de formatos conhecidos – como talk-shows, game-shows e reportagens.

“Se for ver, tem um monte de coisa para fazer.
Mas também não precisa fazer nada”

O Auto Pobre começou com uma avaliação de um Gol G4 que estava emprestado para o pai de Stevan. O carro não estava em perfeito estado e tinha alguns defeitos para resolver e soluções técnicas alternativas, mas ainda assim servia para levar seu dono para trabalhar. A ideia do programa é exaltar esses carros, que precisam estar rodando para ajudar o trabalhador brasileiro que não tem condições de comprar um carro novo.

Seguindo a linha de satirizar os programas automotivos da televisão, o Auto Pobre costuma fazer testes de desempenho em suas avaliações para mostrar as capacidades do carro de pobre. Mas o destaque é mostrar as gambiarras e, quando possível, as histórias do dono com o carro. Sempre sem deixar de valorizar o trabalhador brasileiro que precisa fazer o que dá para trabalhar e manter seu carro.

“Um carro que não acaba, porque o que
tinha que acabar já acabou.”

Stevan conta que não chega com um roteiro pronto, apenas tem um contato antes para conhecer as particularidades do carro e as piadas surgem. Assim como acontece com as histórias, mineiro gosta de um bom papo e em episódios onde o dono está junto a conversa desenrola com as histórias contadas.

As gambiarras, digo, soluções técnicas, são o destaque do programa. Como peças novas de carros antigos podem ser difíceis de encontrar ou caras, os donos precisam usar a imaginação para manter o carro rodando para poder trabalhar. As que mais chamaram a atenção do humorista foram um sistema para destrancar o capô de um Escort, usando uma argola presa num arame dentro da caixa de roda; e o uso de pedaços de chinelo no cofre do motor de um Chevette para o capô não ficar batendo.

“Não há nada no carro do trabalhador
brasileiro que não possa ser resolvido com arame”

No início Stevan conseguia os carros emprestado e muitas vezes ia ao dono pedir para gravar, com o sucesso do programa pessoas começaram a procurar o comediante oferecendo seus carros ou indicando de conhecidos. Os fãs também sugerem gambiarras para resolver problemas dos carros ou contam sobre as suas. Segundo o comediante a recepção foi melhor que o esperado, principalmente entre o público mais ligado com carros.

E ele não poderia ficar sem o seu carro de trabalhador, Stevan é dono de um Fusca 1974 e aprendeu o que sabe de mecânica com esse carro. O Fusca está sempre presente nos vídeos e inclusive estrelou alguns. Stevan conta que lembra de seu pai sempre tendo carros usados, dentre eles um Escort, um Corcel e um Fiat 147 ganhado em uma rifa.

Apesar de todo o sucesso do Auto Pobre, Stevan Gaipo não pretende tornar isso seu principal programa e quer continuar fazendo seus outros conteúdos de sátira da televisão e stand up. Por conta da pandemia o programa está suspenso, mas o comediante garante que não acabou. Ele revelou que ainda está pensando em como continuar o Auto Pobre, podendo fazer em temporadas. Mas a apreciação do carro do trabalhador brasileiro não vai acabar, isso Stevan Gaipo garante. Quem quiser acompanhar o trabalho do humorista pode segui-lo em perfil no Instagram ou no YouTube.

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