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15 carros que ficaram na promessa

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Tem muitos automóveis que foram até anunciados oficialmente, mas que até hoje aguardamos sentados

Por Fernando Miragaya

O setor automotivo deixa muita gente animada (em especial, jornalistas como esse que vos escreve) com lançamentos, segredos e novidades. Mas alguns frissons causados pelas próprias montadoras terminaram em frustração. Foram carros que ficaram na promessa, apesar de terem sido até anunciados oficialmente em algumas ocasiões.

E não são poucos os exemplos, nem as épocas. Tem SUV prometido recentemente, sedã mais luxuoso que chegou a ter apresentação para a imprensa e até esportivos que foram acelerados na pista, entre outros exemplos. Veja alguns carros que ficaram na promessa – e fabricantes também.

1. Renault Koleos

A atual geração do SUV médio da marca francesa foi anunciada oficialmente para o Brasil. O lançamento ocorreria no primeiro trimestre de 2017 e o modelo seria importado da Coreia do Sul – onde é vendido como Samsung QM7 e usa a plataforma CMF-CD do atual Nissan X-Trail.  Teria motor 2.5 de 170 de origem da marca japa.

Um grupo de jornalistas especializados chegou a ser convidado pela Renault brasileira para fazer a avaliação do carro nos arredores de Paris. Porém, a estreia foi adiada mais duas vezes e a importação acabou descartada devido à alta do dólar.

2. Fiat Bravo

Aqui falamos da variante duas portas da geração do hatch médio feita entre o fim dos anos 1990 e a década de 2000. O Brava, que era a configuração quatro portas, foi produzido em Betim (MG) e o Bravo seria importado da Itália. A Fiat falou, inclusive, em uma versão esportiva HGT. Porém, estamos esperando por ele até hoje…

O Bravo acabou produzido no Brasil, mas já na sua segunda geração e nos anos 2010. Ah, e sempre com quatro portas. O suspiro de esportividade ficou para as versões com o motor turbo T-Jet 1.4 16V de 152 cv e torque máximo de 21,1 kgfm entre 2.250 e 4.500 rpm, que chegava a 23,0 kgfm a 3.000 rpm quando a tecla overboost era acionada.

3. Peugeot 301

Quando modelos como Renault Logan, Chevrolet Cobalt e Nissan Versa faziam sucesso pelo preço de compacto e espaço de médio, a Peugeot estudava disputar esse segmento com o 301. Projeto desenvolvido para mercados emergentes e com porta-malas com mais de 500 litros, usava a plataforma do antigo 208 produzido em Porto Real (RJ). O modelo, porém, perdeu o bonde da história.

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Curiosamente, a marca francesa diz oficialmente que nunca houve planos do 301 para o mercado brasileiro. Acontece que, em 2013, Gilles Le Borgne, diretor mundial de desenvolvimento da PSA Peugeot-Citroën, disse a jornalistas brasileiros no Salão de Genebra daquele ano que a holding estava “trabalhando para adaptar o modelo ao mercado brasileiro”. Ou seja, virou um dos carros que ficaram na promessa.

4. Chevrolet Volt

Em 2013 carro elétrico ainda era uma realidade distante do Brasil e a Chevrolet alardeava para o Volt. Verdade que não era um elétrico literalmente, mas um híbrido plug-in. O sedã usa dois motores elétricso e a General Motors diz que o motor 1.4 a combustão não traciona as rodas, apenas fornece energia às baterias caso a carga acabe no meio da rua. Desta forma, a autonomia era prometida para 500 km.

Detalhe é que o Volt chegou a aparecer no site brasileiro da marca durante um bom tempo e sob a palavra “Futuro”. Fato é que o futuro nunca veio e, apesar de ter sido avaliado por vários veículos de imprensa, o Volt ficou só na promessa. O futuro da Chevrolet só apareceu mesmo em 2018, com a apresentação oficial do totalmente elétrico Bolt para o nosso mercado, que começou a ser vendido em 2019.

5 e 6. Nissan Qashqai e Juke

Em 2015 a Nissan chegou a levar um grupo de jornalistas para dirigir SUVs da marca na Inglaterra e prometeu a importação de três crossovers até o ano seguinte. Um deles era o Juke, o misto de hatch parrudo e utilitário compacto que tem desenho diferentão. O outro era o Qashqai, um pouco maior e mais sofiticado para brigar na faixa onde hoje o Jeep Compass domina.

Enfim, foram mais dois carros que ficaram na promessa para o nosso país. Ah, o terceiro elemento não entrou na lista porque a marca diz que ainda pretende trazer o X-Trail (também chamado de Rogue), nem que seja híbrido – o presidente da Nissan no Brasil, Marco SIlva, ratificou isso em 2018. O SUV médio, inclusive, será renovado, já teve sua patente registrada aqui e pode chegar nesta versão a combustão/elétrica acima dos R$ 200 mil para brigar com Toyota RAV4 e o futuro Ford Escape Hybrid. Falta combinar com o dólar.

7. Kia Cerato hatch

No início dos anos 2010, a Kia vendia bem no Brasil e tinha planos ambiciosos. Um deles era trazer o Cerato em sua configuração hatch para brigar em um segmento que ainda tinha peso no mercado e rivais como Citroën C4, Fiat Bravo, Chevrolet Cruze Sport6 e Peugeot 308. O Inovar Auto, porém, mudou tudo.

Sem produção no Brasil e com limitação para trazer importados sem a sobretaxa de mais 30%, o Grupo Gandini (representante dos sul-coreanos) resolveu rever os lançamentos. Desistiu de trazer o hatch para não sacrificar a venda de modelos como Picanto, Sportage e do próprio Cerato sedã.

8. Hyundai Veloster Turbo

Lembra que em 2011 choveram piadas sobre a propaganda do Veloster, que indagava se o público conhecia carros de três portas? As respostas, claro, apontavam a velha Kombi… Mas o fato é que em 2014 o Grupo Caoa (representante dos importados da marca) exibiu a versão esportiva do hatch-cupê no Salão de São Paulo daquele ano e prometeu o carro para 2015.

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Como não se animar com aquela notícia? O Veloster Turbo tinha motor de 204 cv e seria uma resposta às críticas ao modelo aspirado, que já tinha deixado de ser vendido (2013) com seu motor de HB20 (128 cv), mas cuja potência declarada não condizia com a real (lembram dessa treta?). Contudo, foi mais um dos carros que ficaram na promessa por causa especialmente do dólar. Se serve de afago, duas unidades desse modelo foram trazidas para homologação. 

9. Citroën C2

Vamos voltar um pouco mais no passado, a 2003. O C2 era um hatch menor que o C3 que a Citroën começara a produzir no Brasil, e o presidente da marca francesa, Sergio Habib (hoje CEO da JAC Motors) avisou que ao carrinho seria importado para ser uma espécie de vitrine de esportividade. Chegaria na versão VTR com motor 1.6 16V de 110 cv.

O problema foi quando a turma francesa pegou a calculadora. Mesmo com o dólar estável, o automóvel era caro de produzir lá fora e também de importar. Na tabela, ficaria acima do C3. Obviamente, tornou-se mais um daqueles carros que ficaram na promessa como tantos outros.

10. Dodge Trazo

O anúncio de lançamento do Trazo provocou surpresa e desconfiança. Afinal, o Grupo Chrysler confirmou a venda desta versão Dodge do Tiida Sedan no Brasil em 2009, meses depois do pedido de falência da montadora nos EUA na esteira da crise financeira do ano anterior. O modelo viria do México com o mesmo motor do Nissan, o 1.8 16V.

Obviamente, se tornou um dos carros que ficaram na promessa. A culpa aqui foi mesmo o momento conturbado da empresa, que só viveria dias melhores anos depois, após a aquisição da Chrysler pelo Grupo Fiat, formando a FCA.

11. Renault Mégane R.S.

Entre os carros que ficaram na promessa há muitos casos de modelos que tiveram até apresentação oficial à imprensa. Um deles foi esta versão esportiva do Mégane europeu. Com motor 2.0 turbo de 265 cv, foi lançado em 2014 em uma pista de aeroporto no interior paulista, onde os presentes puderam pisar fundo e tirar à prova números de aceleração.

Restou apenas este gostinho para quem teve a sorte de dirigir. O dólar mais uma vez foi o motivo oficial para o carro não ser comercializado nas revendas. Resta-nos o Sandero R.S., único representante da linhagem esportiva da marca por aqui atualmente.

12. Fiat 500X

Justiça seja feita, o 500X sempre ficou condicionado ao dólar. Desde 2014 os executivos da marca italiana “namoram” a versão crossover do Cinquecento para o Brasil, mas ressaltaram que o câmbio teria de estar favorável. Feito na mesma plataforma do Jeep Renegade, chegou a ser mostrado no Salão de São Paulo em 2018 – dizem que os concessionários já faziam pedidos, inclusive.

Bem, o dólar realmente ficou proibitivo. A marca optou pela praticidade, já desistiu de trazer o 500X e para preencher a lacuna de SUVs compactos, vai atacar logo com duas soluções caseiras e feitas no Brasil. O jipinho sobre a plataforma do Argo chega em 2021, enquanto o SUV baseado no carro-conceito Fastback ficou para 2022.

13. Peugeot 308 europeu

O 308 argentino nem bem esquentou lugar na linha de produção da PSA Peugeot Citroën na Argentina (estreou em 2012) e um ano depois uma nova geração surgia na Europa. A marca francesa fez que não era com ela e promoveu uma reestilização no carro do Mercosul em 2015, enquanto anunciava que traria os exemplares do Velho Mundo para brigar na parte de cima do segmento.

Algumas unidades chegaram a ser importadas, mas a verdade é que esse mercado fez com que o 308 europeu nunca chegasse à rede. A Peugeot pisou no freio e reviu suas estratégias, uma vez que a categoria de hatches médios já dava sinais de declínio forte nas vendas. Fez certo, porque o 308 argentino deixou de existir em 2019 e hoje o segmento só tem como representante solitário o Chevrolet Cruze.

14. Chevrolet Malibu 8 e 9

Calma, o Malibu foi vendido aqui sim, entre 2010 e 2012 em sua sétima geração, quando tentou concorrer com o Ford Fusion, que então dominava o segmento, mas as demais renovações foram outros carros que ficaram na promessa. Isso mesmo, a General Motors ensaiou duas vezes a comercialização do Malbiu, o que não aconteceu.

ENTENDA: COMO FAZER O MOTOR DURAR MAIS

No Salão de Detroit de 2013, a marca garantiu o Malibu 8 para cá e até fez test drive com jornalistas brasileiros na cidade estadunidense. Passados alguns anos, foi a vez do anúncio da nona geração do sedã médio-grande, em 2017. O dólar disparou e foi cruel para a viabilidade do três-volumes por aqui.

15. Mercedes-Benz Classe X

Essa é uma promessa que foi afetada pelo fracasso global do projeto. Em 2017 a Mercedes mostrou sua primeira picape média, a Classe X. Era fruto de uma parceria global com Nissan, Mitsubishi e Renault, de uma plataforma conjunta com as novas Frontier e L200, e ainda a inédita Alaskan. Ainda seria feita no Mercosul e vendida no Brasil. Porém, o caldo começou a entornar em 2018, quando a produção na Argentina foi descartada devido aos altos custos do modelo da marca alemã.

Em fevereiro de 2020, menos de três anos depois de lançada, a Classe X chegou ao fim e se tornou um dos maiores micos da história da indústria automobilística. Na única fábrica que a recebeu, a de Barcelona, na Espanha, foram produzidas apenas 8 mil picapes da Mercedes – de um total de 38 mil unidades feitas nesta plataforma por todas as marcas. Curiosamente, a unidade de Córdoba, na Argentina, começou a fabricar a Frontier vendida no Brasil, em 2018 e, recentemente, a Alaskan.

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