InícioMarcasFiatFiat 45 anos: 9 carros da fabricante que marcaram época no Brasil

Fiat 45 anos: 9 carros da fabricante que marcaram época no Brasil

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Autos Segredos selecionou alguns dos modelos mais relevantes da marca, que hoje tem cinco dos 10 carros mais vendidos do país e pode retomar a liderança em emplacamentos de veículos novos em 2021

A Fabbrica Italiana Automobili Torino já havia passado por poucas e boas quando decidiu se instalar no Brasil. Inaugurada em 9 de julho de 1976, a fábrica da empresa em Betim produziu – por meio de suas máquinas e colaboradores – alguns dos modelos mais emblemáticos da história da indústria automobilística nacional. E isso “fora do eixo”, já que a cidade mineira fica distante do ABC paulista.

No entanto, a decisão dos italianos se mostrou mais do que acertada. Atualmente, a unidade da fabricante em Betim é um dos maiores complexos automotivos do mundo, com capacidade para produzir até 800 mil veículos por ano. Número mais do que justo, pois a marca, que hoje pertence à Stellantis, tem cinco dos 10 carros mais vendidos do país. Com isso, aliás, caminha para retomar a liderança em emplacamentos de automóveis e comerciais leves, perdida há cinco anos.

Até junho, a Fiat já havia comercializado 223 mil veículos novos. A marca fechou o primeiro semestre com participação de mercado de 22,2%, muito à frente da vice-líder Volkswagen – com market share de 16,4%. Segundo a própria empresa, estes são seus melhores seis primeiros meses do ano desde 2013.

A rica história da Fabbrica Italiana Automobili Torino no país, claro, não se limita a números. A marca já lançou, como já comentamos, inúmeros modelos relevantes e algo ousados em nosso mercado. Por isso, Autos Segredos selecionou nove carros produzidos pela Fiat que marcaram época no Brasil. É claro que a empresa fez muito mais veículos relevantes. Esta é apenas a nossa pincelada nos 45 anos de sua jornada por aqui.

147

Fiat 147 em Ouro Preto
Foto | Fiat/Divulgação

Baseado no 127, o 147 mostrou logo de cara que a Fiat, de fato, apostava em tática distinta das demais marcas que comercializavam veículos no Brasil à época. O modelo trouxe soluções revolucionárias para o mercado nacional da década de 1970. Com seus 3,63 m, foi o primeiro automóvel do país com motor transversal dianteiro. Com isso, mesmo sendo bem menor que a concorrência, tinha aproveitamento de espaço super otimizado.

O compacto também era dotado de outros quesitos inovadores para a época, como suspensão independente nos dois eixos, freios a disco na frente e até desembaçador elétrico do vidro traseiro. Além disso, foi pioneiro na inauguração da “Era a álcool” no Brasil, sendo o primeiro veículo em série a ser abastecido com o combustível. Tal se deu em julho de 1978. Embora tenha causado alguns transtornos aos proprietários, não se pode tirar o mérito do 147 “Cachacinha”, como ficou conhecido.

Para completar, a Fiat se aproveitou da estrutura do 147 para “gerar” uma família de novos modelos. Dele, veio o furgão, em 1977, e, em 1978, o veículo do qual falaremos abaixo.

Carros da Fiat: 147 Pick-Up

Fiat 147 Pick-up
Foto | Júlio Max/Auto Realidade

A Fiat apresentou o 147, recortado na coluna B, no Salão do Automóvel de 1978. Esta, sem dúvidas, é a derivação mais relevante do pequenino. A 147 Pick-Up (ou City) usava os mesmos motores 1.05 e 1.3 do modelo que lhe deu origem. Se não foi um sucesso arrebatador em vendas, tem sua importância por ter inaugurado o segmento das picapes compactas no Brasil. Vale lembrar que a GM perdeu essa oportunidade, anos antes, com uma derivação do Opala que já estava praticamente no esquema para ser lançada.

No início de sua jornada no mercado, a 147 Pick-Up tinha os mesmos 2,22 m de entre-eixos do 147 hatch. Em 1981, contudo, passou a tomar como base Fiorino e Panorama, e seu entre-eixos passou para 2,58 m. Com isso, a capacidade de carga foi ampliada para 450 kg.

Panorama

Fiat Panorama
Foto | Fiat/Divulgação

A Panorama tinha em evidência os “jeitinhos brasileiros” que a Fiat usou (e usa até hoje) para se dar bem em nosso mercado. Ressalto no teto a partir da coluna B fazia com que a capacidade de carga do modelo fosse ampliado – e lhe garantia porta-malas de excepcionais 669 litros. Além de garantir seu nicho em nosso país, a perua foi exportada para alguns países da Europa e da América Latina equipada com motor 1.3 a diesel.

Embora tenha sua relevância por ser inovadora, a Panorama teve vida curta. Foi feita de 1980 a 1986, quando abriu espaço para a Elba – uma derivação do mais moderno Uno. Antes disso, em 1983, o modelo chegou a passar por reestilização, recebendo a frente do 147 repaginado. Ganhou também câmbio manual de cinco marchas.

Carros da Fiat: Uno 1.5R

Antes de falarmos desta versão em específico, falemos do modelo como um todo. O Uno é o carro mais vendido da história da Fiat no Brasil, com quase 3,4 milhões de unidades comercializadas e, não à toa, revolucionou o segmento de entrada no país. Ele chegou em 1984 com o principal predicado que fazia dos carros da marca italiana um sucesso por aqui: o excelente aproveitamento do espaço interno.

No entanto, o pequenino desenhado por Giorgetto Giugiaro trazia mais. Tinha motor transversal, enquanto o Volkswagen Gol seguia com arquitetura longitudinal. Apresentava também suspensão que lhe conferia uma pegada de valente, com feixe de molas semielípticas na transversal. Se hoje é considerada tecnologia antiquada, ainda é das mais eficientes.

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Mas vamos à versão específica do “botinha ortopédica”. O Uno 1.5 R tinha uma carinha, claro, super agressiva. As faixas na carroceria e as rodas exclusivas davam ao modelo uma pinta de malcriado, de “aborrescente” mesmo. Já o motor 1.5, de carburação dupla e 86 cv, dava ao hot hatch a astúcia da juventude. Para fechar, os amortecedores pressurizados lhe conferiam uma sagacidade nas curvas absurda. O carrinho as contornava com uma facilidade incrível.

Modelo mais rápido da Fiat à época, o Uno 1.5 R foi o esportivo nacional mais próximo dos reles mortais nos anos 1980. Lançado em 1987, o modelo saiu de linha poucos anos depois por ter ficado para trás ante a concorrência. Sua tocada, todavia, jamais deixou de ser divertida.

Carros da Fiat: Tempra

Fiat Tempra
Foto | Fiat/Divulgação

No segundo semestre de 1991, chegava ao mercado brasileiro o Fiat Tempra, sedã médio da fabricante italiana que, com tempero brasileiro, faria história e marcaria corações. Seu desenho esguio desaguava em um bom coeficiente aerodinâmico (Cx) para a época, de 0,28. Também herdado do Tipo e favorecido pelo seu formato era o excelente espaço interno com acesso facilitado, dispondo de amplo espaço tanto para passageiros quanto para bagagem (500 litros). Embora mantivesse a largura (1,695 metro) e a distância entre eixos (2,54 m) do Tipo, o Tempra era bem mais longo, com 4,35 metros contra 3,95 de seu irmão de plataforma.

Um dos sedãs mais desejados de sua época, o modelo tinha visual fluido e elegante. Condizente com as tendências para um três volumes de quatro portas daquele período, o Tempra fora desenhado por Ercole Spada no estúdio IDEA, também do país da bota. Com linhas retilíneas, apresentava traseira curta e elevada típica dos modelos italianos. Uma beleza.

Carros da Fiat: Marea

carros da fiat Marea
Foto | Fiat/Divulgação

Tudo bem. O Marea foi (e ainda é) alvo de comentários maldosos. O substituto do Tempra começou a ser vendido por aqui em maio de 1998, praticamente idêntico ao modelo europeu. Chegou cheio de pompa e circunstância, com teto solar elétrico, faróis elípticos e, nas versões de topo, airbags laterais. Logo, porém, tornou-se meme. Mas não foi sua culpa. A Fiat fez a besteira de recomendar a troca de óleo a cada 20 mil quilômetros. Tal fez com que os motores 2.0 de 142 cv e 2.4 de bons 160 cv sofressem bastante. Aí já viu. O Marea ganhou a pecha de bomba, da qual jamais conseguiu se desgarrar. Uma pena que limitações técnicas e falta de cultura automotiva tenham acabado com um médio tão competente.

Carros da Fiat: Palio

 Palio 2009
Foto | Fiat/Divulgação

Lançada em 1996, como status de carro mundial, a primeira geração do Palio ficou em produção por 21 anos. Veio, com suas linhas arredondadas, para bater de frente com Gol e Corsa. Derivada do Projeto 178, o hatch passou por várias reestilizações ao longo dos anos em produção. Apesar das mudanças visuais, o hatch sempre manteve a mesma carroceria. A segunda geração do modelo estreou em 2011, mas nunca empolgou em termos de vendas. Em 2014, com as vendas da antiga e nova gerações somadas, o hatch foi líder de mercado. No entanto, diante de concorrentes mais modernos, a alegria durou pouco e, nos anos seguintes, o Chevrolet Onix passou a dominar.

Com a chegada do Mobi, em 2016, os Palio Fire e Way eram destinados somente à frotistas. Em seus últimos anos de produção, o novo Palio era fabricado na versão 1.0 na Argentina e nas opções 1.4 e 1.6 na fábrica de Betim. Deu adeus após 21 anos de serviços prestados.

Strada

Strada Freedom 1.3
Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

A Strada é um fenômeno. Desde 1998, ano de lançamento, é a picape mais vendida do Brasil. Versátil, foi a primeira de seu segmento a dispor de cabine estendida, cabine dupla com três portas e também com quatro portas. Além do pioneirismo, o sucesso da compacta se dá graças à sua, digamos, disponibilidade. A suspensão traseira de eixo rígido com feixe de molas semielípticas garante ao modelo valentia, boa capacidade de carga e, melhor: manutenção barata. Não à toa, a Fiat a manteve na segunda geração. Esta, aliás, que só chegou em 2020. Por tudo isso, segue firme e forte para se tornar o veículo leve mais vendido do Brasil em 2021.

Toro

Toro T270 2022
Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

A Toro não chegou a propriamente inventar um segmento, mas o dominou de tal forma que hoje é única e exclusiva vidraça na seara das médio-compactas. Tanto é que teremos, nos próximos anos, investida de fabricantes rivais com vontade de, ao menos, ameaçarem a picape da Fiat. Ford Maverick, nova Chevrolet Montana e Volkswagen Tarok são três exemplos. Nenhuma delas, claro, terá vida fácil.

A picape da Fiat ganhou recentemente seu grande trunfo para o futuro: o motor 1.3 Turbo Flex. Além disso, viu sua lista de itens de segurança e conforto ficar ainda mais recheada. Pesa também o design. Tudo bem que é subjetivo, mas a Toro tem, ao menos por ora, visual que agrada muita gente. Por isso, a concorrência terá de enfrentar páreo duríssimo.

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