Novo Honda City evolui em tudo, mas não vai atender órfãos do Civic

215

Sedã compacto cresce, fica mais seguro e ganha motor mais moderno em nova geração

Por Vitor Matsubara
Especial para o Autos Segredos

Substituir um modelo importante como o City já seria uma missão difícil para a Honda. Só que a nova geração do sedã traz outro grande peso nas costas: preencher a lacuna deixada pelo Civic.

Na condição de único sedã nacional da marca no país, o novo Honda City estreia em três versões de acabamento: EX (R$ 108.300), EXL (R$ 114.700) e Touring (R$ 123.100). Foi a configuração mais cara que Autos Segredos avaliou pelas ruas de São Paulo (SP).

Design: inspiração no Civic

Para tentar dar conta do recado, a Honda ‘esticou’ o City. Frente ao seu antecessor, ele está 9,4 cm mais longo, 5,3 cm mais largo e 5 mm mais baixo. Não houve alteração na distância entre eixos de 2,60 metros. Mesmo assim, quem viaja no banco de trás conta com ótimo espaço para as pernas. O porta-malas de 519 litros é bastante amplo, mas um pouco menor do que os 536 litros da geração anterior.

O design não esconde a inspiração no Civic de 10ª geração, que se despede do país em 2022. A frente preserva elementos vistos no sedã médio, como a barra cromada acima dos faróis que se funde com a grade dianteira. Atrás, as lanternas ficaram um pouco mais amendoadas, embora lembrem bastante o visual do antigo City.

Olhando por todos os lados, o sedã compacto é bonito, mas não é vistoso a ponto de chamar atenção nas ruas. Dependendo de quem compra, passar despercebido por aí pode ser uma vantagem. Mas, se você gosta de chamar atenção, esqueça: dificilmente alguém vai reparar no seu carro novo.

Desempenho: motor mais moderno trouxe melhorias

Há mudanças também debaixo do capô. O novo motor 1.5 i-VTEC traz injeção direta de combustível e duplo comando variável de válvulas. A marca, inclusive, classifica o conjunto como parte de uma nova família de propulsores.

A potência é de 126 cv com qualquer um dos combustíveis e torque máximo de 15,8 kgfm quando abastecido com etanol e 15,5 kgfm se movido a gasolina. Para efeito de comparação, o antigo modelo chegava aos 116 cv e 15,3 kgfm.

Quanto ao consumo, as medições do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), indicam médias de 9,2 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada com etanol. Se o combustível for a gasolina, os números são de 13,1 km/l e 15,2 km/l, respectivamente.

Durante nossa avaliação, o City Touring mostrou uma evolução significativa em relação ao antecessor. O sedã ganhou agilidade nas acelerações e retomadas, enquanto a transmissão do tipo CVT parece trabalhar de maneira mais entrosada com o conjunto de 1,5 litro. Ponto positivo para seu funcionamento mais suave e silencioso, longe do nível de ruído excessivamente alto em algumas situações.

A estabilidade também melhorou nas curvas, ainda que a suspensão permaneça com a calibragem mais firme típica dos modelos da Honda. A fabricante afirma que a rigidez torcional aumentou em mais de 20%, enquanto o carro ficou 4,3 kg mais leve do que antes.

Interior: mais requinte e segurança

A cabine do novo City acompanha a evolução do lado de fora. Em vez do visual já datado do Fit (outro modelo que se despede em breve, já que o City hatch estreia em março), o sedã ganhou uma cabine mais esmerada e com nível de acabamento superior.

É claro que ainda há bastante plástico, mas os materiais escolhidos são de boa qualidade. Os bancos dianteiros, inclusive, ficaram mais estreitos, mas também mais anatômicos. Segundo a Honda, essas mudanças fazem com que eles apoiem melhor o corpo dos passageiros, sobretudo em viagens longas.

Todas as versões saem de fábrica com 6 airbags, destravamento das portas sem chave, partida do motor por botão e controles de estabilidade e de tração, enquanto as rodas de liga leve são de 16 polegadas nas três configurações.

LEIA TAMBÉM:

Uma novidade bem-vinda é a oferta do Honda Sensing, sendo o primeiro modelo nacional a sair de fábrica com o pacote de assistências de condução que já equipa CR-V e Accord.

Assim, o City traz itens como alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, sistema de detecção de pedestres e ciclistas, assistente de permanência em faixa de rolagem e piloto automático adaptativo.

O novo Honda City ainda traz outros itens dependendo da versão escolhida. Os faróis com iluminação full LED são exclusividade da configuração Touring, mas o Lane Watch (câmera lateral que é ativada quando o condutor liga a luz de seta do lado direito) está presente também na versão EXL.

O painel parcialmente digital tem uma tela de 7 polegadas com informações claras e fáceis de serem consultadas e a central multimídia traz tela tátil de 8 polegadas e uma navegação bastante intuitiva pelos menus, além de botões físicos para as funções mais importantes.

Conclusão

Não há como contestar a evolução do City diante de seu antecessor. Além de maior, o sedã trouxe melhorias consideráveis em desempenho, segurança e design.

O problema é que tudo isso ainda não é capaz de preencher o vazio deixado pelo Civic, que vai subir de patamar quando a 11ª geração estrear por aqui.

Isso não acontece por conta das virtudes do produto, já que o novo Honda City é um projeto bastante acertado. E sim por causa de outros fatores, como o refinamento e principalmente o carisma construído ao longo das quatro gerações em que o Civic foi fabricado por aqui.

Fique por dentro das novidades.

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.