Mesmo com números recordes em 2022, marca sueca fica com pé atrás em relação a os números de vendas para este ano
A Volvo vê com cautela o ano de 2023 e aponta queda considerável nas vendas de caminhões. Vários fatores são apontados pela marca como preocupantes como os altos custos de produção dos modelos Euro 6, inflação e juros altos, cenário econômico, tensões geopolíticas e imprevisibilidade de fornecimento da cadeia de suprimentos.
Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina, estima que o mercado de caminhões acima de 16 toneladas terá uma queda caindo para 75 mil unidades, ante as 90 mil de 2022. “E um ano de ajustes, inclusive no ano passado tivemos um efeito pré-compra”, diz o executivo.
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Lirmann faz questão de dizer que não é pessimismo em relação a 2023 e que prefere usar a palavra cautela. “Se a gente olhar para série histórica, 75 mil unidades não é um mercado ruim, portanto, não sou pessimista, mas ainda é um ano de ajustes, mas é claro que a gente prefere um mercado crescendo, mas também sabemos que nosso negócio é feito de ciclo e não cresce todos anos, faz parte da nossa atividade administrar os anos de contração”, afirma o executivo.
2022 entrará para a história
Se 2023 é ano de cautela, ano passado foi um excelente ano para a Volvo. “2022 é um ano para ficar para a história”, diz Alcides Cavalcanti, diretor executivo de caminhões da Volvo do Brasil. No mercado de caminhões, a marca encerrou o ano com 24.093 emplacamentos, vendas que representaram um crescimento de 10% em comparação a 2021. Do total vendido em 2022, 18.247 unidades foram entre os pesados, deixando a Volvo com 29% de market share.
O Volvo FH 540 foi mais uma vez o caminhão pesado mais vendido do Brasil pela décima vez e a quinta consecutiva.
Entre os semipesados, o Volvo VM 270 brilhou como o modelo mais emplacado em sua categoria, com 4.732 unidades licenciadas.
Vendas externas
A Volvo também cresceu em vendas nos mercados do Peru com 1.902 emplacamentos representando um alta de 17%, no Chile foram 1.687 unidades registrando uma alta de 25% nas vendas. A exceção foi o mercado argentino que apresentou queda de 12%, com apenas 738 caminhões vendidos.
Nos diversos países do segmento, a Volvo entregou mais de 31 mil caminhões, sendo 28.627 veículos licenciados. O Brasil representou 84% deste volume e, mais uma vez, foi o segundo maior mercado de caminhões da marca no mundo.
Volvo Ônibus
“Na América Latina, 2022 foi um ano histórico, fantástico na área de ônibus, nós tivemos um crescimento de 94% nos volumes de vendas, chegamos a marca 1.967 veículos entregues para nossos clientes. Houve uma forte recuperação no segmento rodoviário, tanto no Brasil, Chile e Peru, e nós conseguimos ganhar participação importante”, diz André Marques, presidente da Volvo Buses Latin America.
Segundo o executivo, o total de emplacamentos representou 34% nas entregas mundiais da marca no segmento.
Somente no Brasil, a Volvo Ônibus foi a marca que mais cresceu em volumes, foram emplacados 658 veículos, com uma elevação de 220% somente no segmento de rodoviários. O ano foi marcado por grandes vendas para São Paulo (240 unidades) e para o Rio de Janeiro (100 unidades). Além disso, a Volvo foi a grande vencedora da maior licitação de ônibus Euro 6 do continente, com entregas de 566 chassis para Santiago, capital do Chile.
Veículos elétricos
Neste ano, a Volvo começa os testes com o FM Electric para futura comercialização no Brasil. O FM Electric será avaliado com transportadores brasileiros em diferentes operações. O caminhão pesado é destinado para distribuição urbana e regional. O modelo tem opções com PBTC (Peso Bruto Total Combinado) de até 44 toneladas.
De acordo com a Volvo, o FM Electric pode ser equipado com pacotes de duas a seis baterias (180-540 kWh), dependendo do tipo de aplicação a que for destinado. Ele tem suspensão a ar em todos os eixos. Os freios de regeneração recuperam energia quando o freio é acionado.
“O Volvo BZL entrará em testes de demonstração em várias cidades da América Latina neste ano de 2023. Nós temos veículos chassi já em processo de encarroçamento, carrocerias locais para entrar em operaçao”, diz André Marques, presidente da Volvo Buses Latin America.
Além do FM Eletric, a marca também iniciará os testes em condições reais do ônibus elétrico BZL, o chassi urbano 100% elétrico da marca. Integrando toda a experiência da marca em modelos elétricos há vários anos na Europa, o ônibus pode ser equipado com 3 a 5 baterias, dependendo da aplicação a que for destinado. Movido por um ou dois motores elétricos de 200 kW e torque de 800Nm cada um, tem autonomia de 300 quilômetros, ideal para aplicações urbanas. As baterias podem ser recarregadas na garagem do operador no período noturno ou receber recargas rápidas de seis minutos nos pontos finais de linha, com um carregador de teto. Em 2023, o BZL será demonstrado pela Volvo em cidades como Santiago, Bogotá, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
Volvo Financial Services
A divisão de serviços financeiros da Volvo (VFS) repetiu os bons resultados que vêm alcançando nos últimos anos, fechando 2023 com uma carteira total de R$ 18,3 bilhões em ativos, uma elevação de 45% na comparação com o exercício anterior. Com uma participação de 38% nas entregas da Volvo, a VFS experimentou um aumento de 37% nos financiamentos, tendo inclusive um crescimento nas operações voltadas para peças e serviços.
Mais uma vez houve recorde na comercialização de seguros, com R$ 152 milhões em prêmios. Outro destaque foi a criação da Locadora Volvo, que firmou contratos de 200 unidades logo nos primeiros meses de operação. “Somos a divisão de serviços financeiros da marca e estamos sempre oferecendo novas soluções completas e flexíveis que atendam às demandas do mercado”, declara Carlos Ribeiro, presidente da VFS América do Sul.
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