Teste: Fiat Argo 1.3 S-Design 2021: o preço da democracia

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Pacote opcional agrega ao Argo S-Design 2021 controles de tração, de estabilidade, assistente de partida em rampa e partida sem chave em versão menos cara. Preço final vai além de R$ 71 mil

Por Paulo Eduardo

O pacote de opcionais denominado S-Design é, segundo a marca, uma maneira de ter itens de segurança e conforto por um preço menor. A versão escolhida é a Drive 1.3 com câmbio manual de cinco marchas. O pacote S-Design tem preço sugerido de R$ 3.880.

Além dos controles de tração, de estabilidade e assistente de partida em rampa, o pacote inclui itens de conveniência (ar-condicionado digital, entrada e partida sem chave), faróis auxiliares, rodas escurecidas aro 15 com pneus 185/60, interior escurecido, adesivo escurecido e outros detalhes de acabamento.

A pintura metálica custa R$ 1.850. O preço total do Argo S-Design 2021 atinge R$ 71.470. O preço inicial é de R$ 65.790. A democracia à moda Fiat ultrapassou os R$ 71 mil, o equivalente a 65 salários-mínimos. Carro é caro no Brasil também pelos impostos elevados e pelo baixo valor atual do real em relação ao dólar.

Esses controles deverão ser de série em alguns anos, como já o são em países desenvolvidos independentemente da categoria do automóvel. São importantes para aumentar segurança e desperdiçar menos vidas em acidentes de trânsito.

Enquanto os itens de conforto e de conveniência, como ar-condicionado digital automático e entrar e dar a partida sem chave equipam versões mais caras. É mais confortável e prático colocar a mão na maçaneta e destravar a porta. E lá dentro, acionar o comando de partida.

Entretanto, essa versão não tem câmera de ré nem encosto fracionado do banco traseiro. O encosto rebate totalmente, inviabilizando dividir espaço com passageiro e bagagem. Câmera de ré não está disponível na lista de acessórios. Retrovisores grandes têm bom campo de visão.

Interior escurecido faz parte do pacote S-Design assim como as rodas escurecidas, que estão na moda automobilística. Incomoda a iluminação fraca no habitáculo, que tem espaço suficiente para dois adultos no banco traseiro. Porta-luvas e porta-malas têm iluminação.

Porta-malas pode ser aberto na tampa ou por comando na chave. Tem capacidade de 300 litros compatível com as dimensões do carro. Pega de fechamento somente no lado direito dificulta para canhoto.

Quadro de instrumentos bem visível, mas encoberto parcialmente conforme posição do volante. Coluna de direção tem apenas regulagem de altura. A de distância facilita melhor posição ao volante. Posição de dirigir é elevada com o assento na posição mais baixa.

Privilegia motorista de estatura inferior a 1,75 m. Os mais altos precisam abaixar para enxergar o semáforo. Assentos curtos não apoiam totalmente as pernas e bancos carecem de evoluir em anatomia, pois o cansaço é inevitável em percurso longo.

Direção com assistência elétrica tem calibragem adequada em alta e é muito leve em manobra. Além disso, diâmetro de giro menor (10,4 metros) torna menos chato manobrar em garagem apertada.

Volante bem dimensionado e revestido com material que evita deslize acidental das mãos. Contém comandos de áudio, computador e voz. Tela multimídia de sete polegadas no alto do painel central, compatível com Android e Apple. Há Bluetooth e duas entradas USB.

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Acabamento bom com plástico duro de aparência convincente no painel central. Derrapadas são as pontas de parafuso aparentes na dobradiça central das portas e o prime sob o forro do porta-malas. Ruídos internos contidos tornam o habitáculo silencioso.

Incomoda o pedal da embreagem afastado, que força a musculatura da perna, e o curso longo da alavanca de câmbio. Na unidade testada, não houve imprecisão no engate das marchas, que continuam muxibentos.

O motor 1.3 é o destaque do Fiat Argo S-Design 2021, com funcionamento suave em todas as rotações. Motor de alumínio usa corrente de distribuição, que não requer manutenção. Consumo de etanol registrado no computador de bordo foi de 11 km/l na estrada e de 5,5 km/l na cidade.

Relações curtas de transmissão curta permitem aproveitar o torque do motor, que se dá a 3.500 rpm. A primeira é somente para tirar o carro da inércia. Em quinta marcha, a 100 km/h, o motor gira a 3.000 rpm.

Rodar é confortável sobre piso irregular com pouca transferência das imperfeições para o habitáculo. Contorna bem as curvas com inclinação moderada da carroceria. É muito bom o comportamento dinâmico.

Freios eficientes em simulação de emergência. Eficientes também são limpadores e lavadores dos vidros tanto o para-brisa quanto o traseiro. Faróis com lâmpadas de halogênio não têm eficiência do LED. Porém, facho baixo tem bom alcance.

Ficha técnica Argo S-Design 2021

Motor
De quatro cilindros linha, flex, 1.332 cm³ de cilindrada, oito válvulas, com potências de 109 cv (etanol) a 6.250 rpm e 101 cv (gasolina) a 6.000 rpm e torques máximos de 14,2 kgfm (e) e 13,7 kgfm (g) a 3.500 rpm

Transmissão
Tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas

Direção
Tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica; diâmetro de giro, 10,4 metros

Freios
Disco sólido na dianteira e a tambor na traseira

Suspensão
Dianteira, McPherson, e barra estabilizadora; traseira, eixo de torção; altura mínima do solo, 14,9 centímetros

Rodas/pneus
6×15” de liga leve (opcional) /185/60R15

Peso
1.104 kg

Carga útil (passageiros+ bagagem)
400 kg

Porta-malas
300 litros

Tanque
48 litros

Dimensões (metro)
Comprimento, 3,998; largura, 1,724; altura, 1,568; distância entre-eixos, 2,521

Desempenho
Velocidades máximas, 184 km/h (etanol) e 180 km/h (gasolina); aceleração até 100 km/h, 10,8 (e) e 11,8 (g)

Consumo (km/l)
Urbano, 8,8 (e) e 12,8 (g); estrada, 10,4 (e) e 14,7 (g)

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