Paulo Eduardo
Poucos carros são tão bem acertados quanto o Volkswagen Polo Highline. Prazer de dirigir na nova geração é percebido tão logo o carro entra em movimento pela calibragem da direção. Leve em manobras e com sensibilidade suficiente em alta, transmitindo ao motorista a sensação de aderência do carro. Além da excelente posição ao volante. Coluna de direção tem regulagens de altura e distância. Volante tem espessura suficiente, mas revestimento liso provoca deslizamento acidental. E diâmetro de giro grande (11,6 metros) obriga a manobrar mais em espaço limitado.
Abastecido com etanol, são 12 cv a mais de potência em relação à gasolina. O torque é igual para os dois combustíveis. E as trocas de marchas no modo esportivo (S) se dão em rotação mais alta, incrementando o desempenho, principalmente na estrada. Abastecido com etanol e dirigido somente no modo esportivo tem-se a condição ideal de melhor desempenho do Volkswagen Polo Highline. Por isso, a avaliação foi feita assim.
Uma das vantagens do motor turbinado é ultrapassar em menor tempo, bem mais do que o aspirado, além do baixo consumo. Na aceleração nem tanto, mas o que importa em segurança é ultrapassar rapidamente. E com etanol, esse tempo fica menor ainda. Mas como tudo tem preço, o consumo aumenta um pouco. Com a alavanca no modo D, o consumo registrado no computador foi de 14 km/h dentro dos limites previstos em lei contra 12,5 km/l no modo esportivo. Ambos na estrada.
As trocas são feitas de maneira suave no câmbio automático de seis marchas, ocorrendo pequeno tranco somente entre a primeira e segunda marcha. Incomoda a saída brusca da inércia. Basta soltar o pedal do freio para o Volkswagen Polo Highline ficar arisco e entrar em movimento mesmo sem pressionar o acelerador. É preciso estar atento para não cutucar o carro da frente. Trocar as marchas manualmente por meio de aletas no volante fica melhor no modo esportivo. E o ganho de 12 cv a mais com etanol é notório. Na cidade, o modo S tem menos brilho do que na estrada, aumentando o consumo com álcool. No modo D entre 7 e 8 km/l e de 6 a 7 km/l no S. Consumo depende muito da topografia do terreno. Quanto maior a pressão sobre o acelerador, mais rápido o tanque esvazia.
Comportamento dinâmico exemplar é outro atributo do Volkswagen Polo Highline. Contorna curvas muito bem, com tendência a sair de frente no limite de aderência quando entram em ação os controles de estabilidade e tração. Direção com ajuste fino torna excelente a dirigibilidade. Se os pneus largos de perfil baixo (50) ajudam na estabilidade, prejudicam o conforto em piso irregular, sobretudo em calçamento. Nessa situação, ruídos internos vindos do painel central aumentam. Isso é menos percebido no sedã Virtus, derivado do Polo, pela distância entre-eixos nove centímetros maior (2,56 contra 2,65 metros). Visibilidade limitada somente a de ¾ traseira, compensada pela câmera de ré e retrovisores bem dimensionados.
No mais é o Polo de sempre, com bom espaço interno também no banco traseiro, que tem saída de ar-condicionado. Assentos traseiros mais compridos apoiariam melhor as pernas. O senão é ter que abaixar um pouco a cabeça para entrar e sair. Bem menos que no Virtus. Quadro de instrumentos digital permite três configurações e está na lista de opcionais. Acabamento interno é benfeito, mas usa-se plástico duro tanto no painel central quanto na forração de porta. Há um aplique central em tom de cinza para disfarçar a sisudez do conjunto.
Freios foram muito eficientes em situação simulada de emergência. Facho de farol baixo deveria ter um pouco mais de alcance para evitar lampejar o alto ofuscando quem vem no sentido contrário. Comandos recuados na porta dificultam acionamento. Falha em ergonomia. Porta-malas de bom tamanho pode ser aberto por comando na chave ou console central. Não há comando na tampa.
O Volkswagen Polo Highline tem estrutura de carroceria feita com aços de alta resistência, airbags laterais de dianteiros de série e baixo custo de reparação. Sistema infotainment Discover Media tem tela de oito polegadas e espelhamento de smartphone com Apple Car Play e Android Auto, navegação, que pode ser exibida em tela 10,25 polegadas, comando de voz, Bluetooth, além das entradas USB, inclusive no banco traseiro. A versão testada tem preço sugerido de R$ 73.250, e com todos os opcionais, R$ 80.160. Sistema de frenagem automática pós-colisão, abertura e fechamento de portas sem chave, detector de fadiga, pneus de perfil 50 e rodas aro 17, entre outros, estão na lista de opcionais.
Motor
De três cilindros em linha, 999cm³ de cilindrada, turbo, flex, de 128 cv (etanol)/116 cv (gasolina) de potências máximas a 5.500 rpm e torque máximo de 20,4 kgfm (e/g) de 2.000 a 3.500 rpm
Transmissão
Tração dianteira e câmbio automático de seis marchas
Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência eletromecânica; diâmetro de giro, 11,6 metros
Freios
Disco ventilado na dianteira, e sólido na traseira
Suspensão
Dianteira, independente, do tipo McPherson, barra estabilizadora; traseira, eixo de torção
Rodas/pneus – 6,5×17”de liga leve/205/50R17
Peso – 1.147 kg
Carga útil (passageiros+ bagagem)
433 kg
Dimensões (metro)
Comprimento, 4,05; largura, 1,75; altura, 1,47; distância entre-eixos, 2,56
Capacidades (litro)
Porta-malas, 300; tanque, 52
Desempenho
Velocidades máximas, 192 km/h (e)/187 km/h (g); aceleração até 100 km/h, 9,6 segundos (e)/10,1 segundos (g)
Consumo (km/l)
Cidade, 11,6 (g)/8 (e); estrada, 14,1 (g)/9,8 (e)