SUV importado do México baseado na plataforma do Civic tem motor a gasolina, ótima dirigibilidade, bom desempenho, espaço interno amplo e itens de segurança, mas peca em detalhes de ergonomia. Leia o teste
Por Paulo Eduardo
O Honda ZR-V Touring importado do México usa a plataforma do sedã Civic. O modelo da categoria médio se situa entre o compacto HR-V e o médio grande CR-V. É equipado com motor aspirado movido à gasolina.
As linhas limpas e elegantes chamam a atenção por onde o carro passa. A solda a laser no teto dispensa as molduras longitudinais. O interior segue no mesmo padrão de leveza das linhas da carroceria.
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O acabamento interno do Honda ZR-V Touring é esmerado, apesar do polipropileno duro nos forros de portas traseiras e em grande parte das dianteiras. Os bancos são forrados em couro, que não transpira. Têm boa anatomia, mas os assentos deveriam ter mais comprimento.
O assento do banco traseiro em posição mais baixa deixa as pernas em posição elevada, que é desconfortável. Não há saída de ar-condicionado para a turma de trás. São duas portas USB no banco traseiro e três na frente.
O painel central segue o padrão de linhas limpas e elegantes. É quase todo revestido com material macio, assim como a parte superior das portas dianteiras. O quadro de instrumentos tem tela configurável de sete polegadas e o velocímetro é analógico.
A tela tátil de nove polegadas contém algumas funções, mas a maior parte delas pode ser acionada por comandos no volante. Abaixo dela, há diversos comandos físicos, incluindo o do ar-condicionado digital de duas zonas. Sistema multimídia é compatível com Android e Apple.
O freio de estacionamento e a alavanca de marchas ficam no console central vazado que embeleza o interior e tem duas portas USB. Os comandos estão posicionados corretamente e a iluminação facilita a identificação noturna. Ergonomia correta.
O porta-malas tem boa capacidade e os encostos fracionados do banco traseiro formam plataforma plana com o assoalho, que fica rente à linha do para-choque, facilitando colocar e retirar bagagem. Ponto em ergonomia.
Porém, local de fechamento da tampa somente no lado direito dificulta para canhoto, contrariando a ergonomia, assim como ter que abaixar para entrar no banco traseiro.
A posição de dirigir tem mais a ver com automóvel do que SUV, mas esses ditam a moda atual no mundo do automóvel. Volante tem boa pega, mas revestimento liso provoca deslize acidental das mãos.
O banco do motorista tem regulagens elétricas e a coluna de direção é regulável em altura e distância, facilitando encontrar a posição ideal ao volante. Retrovisores grandes e câmera multivisão facilitam a manobra. Apesar do diâmetro de giro maior (11 metros), o Honda ZR-V Touring manobra bem.
A direção comunicativa tem calibragem refinada em alta e em baixa, com boa definição de ponto central. O SUV é prazeroso de dirigir, apesar da altura (17,7 cm) grande do solo. Tem mais a ver com automóvel e é sempre bom lembrar que é SUV. Não dá para abusar.
As barras estabilizadoras das suspensões dianteira e traseira controlam a movimentação excessiva da carroceria. A suspensão traseira multilink tem subchassi de alumínio assim como a dianteira.
O rodar é confortável ajudado pelos pneus de perfil mais alto (60), apesar do peso do conjunto roda aro 17 e pneus 215/60. A altura lateral é de 12,9 centímetros. Ocorrem transferências mínimas sobre piso ondulado.
O desempenho do motor aspirado de 161 cv é convincente. Forma par com câmbio CVT com sete marchas assinaladas. A relação peso/potência é de 8,98 cv/kg. Trocas manuais são feitas por aletas no volante. Há três modos de condução: econômico, drive e esportivo.
No modo esportivo, as trocas se dão em rotações mais elevadas. Acima das 5.000 rpm, o conjunto câmbio/motor urra, apesar dos revestimentos antirruído sob o capô e no painel de fogo.
O modo econômico privilegia o consumo. O computador de bordo registrou média de 11,5 km/l na estrada com ar ligado. Na cidade, o consumo médio foi de 6,5 km/l sem ar ligado. Ambos no modo drive.
O câmbio reduz as marchas na desaceleração e ao pisar no freio, funcionando como freio-motor. O modo esportivo também pode ser usado em descida para atuar como freio-motor.
Os freios a disco nos dois eixos são excelentes e param o SUV em espaço de segurança. Um dos destaques do modelo. O Honda ZR-V Touring é equipado com oito airbags (duplo frontal, laterais dianteiros, dois de cortina e de joelho para motorista e passageiro).
Há também o Honda Sensing: farol alto automático, frenagem automática de emergência, câmera no retrovisor direito com imagem na tela detectando ponto cego, controle de saída de faixa com interferência na direção e de saída de pista com ajuste na direção para evitar acidente.
O Honda ZR-V Touring está equipado com controle de descida, assistente de partida em aclive, controles de tração e de estabilidade, sensores de estacionamento e câmera multivisão.
Os faróis com luzes de LED iluminam bem, mas facho baixo deveria ter alcance maior. Os limpadores dianteiros têm lavadores incorporados, mas não atingem área à esquerda de alto a baixo. O conjunto limpador/lavador traseiro cumpre bem a função.
Trata-se de um SUV com posição de dirigir de automóvel e a segurança se destaca. Entretanto, o motor é movido somente com gasolina. Tem quatro centímetros a mais de distância entre-eixos, um dos determinantes do espaço interno, que o HR-V.
O preço sugerido de R$ 214.500 Honda ZR-V Touring é um pouco salgado para carro monocombustível e se equipara ao valor de concorrente com motorização híbrida. A garantia é de três anos sem limite de quilometragem.
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