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7 erros estratégicos da Honda no Brasil

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Marca japonesa acertou muito, mas também deu suas escorregadas por aqui

Por Fernando Miragaya

A Honda é uma das marcas de automóveis no Brasil com melhor reputação. Sempre teve carros elogiados, mas nos últimos anos enxugou seu portfólio e viu suas vendas e market share caírem.

Ao mesmo tempo, a fabricante japonesa deixou claro que vai focar em produtos que garantam rentabilidade. Muitos enxergam nesses movimentos da Honda a correção de erros estratégicos do passado recente. 

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Mas entre tantos acertos, quais foram esses erros da Honda no Brasil? Selecionamos alguns deles.

O fator WR-V

Na metade da década passada a Honda viu que precisava investir em SUVs. Em 2015 deu um tiro certeiro com o HR-V. Inseriu o seu cliente no universo dos crossovers e logo se tornou uma das marcas líderes do segmento.

Dois anos depois, a Honda quis aproveitar o boom de SUVs e seguiu a receita de muitas fabricantes. Pegou o Fit e criou um crossover. Assim surgiu o WR-V em 2017, para ser uma alternativa de crossover abaixo do HR-V.

Com a mesma mecânica do monovolume, o SUV era um Fit bombado, inclusive no aproveitamento do espaço interno. Apesar de vender bem no primeiro ano, não embalou no mercado. Pior, o WR-V ainda roubou vendas do Fit. 

Quando todo mundo dava o carro como morto, a Honda surpreendeu. Investiu uma grana e fez uma leve reestilização no WR-V em 2020, já como linha 2021. E aumentou a lista de equipamentos do SUV, que ganhou controles de estabilidade e tração em toda a gama. Tudo para… encerrar a produção do WR-V em 2021.

Itirapina

Claro que ninguém tem bola de cristal, só que a Honda investiu pesado na sua segunda fábrica no país. Tudo bem que em 2013, quando anunciou o investimento de R$ 1 bilhão na nova unidade de Itirapina (SP), o mercado estava em franco crescimento e as projeções apontavam vendas de mais de 5 milhões a curto prazo.

O problema é que quando a unidade ficou pronta, no fim de 2015, a realidade era bem diferente. O mercado automotivo encolheu e a fábrica paulista ficou lá: linda, pronta, com todo o maquinário, mas parada.

A Honda congelou seus planos de produção na nova unidade até o fim de 2019. Foi só aí que passou a transferir as linhas de montagem dos carros até então feitos em Sumaré (SP) – como HR-V, Fit, City e WR-V. Perdeu dinheiro e tempo.

Substituto do Fit

O Fit é um daqueles carros muito bem pensados. Monovolume compacto, mas com cabine bem espaçosa e sistema de modularidade de bancos, se tornou referência de carro funcional.

Lançado no Brasil em 2003, se tornou opção de compra de carro familiar. O Fit vendeu bem em quase toda a sua trajetória e teve duas gerações, em 2008 e 2014.

Contudo, a ascensão dos SUVs também respingou nas vendas do Fit. Ao mesmo tempo, a Honda não desceu do salto e baixou os preços do monovolume para deixá-lo mais competitivo. 

Uma quarta geração global do Fit apareceu em 2020, e foi logo descartada pela filial brasileira. O carro, segundo fontes, seria caro demais para ser produzido aqui. Era o indício de que o Fit não duraria muito mais.

Porém, nesse meio tempo, a Honda não preparou terreno para um sucessor do Fit, que teve seu fim decretado em novembro de 2021. Apostou as fichas na produção da – até então inédita no Brasil – versão hatch do City. 

O problema é que o mercado ainda não assimilou o recado. Lançado em março de 2022, o City hatchback anotou pouco mais de 16 mil unidades emplacadas no acumulado do ano passado.

Fim do Civic

Tudo bem que o segmento de sedãs médios desidratou nos últimos anos. E que o Corolla dava uma surra em vendas no Civic. Mesmo assim, falamos de um mercado de quase 30 mil unidades ao ano que a marca japonesa abriu mão. 

O Civic teve quatro gerações fabricadas no Brasil e sempre foi referência em confiabilidade mecânica e conforto. Em vários anos até vendeu mais que o Corolla e, para muitos, é melhor que o arquirrival da Toyota.

Mas a Honda não estava disposta a investir na 11a geração do Civic. Deixou de produzir o sedã médio no fim de 2021. E não dá para garantir que os clientes fiéis do Civic migraram para a terceira geração do compacto City, lançada quase que na sequência. 

Importados

A Honda sempre teve um portfólio interessante de importados. Como o CR-V e o Accord, que vendiam muito bem nos anos 2000 e 2010. Depois da avalanche de SUVs, o crossover médio até perdurou mais.

Porém, nos últimos anos as concessionárias Honda não tiveram aquele carro para chamar de vitrine tecnológica. Ou mesmo uma opção mais requintada para o cliente da marca fazer seu upgrade, seja sedã ou utilitário esportivo.

A Honda até chegou a apresentar o novo Accord em versão híbrida no Brasil em 2020. Mas o carro não durou nem seis meses no mercado. Agora, a promessa é de reabrir as importações: depois do Civic híbrido a marca já confirmou o lançamento do SUV médio ZR-V, do CR-V médio e do Civic Type-R.

Eletrificação tardia

No Brasil, a Honda demorou a apresentar sua visão de mobilidade do futuro. Enquanto outras marcas acenavam com modelos elétricos e a rival Toyota lançava seus híbridos-flex, a montadora ficou em compasso de espera.

Em 2020 apresentou o Accord Hybrid com um conjunto interessante de funcionamento. O sistema e:HEV permite dois modos de condução puramente elétricos e promete baixo consumo de combustível. 

Só que a Honda deu um recado ruim ao mercado ao tirar o Accord Hybrid de cena seis meses depois. Agora, trouxe o Civic híbrido e trará o CR-V Hybrid como uma das últimas fabricantes a comercializar modelos eletrificados no país.

Brio: erro ou acerto da Honda?

Aqui deixamos aberto o debate. Em 2011 a Honda planejou fazer no Brasil o Brio, um compacto de baixo custo para países emergentes. A ideia era brigar em um segmento abaixo do Fit e com o Etios, que a Toyota preparava – e que chegou um ano depois.

Mas foi justamente a saraivada de críticas que o Etios sofreu que fez a Honda puxar o freio do projeto do Brio. As reclamações quanto à qualidade de construção e acabamento do compacto da Toyota ligaram um sinal de alerta na concorrente. 

A Honda não quis arriscar sua reputação e a fidelidade de sua clientela. Desistiu do Brio. 

Mas e aí? Fez certo ao abrir mais de um provável volume para, quem sabe, não manchar seu portfólio com um produto que não condizia com a marca? Deixe sua opinião nos comentários. 

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