Uno Adventure, Logan RS, Brava HGT 2.4, Celta 1.4, S10 High Country Flex… Os que saíram da fábrica foram homologados e vendidos em leilões

Modelos que existiram apenas como protótipos ou que tiveram pouquíssimas unidades montadas, mas que acabaram ganhando as ruas depois são algumas das curiosidades que a indústria automotiva reserva.

Alguns deles serviram às frotas internas de cada fabricante, outros, foram importados para serem comercializados e no meio do caminho a marca desistiu de lançá-los: foram picados, ou melhor, escrapeados. A seguir, algumas histórias interessantes e outras também tristes.

Protótipos e nada mais

Doblò 4x4
Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos – 16/3/2004 – Doblò Adventure diesel e 4×4 não saiu da fase de testes

Entre os protótipos da história recente da indústria que nunca viraram realidade estão os Fiat Tempra picape, Doblò 4×4, Uno Adventure e Punto 1.0, os Volkswagen CrossFox 2 portas e Projeto BY, os Renault Logan RS e Sandero de primeira geração 2.0 (RS), e os Chevrolet Monza SW (perua), Agile 1.0 e a primeira geração da Montana com cabine dupla.

A picape Tempra existiu como protótipo e uma delas faz parte do acervo do museu do saudoso jornalista Roberto Nasser.

Em 2004, esse jornalista que vos escreve flagrou o protótipo do Doblò Adventure 1.9 Diesel e tração 4×4. O protótipo foi fotografado em testes na pista do fabricante e na época sua enorme altura em relação ao solo chamava atenção. Apesar de existir como protótipo, o modelo não passou da fase de desenvolvimento.

Uno Adventure
Projeção | João Kleber Amaral/Especial para o Autos Segredos – Protótipos do Uno Adventure nunca saíram da fábrica piloto da Fiat

Já em 2011, um ano depois de lançar a segunda geração do Uno no Brasil, a engenharia da Fiat montou um protótipo do hatch em versão Adventure. A intenção era concorrer com o VW CrossFox, tanto que o Uno tinha estepe pendurado na traseira com a mesma solução do Idea Adventure, estribos laterais do Doblò e rodas do Idea Adventure. Na dianteira, o para-choque lembrava o da picape Strada. A altura também era bem exagerada. Em matéria futura falaremos mais sobre o Uno Adventure.

CrossFox 2 portas
Foto | Volkswagen/Divulgação

O Volkswagen CrossFox nasceu em 2003 com carroceria de duas portas e chegou a ser avaliado pelas revistas especializadas. Mas nunca passou de um protótipo e a versão aventureira do Fox chegou alguns anos depois na carroceria de quatro portas.

Volkswagen By
Foto | Volkswagen/Divulgação – Protótipos do VW By chegaram a sair em testes de rodagem na década de 1980

A marca alemã também teve o projeto BY na década de 1980, o modelo era um Gol encurtado. Em dezembro do ano passado, a VW revelou um dos protótipos do By que faz parte do acervo de seu museu particular.

Logan RS
Projeção | João Kleber Amaral/Especial para o Autos Segredos

A Renault chegou a montar um Logan R.S. mas o modelo nem chegou a ser testado e até pouco tempo era usado na frota interna do fabricante. O sedã esportivo tinha a carroceria pintada em tom que se aproximava do vermelho e os mesmos para-choque dianteiro do Sandero, saias laterais e rodas. Mas o motor era o 1.6 SCe. O sedã “esportivado”, ao que tudo indica, não passou de um exercício de estilo para a engenharia da marca.

O próprio Sandero R.S., que só foi lançado no Brasil em 2015, poderia ter aparecido anos antes. Em 2007, quando o Sandero estreou nas lojas, a marca francesa chegou a montar protótipos com o motor 2.0, mas sem o tempero da Renaultsport.

Na década de 1980 o segmento de peruas ainda era representativo e isso inspirou a Chevrolet a desenvolver um Monza SW. A proposta, porém, nunca passou de estudos. Mas isso será assunto para outra matéria.

Agile 1.0
Foto | Chevrolet/Divulgação – Agile 1.4 teve motor trocado por outro 1.0 para montagem de protótipos

O Chevrolet Agile chegou ao mercado brasileiro em 2009, importado da Argentina somente com motorização 1.4 EconoFlex. Mas a engenharia brasileira pegou alguns modelos de sua frota, retirou o motor 1.4 e os equipou com motor 1.0 para testes. Ele quase chegou a ser lançado, mas a marca desistiu no meio do caminho. Dizem que na cidade ele atendia bem, mas em estrada, o desempenho era bem limitado.

Chevrolet Montana
Foto | Chevrolet/Divulgação – Em meados dos anos 2000, primeira geração da Montana ganhou protótipos com cabine dupla

A Chevrolet poderia ter sido a pioneira no Brasil entre as picapes compactas com cabine dupla. Ainda em sua primeira geração, a Montana chegou ser estudada em configuração para levar mais passageiros, mas a empreitada não vingou. O protótipo foi montado em meados dos anos 2000, ou seja, quatro ou cinco anos antes da Fiat Strada Cabine Dupla.

Será que se a Chevrolet tivesse lançado o modelo cabine dupla, a história da Montana seria diferente nos dias atuais?

Homologados e não lançados

S10 High Country
Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Há também modelos que foram homologados e não chegaram a ser lançados. Em história recente, a Chevrolet chegou a homologar Cruze Sport6 Turbo LT com câmbio manual, S10 High Country 2.5 Flex e também o novo Cruze 1.4 Turbo LS.

Cruze LS
Foto | Chevrolet/Divulgação

A picape teve algumas unidades produzidas que foram incorporadas a frota da marca e depois vendidas em leilões. Já o Cruze 1.4 LS até teve unidades trazidas da Argentina, mas a versão pé-de-boi teve a comercialização descartada. Assim como a picape, o Cruze LS rodou na frota da marca e recentemente uma unidade estava à venda em site de classificados.

Celta 1.4
Foto | Chevrolet/Divulgação

Na estreia da primeira reestilização do Celta, a marca chegou a homologar o hatch com motor 1.4 para ser vendido para praticantes de ralis, o que obrigava a marca a vender o carro. Seria o novo Celta Super 1.4 se tivesse sido lançado oficialmente. Mas não é tão difícil encontrar unidades à venda.

Stilo BlackMotion
Foto | Fiat/Divulgação

Na linha Fiat, há dois casos exemplares. Em 2009, a marca homologou a versão BlackMotion do Stilo com o motor 2.4 Fivetech. A marca até montou algumas unidades para serem usadas em sua frota de imprensa para avaliações dos jornalistas, mas logo mudou de planos e optou por lançar a versão com o motor 1.8 Powertrain. As unidades 2.4 foram usadas pelos executivos da marca e hoje é possível encontrar algumas delas no sites de classificados automotivos.

Brava HGT
Foto | Fiat/Divulgação

Outra história que está completando duas décadas é dos três Bravas HGT também equipados com o motor 2.4 Fivetech, sendo uma na cor branca e duas na cor Cinza Steel que foram vendidas aos jornalistas Roberto Nasser (In memoriam) e ao Boris Feldman, Publisher do site Auto Papo. Ambas já trocaram algumas vezes de donos. Atualmente, uma está em Santo André (SP) e a outra se encontra em Brasília (DF).

Segundo Boris Feldman, o Brava HGT 2.4 surgiu por conta de um comentário seu com o então diretor de marketing da Fiat na época. “Vocês têm o Brava e o Marea com a mesma plataforma. Por que não fazem uma versão com o motor 2.4 do sedã? O hatch é mais leve e vocês terão um Brava bravo nas mãos”, afirmou Boris.

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Boris, conta que depois da sugestão, o assunto morreu, mas alguns meses depois, o diretor ligou dizendo que o carro que ele queria estava pronto. Nesse meio tempo, o Roberto Nasser ficou sabendo do Brava 2.4 e também pediu um a Fiat. Boris lembra que a terceira unidade foi destruída num acidente com um piloto de testes da marca.

A história do Brava HGT 2.4 reserva ainda outras surpresas. Elas não partiram de carros zero quilômetro. O jornalista recorda que pegaram três versões HGT com pouco mais de 5 mil quilômetros rodados e os transformaram no Brava esportivo.

Além do motor, caixa e suspensão oriundos do sedã, o Brava recebeu capô com entrada de ar, pedaleira, entre outros itens exclusivos do Marea Turbo. Os emblemas foram mantidos do HGT.

Mas Boris recorda que ao receber o carro, ele retirou todos os emblemas e trouxe da Itália o emblema Bravo que era o irmão de duas portas do Brava brasileiro. Deixando assim seu Brava bravo por completo.

O publisher do site Auto Papo ficou cinco anos com o Brava HGT 2.4 e relata que o carro foi um dos mais divertidos que ele já teve.

Importados

No fim da década de 1990, a Fiat chegou a cogitar a importação do Bravo com carroceria de duas portas para o Brasil, mas o projeto foi abandonado.

Malibu
Foto | Chevrolet/Divulgação

Em 2013, a Chevrolet importou um lote com 101 unidades da segunda geração do Malibu vendida no mercado brasileiro. Porém, a marca desistiu de ofertar o modelo e em outubro do mesmo ano optou por vender as unidades importadas para seus concessionários. Na época, eles eram obrigados a ficar com os carros por seis meses e só depois poderiam vende-los como modelos usados.

Peugeot 308
Foto | Peugeot/Divulgação

Outro que também teve um pequeno lote importado foi o Peugeot 308 de segunda geração. O hatch francês foi testado por um bom tempo em 2014 com previsão de lançamento para 2015. Porém, a marca mudou os planos e o hatch médio não foi vendido no mercado brasileiro.

O primeiro lote acabou sendo incorporado a frota da marca para serem usadas por executivos. Hoje, algumas delas já devem se encontrar com novos donos.

Koleos
Foto | Renault/Divulgação

A também francesa Renault, apresentou no Salão do Automóvel de São Paulo de 2016, o Koleos, mas o SUV médio acabou não sendo lançado e hoje as unidades que são vistas rodando por São Paulo e Paraná atendem aos executivos da marca.

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