[Primeiras impressões] Volkswagen Virtus 170 TSI AT: mais do mesmo, por favor?

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Embora tenha ficado menos potente, passado por leve reestilização e ganhado mais equipamentos, sedã mantém acertos e deslizes no quesito dinâmica

Faz algum tempo que escrevi uma avaliação sobre o Volkswagen Virtus para outra publicação. E, mesmo com algumas distinções técnicas entre o modelo previamente testado e este Virtus 2023, poderia praticamente copiar e colar o texto aqui em Autos Segredos.

Por quê? Assim como no Polo, a variante sedã segue com dinâmica muito similar mesmo tendo perdido em termos de cavalaria.

Tal qual no caso do hatchback, o Virtus 2023 perdeu quase 10% de potência. Isso nas suas duas versões de entrada: 170 TSI equipada com câmbio manual e 170 TSI com caixa automática de seis velocidades. Esta última foi testada por Autos Segredos em Buenos Aires, na Argentina.

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Aliás, vale ressaltar que 170 TSI é a terminologia utilizada pelo saudoso up! turbo. O conjunto é o mesmo, mas foi recalibrado a fim de garantir um pouco mais de cavalaria tanto para Polo quanto para as configurações mais em conta do Virtus.

Assim, o Virtus só tem aqueles 116 cv com gasolina e 128 cv com etanol nas versões intermediárias. Já a de topo, Exclusive, é a única que recebe o propulsor 1.4 turbo 250 TSI de 150 cv.

Ao volante do novo Virtus 170 TSI

Conforme mencionei anteriormente, a frieza dos números pouco afeta a dinâmica do Virtus 170 TSI. A reportagem dirigiu a versão equipada com caixa automática de seis velocidades, e não sentiu diferenças gritantes para as configurações com propulsor 200 TSI.

O motor 1.0 170 TSI entrega 109 cv de potência quando abastecido com gasolina e 116 cv no etanol. O torque máximo é de 16,8 kgfm, já liberado na faixa dos 1.750 giros.

Se comparado ao Virtus 1.0 Highline de outrora, o 170 TSI tem, claro, alguns pontos negativos. As respostas não são tão imediatas e as acelerações não são lá tão “animadas” quanto no modelo com motor mais potente.

O câmbio automático de seis velocidades também perdeu alguma esperteza. No entanto, tem engates precisos e prima mais pela otimização de consumo de combustível do que por esportividade.

Nada, contudo, que comprometa. O condutor se acostuma rapidamente e tem ainda a comodidade de realizar trocas manuais por meio de aletas no volante. Este, o mesmo do Nivus, tem boa pega e revestimento agradável.

Assim, por termos torque máximo já liberado na faixa de 1.750 rpm nesta configuração do motor EA211 e uma transmissão sem buracos evidentes, o Virtus 170 TSI vai bem nas ultrapassagens. O condutor não é pego de surpresa e tem confiança na estrada para ir na boa.

Acerto de suspensão do Virtus segue como destaque

O sedã manteve o bom acerto de suspensão. Justamente por essa eficiente calibração, e por ser feito sobre a plataforma MQB, o Virtus 170 TSI 2023 tem estabilidade mais do que adequada e rolagem mínima da carroceria nas curvas.

Problema é que, mesmo calçado por rodas de 15” com pneus 195/65, o sedã não absorve com tanto primor as imperfeições do solo. Além disso, o motor tricilíndrico é ruidoso, e seu barulho invade a cabine de maneira que incomoda. O isolamento acústico, infelizmente, ainda é um problema do sedã compacto.

Espaço interno

O espaço no habitáculo do Virtus é um trunfo, e é mais do que suficiente para todos os ocupantes. Para completar, o sedã compacto mantém a boa capacidade do porta-malas, com 521 litros.

O motorista encontra com facilidade posição ideal para dirigir. Ajudam (e muito) para tal os ajustes de altura e profundidade da coluna de direção. Também é de muita valia a disposição dos equipamentos — todos à mão do condutor. O motorista dispõe ainda nesta configuração de painel de instrumentos digital de 8”.

Os passageiros que vão no banco traseiro também viajam com conforto. Contam com entradas USB-C que, embora sirvam apenas para carregamento, já quebram um baita galho. Há ainda encostos de cabeça e cinto de segurança de três pontos para todos.

Incomoda, porém, a falta de esmero no acabamento – ao menos nesta configuração. Embora um pouco melhor que a do predecessor, ainda deve ante aos rivais. O console central, por exemplo, não chega a ser digno de lástima, mas poderia ter sido melhor engendrado.

Segurança

O Virtus vem muito bem equipado desde a versão de entrada com câmbio manual. Tem seis airbags, assistente para partida em subidas, controle eletrônico de estabilidade (ESC), controle de tração (ASR) e bloqueio eletrônico do diferencial (EDS).

A versão testada, 170 TSI com câmbio automático, agrega ainda itens interessantes. São eles o piloto automático adaptativo e a frenagem autônoma de emergência.

Ainda que as regras do Latin NCAP tenham ficado mais rigorosas, dá para inferir, ao menos pela lista generosa e pela boa carga de aços de alta resistência em sua construção, o Virtus não fará tão feio quanto alguns de seus rivais no teste de segurança. A ver.

Ficha técnica Volkswagen Virtus 170 TSI AT

Motor
De três cilindros em linha, 999cm³ de cilindrada, turbo, flex, de 116 cv (álcool)/109 cv (gasolina) de potências máximas a 5.000 rpm e torque máximo de 16,8 kgfm de 1.750 a 4.250 rpm (etanol) e de 1.750 a 4.500 rpm (gasolina)

Transmissão
Tração dianteira e câmbio automático de seis velocidades

Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência eletromecânica; diâmetro de giro, 10,9

Freios
Disco ventilado na dianteira, e tambor na traseira

Suspensão
Dianteira, independente, do tipo McPherson, molas helicoidais, barra estabilizadora; traseira, eixo interdependente com braços longitudinais

Rodas/pneus
6,0J X 15 com pneu 195/65 R15

Peso 
1.202 kg

Carga útil (passageiros + bagagem)
398 kg

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,56; largura, 1,75; altura, 1,47; distância entre-eixos, 2,65

Aceleração
0 a 100 km/h:
11,8 s (gasolina)/ 11,7 s (álcool)
Retomada 80-120 km/h, Kick-Down (s): 8,5 s (gasolina)/ 8 s (álcool)

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