Finalmente o Captur é equipado com motor de alto desempenho. Versão topo de linha vem com faróis com luz de LED, sensor de ponto cego, quatro câmeras, mas derrapa em detalhes de acabamento. Leia o teste

Por Paulo Eduardo

O Captur é o Duster em traje de gala. Maior que o modelo vendido na Europa Ocidental, é o mesmo comercializado na Rússia, país emergente como o Brasil. Destinado ao público feminino, tem formas arredondadas e mais delicadas em relação ao Duster, que é mais rústico.

A pintura com tonalidade diferente no teto visa à conquista do público feminino. Novidade principal no modelo 2022 é o motor 1.3 flex TCe (Turbo Control Efficiency). Motor desenvolvido pela Renault juntamente com a Daimler tem alta potência e torque elevado.

Desempenho excepcional, funcionamento suave sem aspereza com etanol. Respostas imediatas na aceleração e ultrapassagens rápidas. Tudo que o Captur não tinha. Consumo médio registrado no computador: na cidade, 5 km/l; 8 km/l na estrada, ambos com etanol.

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Consumo divulgado pelo Inmetro é ligeiramente menor em relação ao do motor 1.6 aspirado. Portanto, ótimo desempenho com menor consumo. O sistema start/stop, que desliga o motor em parada de semáforo, por exemplo, ajuda a reduzir o consumo de combustível.

O câmbio CVT tem conversor de torque e simulação de oito marchas. Um programa (software) de gerenciamento simula as trocas de marchas no modo automático. Podem-se trocar as oito marchas manualmente ao posicionar a alavanca à esquerda.

As trocas são perceptíveis no modo automático sem trancos e nem hesitação na arrancada, que é comum nos câmbios CVT.

Outra novidade são os faróis com luz de LED. Iluminam muito bem, mas o facho baixo tem alcance curto. Isso requer lampejar o alto. Há regulagem elétrica de altura do facho, que é importante em carro que leva cinco ocupantes e tem porta-malas grande, para não ofuscar.

O Captur 1.3 Iconic, topo de linha, tem ainda quatro câmeras que monitoram o entorno do veículo: dianteira, traseira, e nas laterais. Há sensor de ponto cego. Retrovisores bem dimensionados. Câmera de ré tem ótima definição de imagem.

Aplicação de material emborrachado na cor marrom em grande parte do painel central e apliques desse material nos forros de portas dianteiros visa sofisticar o interior.

Porém, o encontro das extremidades superiores dos forros de porta com as do painel central estão desalinhados. Não se nivelam como deveriam. As pontas de parafuso aparentes nas dobradiças superior e inferior, que unem portas à carroceria, comprometem o acabamento assim como o plástico de revestimento da coluna de direção desencaixado.

Volante bem dimensionado agrupa poucos comandos para o bem da ergonomia, mas revestimento liso permite deslize das mãos. No quadro de instrumentos, o indicador de temperatura do líquido de arrefecimento do motor deu lugar à luz espia.

Tela tátil da central multimídia tem oito polegadas contra as sete anteriores. Espelhamento de celular por meio de Android e Apple. Muitas funções estão concentradas nela, inclusive zerar o computador de bordo. Para tanto, motorista tem que tirar os olhos da via para acioná-la, o que compromete a segurança.

Interior do Captur 1.3 Iconic é bem iluminado, com luzes na frente e na parte central. Comandos também bem iluminados facilitam acioná-los à noite. Bancos têm boa anatomia, mas comprimento dos assentos está no limite do apoio ideal às pernas.

Banco traseiro acomoda três adultos com bom espaço para cabeça, ombros e pernas. Revestimento em couro não transpira, mas dar ares de sofisticação. Vantagem é higienização.

Porta-malas suficiente para levar a bagagem dos cinco. Tampa traseira pesada tem local de fechamento bilateral, apropriado para destro e canhoto. Encosto traseiro fracionado (1/3 e 2/3) possibilita dividir espaço com bagagem e ocupante.

O estepe fica debaixo do porta-malas. Não tira espaço da bagagem, mas a remoção exige força física e na maioria das vezes está sujo. Pouco prático e nada ergonômico.

Captur 1.3 Iconic tem ar-condicionado automático, partida remota para climatizar o habitáculo, destravamento de portas e partida sem chave, sensores de chuva e crepuscular, controlador de velocidade, controle automático de velocidade, entre outros.

Airbags laterais dos bancos dianteiros foram redesenhados para proteger mais a cabeça. Há controles de tração, de estabilidade e assistente de partida em rampa. ABS e airbags frontais são obrigatórios por lei.

Coluna de direção passa a ter também regulagem de distância, que facilita encontrar a melhor posição ao volante. Direção tem assistência elétrica. Bem calibrada em baixa e em alta. O número de voltas de batente a batente diminuiu de 3,3 para 3. Diâmetro de giro médio (10,9 metros) ajuda em manobra.

Rodar áspero é percebido sobre ondulação, remendo, junção de ponte. Rodas grandes (aro 17) e pneus de perfil baixo (60) contribuem para o desconforto, mas estão na moda. São 12,9 centímetros de altura do flanco do pneu. Mesmo assim…

Calibragem da suspensão privilegia o comportamento dinâmico, importante em carro com grande altura do solo, ao limitar o movimento da carroceria em curva. Isso torna o rodar mais firme em detrimento do conforto.

Apesar do baixo ângulo de entrada devido ao novo desenho do para-choque, pode-se rodar por caminhos mal conservados pela altura do solo. Freios eficientes em simulação de emergência. Limpadores eficientes, mas lavador dianteiro joga água da metade do para-brisa para baixo.

Captur 1.3 Iconic agrada pelo visual, itens de conforto, conveniência e segurança. Agora, principalmente pelo desempenho, mas acabamento carece de evolução.

O manual do proprietário está disponível somente no site. Nada de papel. A consulta no papel é mais prática e rápida. A alternativa é baixar o arquivo no celular para poder consultá-lo quando não se tem internet. Modernidade nem sempre é sinônimo de praticidade. Sugestão: um guia impresso informando as funções principais do carro.

Preço sugerido do Renault Captur 1.3 Iconic é de R$ 138.490. A pintura em dois tons custa R$ 3.200; a cor prata, R$ 1.700, e a branca com teto preto, R$ 1.500. Somente a pintura totalmente na cor branca não tem custo. Garantia é de três anos sem limite de quilometragem.

O sistema de som Bose com subwoofer será o único opcional dessa versão. Por enquanto, não é cobrado. Uma maneira de incentivar a venda da versão topo de linha.

Ficha técnica Captur 1.3 Iconic

Motor
De quatro cilindros em linha, 1.332 cm³ de cilindrada, 16 válvulas, de 170 cv (etanol) e 162 cv (gasolina) de potências máximas entre 5.500 e 6.000 rpm e torque máximo de 27,5 kgfm (e/g) entre 1.600 rpm e 3.750 rpm

Transmissão
Tração dianteira e câmbio CVT de oito marchas com conversor de torque

Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica; diâmetro de giro, 10,9 metros

Freios
Disco ventilado na dianteira e tambor na traseira; ESP (controle de estabilidade) e HSA (assistente de partida em rampa)

Suspensão
Dianteira, independente, do tipo McPherson; traseira, eixo de torção e barra estabilizadora; altura do solo, 21,2 centímetros

Rodas/pneus
6×17” de liga leve /215/60R17

Peso
1.386 kg

Carga útil (passageiros+ bagagem)
448 kg

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,379; largura, 1,813; altura, 1,619; distância entre-eixos, 2,673

Porta-malas
437 litros

Desempenho
Velocidade máxima, 190 km/h (e/g); aceleração até 100 km/h, 9,2 segundos (etanol) e 9,5 segundos (gasolina)

Capacidades
Tanque, 50 litros; porta-malas, 437 litros; ângulos de ataque/saída/rampa (graus), 19/30/25

Consumo (km/l)
Urbano, 7,5 (e) e 11,1 (g); estrada, 8,3 (e) e 12 (g)

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