Última alteração de estilo na geração atual melhora aptidão do Peugeot 2008 Griffe em caminho ruim. Praticidade e acabamento se destacam, mas faltam itens de segurança ativa, e o motor é antigo
Por Paulo Eduardo
A atual geração do Peugeot 2008 Griffe se destaca pelas linhas harmônicas e suaves. Grade frontal na cor preta, capô mais horizontal, para-choques redesenhados, além de apliques de plástico em toda a extensão são as alterações de estilo antes da aposentadoria em 2021. A apresentação da nova geração está prevista para 2021 no Brasil depois da chegada do hatch 208 de nova geração este ano.
Peugeot 2008 terminou 2019 com mais de 8 mil unidades vendidas. Avaliamos a versão Griffe equipada com motor 1.6 de concepção antiga e conjugada com câmbio automático de seis marchas. Linhas limpas, sem rebuscamento nem vincos. Teto de vidro panorâmico dá elegância. Porém, a telinha interna acionada eletricamente por comando no console central não filtra totalmente a incidência do sol. Assim, no meio do dia, o uso do ar-condicionado digital, com temperatura diferenciada para motorista e passageiro, é obrigatório. Por outro lado, pode-se apreciar o céu à noite.
Bem acabado
Interior bem acabado, apesar de o material usado no painel e forração de portas não serem macios. Encaixes e arremates benfeitos na montagem do 2008 Griffe. Acesso normal nos bancos dianteiros contrasta com a obrigatoriedade de abaixar a cabeça para entrar no banco traseiro, cujo assento curto não apoia totalmente as pernas. Os dianteiros mais compridos cumprem a função. Forração em tecido no centro do assento e do encosto dos bancos, com material sintético nas extremidades e na parte posterior, ajuda no conforto, pois permite transpiração. Há porta-objeto nas portas e no console central, incluindo um com tampa atrás do freio de mão.
O quadro de instrumentos é visualizado por cima do volante, que é pequeno, e contém comandos de som e telefone para o bem da ergonomia. A posição de dirigir diferente pode causar estranheza, mas é fácil de acostumar. É boa a ergonomia do Peugeot 2008 Griffe, mas soltar a alavanca em forma de manche do freio de estacionamento requer força. Tem estilo, mas é pouca prática. Tampa do porta-malas tem fechamento bilateral, facilitando para destro e canhoto, mas também é pesada e requer esforço na abertura. Porta-malas de boa capacidade é fácil de arrumar.
Tela do sistema multimídia sem navegação nativa fica em destaque no alto do painel. Porta-luvas de boa dimensão não tem iluminação. Boa é a visibilidade, exceto de ¾ traseira compensada pelos bons retrovisores e câmera de ré de boa definição. Direção leve em manobras e firme em alta tem boa definição de ponto central. Coluna de direção é regulável em altura e distância. Dimensões compactas tornam o SUV prático na cidade. Carro manobra bem em espaço reduzido.
Rotações mais altas
Câmbio de seis marchas tem opção esportiva, com trocas em rotação mais alta; econômica, com trocas antecipadas em rotação mais baixa, além de troca manual movimentando-se a alavanca. Teclas S e Eco de tamanho menor tornam obrigatório tirar os olhos da via para acioná-las. Trocas sem trancos, mas nem ocorre redução de marcha com diminuição da velocidade.
Desempenho é limitado pelo motor totalmente de ferro de concepção antiga no 2008 Griffe. É aplicado somente em mercados emergentes, caso do Brasil. Acelerações modestas assim como as retomadas de velocidade. Desempenho mediano mesmo usando modo esportivo. Motor é ruidoso em rotação alta. Consumo depende muito da maneira de dirigir, mas, no anda e para da cidade, o computador registrou menos de 4 km/l com gasolina. Na estrada, dentro dos limites da lei e com pé leve consegue-se média de 11,5 km/l. A marca tem motores modernos e mais eficientes em energia.
Suspensão agrada
Suspensão bem calibrada proporciona conforto na maioria das vezes. E não há pancada seca no fim do curso. A grande altura do solo e as rodas grandes provocam oscilação lateral em piso ondulado e naqueles com depressão, o que resulta em desconforto. Carroceria inclina em curva pela grande altura do solo. Pneus de perfil mais alto (60) contribuem para o conforto. Grandes ângulos de ataque e saída, com novos desenhos dos para-choques, estimulam aventuras em estrada de terra sem conservação adequada.
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Freios eficientes em simulação de emergência. Limpadores/lavadores dos vidros cumprem bem a função. Farol baixo tem alcance de facho no limite. O conjunto agrada pela praticidade e acabamento. Equipado com seis airbags, Peugeot 2008 Griffe não está equipado nem com controle de tração nem de estabilidade. Preço sugerido é de R$ 89.900, e garantia é de três anos sem limite de quilometragem.
Ficha técnica Peugeot 2008 Griffe
Motor
De quatro cilindros em linha, 1.587 cm³ de cilindrada, 16 válvulas, flex, de 115 cv (gasolina) e 118 (etanol) de potências máximas a 5.750 rpm e torque máximo de 16,1 kgfm a 4.000 rpm (g/e)
Transmissão
Tração dianteira e câmbio automático de seis marchas
Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica; diâmetro de giro, 10,4 metros
Freios
Disco ventilado na dianteira; disco sólido na traseira
Suspensão
Dianteira, independente, do tipo McPherson, barra estabilizadora; traseira, travessa deformável, barra estabilizadora; altura do solo, 20 centímetros; ângulos de ataque/saída (graus), 23/29
Rodas/pneus
7×16” de liga leve /205/60R16
Peso
1.248 kg
Carga útil (passageiros+ bagagem)
Não divulgado
Dimensões (metro)
Comprimento, 4,159; largura, 1,739; altura, 1,583; distância entre-eixos, 2,542
Capacidades (litro)
Porta-malas, 402; tanque, 55;
Desempenho
Velocidade máxima, 186 km/h (álcool) 185 km/l (gasolina); aceleração até 100 km/h, 12,4 segundos (a)/ 12,7 s (g)
Consumo (km/l)
Urbano, 7,5 (etanol)/10 (gasolina); estrada, 9,2 (e)/ 13 (g)
