Alterações de estilo, mecânica e na estrutura são significativas no modelo 2021 do Renault Duster 1.6 CVT Iconic. Desempenho regular destoa do ótimo conjunto. Leia o teste da versão topo

Por Paulo Eduardo

Poucas reestilizações, eufemismo para reforma, resultaram em ótimo resultado como essa do Renault Duster 1.6 CVT Iconic. O SUV evoluiu em quase tudo. Agrada a nova calibragem da direção que passa a ter assistência totalmente elétrica. Mais leve em manobra e com boa sensibilidade em movimento. Diâmetro de giro de 10,7 metros facilita manobrar em garagem.

A primeira impressão positiva no visual está na inclinação do para-brisa, que dá modernidade ao conjunto e ajuda a vencer mais facilmente a resistência do ar. Lanternas traseiras quadradas com cantos arredondados compõem bem o visual do Duster. Área envidraçada diminuiu com linha de cintura mais alta e ascendente no sentido da traseira. Acesso fácil ao interior sem contorcionismo.

Interior evolui

No interior, novo painel central dá ares de jovialidade ao projeto de 2011. Deslize em ergonomia são os comandos dos vidros recuados na porta do motorista. O restante dos comandos é de fácil acesso e ao alcance. Bancos dianteiros anatômicos e do motorista com regulagem de altura. Assentos deveriam ter mais comprimento. Nova central multimídia com tela de oito polegadas compatível com Android e Apple Car Play, e ar-condicionado digital com regulagem de temperatura.

O volante do Duster 1.6 CVT Iconic tem boa pega, agrupa poucos comandos para o bem da ergonomia e coluna de direção é regulável em altura e distância. O senão é o revestimento liso do volante que pode provocar deslize acidental. Ótima é a posição de dirigir com melhor visibilidade pela inclinação mais baixa do para-brisa. Sensor de ponto cego e retrovisores bem dimensionados ajudam muito na direção.

Espaço de sobra

Espaço interno avantajado no habitáculo tanto na frente quanto no banco traseiro. Porta-malas imenso como convém a esse tipo de carroceria. Pega bilateral da tampa facilita fechamento para destro e canhoto. Ponto em ergonomia. Ruídos internos contidos são percebidos numa evolução em absorção e isolamento. Interior mais agradável.

Reforços estruturais tornam o Duster mais seguro para encarar caminhos ruins. A grande altura do solo e os bons ângulos de ataque e saída contribuem para encarar imperfeições em vias ruins na cidade e nos caminhos de terra. Apesar de não ter tração 4×4, o Duster 1.6 CVT Iconic é eficiente nessas situações. Quatro câmeras permitem visualizar ao redor do carro.

Suspensão se destaca

Calibragem da suspensão é destaque, com compromisso excelente de conforto e estabilidade. Sente-se ligeira aspereza sobre piso irregular. O acerto de suspensão é especialidade da Renault no Brasil. O Duster contorna bem as curvas apesar da grande altura do solo. Controle de estabilidade atua no limite de aderência para evitar escapada em curva.

O que não mudou foi o desempenho do motor 1.6 de origem Nissan. Está conjugado com o câmbio CVT de infinitas relações e seis marchas virtuais para troca manual por meio da alavanca.

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Ultrapassagem reque mais tempo

Embalado, o Renault Duster 1.6 CVT Iconic vai bem, sendo lento na arrancada. Na ultrapassagem, requer mais tempo para realizar a manobra. Ao pisar fundo no acelerador, o som do motor é estridente. As rotações demoram a subir. Com ar ligado, quatro ocupantes e bagagens no porta-malas é preciso calcular bem para ultrapassar com segurança. Na cidade, desempenho é satisfatório. Relação de peso/potência superior a 10,5 kg/cv ajuda a entender o desempenho limitado.

Molas a gás para manter o capô aberto contrasta com o nada prático tanquinho de partida a frio. Um motor moderno de alumínio que usa corrente de distribuição, que dispensa manutenção, em vez de correia, não merece o tanquinho.

Faróis iluminam bem no alto e no baixo. Limpadores e lavadores eficientes. Entrar e sair sem chave, com partida por meio de comando no painel. Freios ótimos em emergência sem abaixar a frente.

Quanto custa?

A versão Iconic topo de linha tem preço sugerido de R$ 90.690 e chega a R$ 96.390 com forração em couro nos bancos e pacote de aparência externa. Garantia é de três anos ou 100 mil quilômetros.

Ficha técnica Duster 1.6 CVT Iconic

Motor
De quatro cilindros em linha, 1.597 cm³ de cilindrada, 16 válvulas, de 120 cv (etanol) e 118 cv (gasolina) de potências máximas a 5.500 rpm e torque máximo de 16,2 kgfm (e/g) a 4.000 rpm

Transmissão
Tração dianteira e câmbio CVT de infinitas relações, com opção de troca manual de seis velocidades

Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica; diâmetro de giro, 10,7 metros

Freios
Disco ventilado na dianteira e tambor na traseira; ESP (controle de estabilidade) e HSA (assistente de partida em rampa)

Suspensão
Dianteira, independente, do tipo McPherson; traseira, eixo de torção e barra estabilizadora; altura do solo, 23,7 centímetros/ângulos de ataque/saída/transposição, 30/34,5/13

Rodas/pneus
6×17” de liga leve /215/60R17

Peso
1.279 kg

Carga útil (passageiros+ bagagem)
500 kg

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,37; largura, 1,83; altura, 1,69 (com barra no teto); distância entre-eixos, 2,67

Capacidades (litro)
Porta-malas, 475; tanque, 50

Desempenho
Velocidade máxima, 172 km/l (g)/ 173 km/l (e); aceleração até 100 km/h, 12,2 segundos (etanol) e 12,3 segundos (gasolina)

Consumo (km/l)
Urbano, 7,2 (e) e 10,3 (g); estrada, 7,8 (e) e 11,1 (g)

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