Aceleramos a linha 2022, que já está nas lojas, e conferimos as virtudes que fazem o modelos ser o mais vendido do país desde 1976

Por Roberto Dutra

A Honda CG completa 45 anos de estrada e chega à linha 2022 em plena forma. Lançada em 1976, já como linha 1977, a moto logo se tornou a mais vendida do país e permaneceu no lugar mais alto do pódio neste quase meio século de existência. Mas o que faz a CG ser essa moto tão bem aceita, bem vendida, cobiçada e eternamente valorizada?

Os principais atributos são mais do que conhecidos. Em todas as suas gerações (a atual é a nona) e versões, a CG sempre exibiu pilotagem leve, ágil e segura, baixo custo de manutenção e, principalmente, muita confiabilidade. Sempre foi aquela moto que, bem cuidada, “não quebra nunca”. Além disso, a Honda tem mais de mil concessionários no país, o que sempre traz alguma tranquilidade para os proprietários de motos da marca.

Para relembrar e conferir os atributos da campeã, participamos de um pequeno evento organizado pela Honda para comemorar os 45 anos de vida da best-seller. Nisso, fizemos um divertido test-ride em seu habitat natural: a cidade grande. Foram algumas horas rodando por São Paulo, não por acaso a cidade que mais compra CG no Brasil.

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Antes, porém, valem algumas observações sobre a moto e as mudanças na linha 2022. A principal é que a CG, hoje, parece uma moto maior. É algo que vem acontecendo com vários modelos, aliás. A CG 160 parece uma CB 250F Twister, ess Twister 250 parece uma CB 500 e por aí vai. Ao que parece tamanho é documento quando o assunto é moto…

A linha 2022 mantém as quatro versões de antes. A CG 160 Start é a mais simples. Ganhou design redesenhado na moldura do painel de instrumentos e na carenagem frontal, mas dispensa adornos e peças “aerodinâmicas”. É oferecida nas cores prata metálico, vermelha e preta.

As CG 160 Fan, a intermediária, e Cargo, aquela voltada para trabalho, também receberam moldura de painel e carenagem de farol novas, mas também ganharam acabamentos abas maiores nas laterais do tanque – e redesenhadas interna e externamente. Um diferencial na Cargo é o bagageiro, que vem de fábrica e suporta 20 quilos de carga – e claro que se pode acoplar um baú ali. A Fan pode ser comprada nas cores azul perolizada, vermelha e preta. A Cargo, só na cor branca “frotista”.

A CG 160 Titan é a topo de linha. Versão mais sofisticada e cheia de adereços, também ganhou moldura do painel, carenagem de farol e abas laterais novas – estas, ainda maiores, com pegada esportiva e exclusivas desta versão. As laterais da rabeta também são diferentes, mais gordinhas. As cores disponíveis tentam ser mais atraentes: cinza metálica, vermelha perolizada e amarela perolizada.

A mecânica não mudou e continua a mesma para todas as CGs. Estão em todas a suspensão dianteira tipo Separated Function Fork (SFF), que usa mola em uma das bengalas e amortecimento hidráulico (óleo) na outra, bichoque traseiro com amortecedores ajustáveis em cinco posições e os freios com sistema CBS – que joga 30% da força do pedal do freio para a roda dianteira e os outros 70% para a roda traseira (o manete só aciona o dianteiro). Vale ressalvar que, na versão Start, os dois freios são a tambor. Nas outras, há disco na roda dianteira.

E o motor? Bem, é aquele velho conhecido: o monocilíndrico refrigerado a ar e injetado, com 162,7cm³ de capacidade cúbica. Na Start, só trabalha com gasolina. Na Cargo, na Fan e na Titan, é flex. Rende potência máxima de 15,1cv com etanol ou 14,9cv com gasolina a 8.000rpm, e torque de 1,5 kgfm com etanol ou 1,4kgfm com gasolina, a 7.000rpm. O câmbio tem cinco marchas e secundária por corrente.

As rodas são raiadas na Start e de liga leve com cinco raios duplos nas outras. O pneu dianteiro é o mesmo 80/100 R18 em todas, mas atrás a medida é de 90/90 R18 para Cargo, Start e Fan, e de 100/80 R18 para a Titan. Curiosamente o tanque de combustível é menor na topo de linha – 14,6 litros com 3,1 de reserva, contra 16,1 litros e 3,2 de reserva nas outras.

Vamos rodar?

Hora de passear de CG. E, acredite: isso é sempre divertido. Começamos nos reencontrando com a posição de pilotagem, bem retinha e confortável. O banco é mais anatômico do que confortável, mas não sacrifica muito o piloto – a menos que se passe 12 horas seguidas ali em cima. E sinto aquela pontinha de orgulho de estar pilotando um modelo de 45 anos de vida…

Os comandos têm padrão mundial, mas já foram melhores – o antigo botão de buzina ficava em posição mais intuitiva e era mais amigável que o atual, que tem uma parte incomodamente pontuda. Do outro lado, o botãozinho de start transmite sensação de fragilidade, algo que não combina com essa moto. E o corta-corrente, um recurso importante, foi suprimido. Bola fora.

Por outro lado, o painel de instrumentos com tela de LCD muda de cor de acordo com a luz natural – fundo azul com grafismos brancos ou fundo preto com grafismos em laranja. Legal: assim, dá pra ver todas as informações sempre. Tem as informações necessárias, fato, mas senti falta de um segundo hodômetro parcial.

O desempenho é satisfatório. Longe de ser uma esportiva, a CG anda bem e responde sempre com o rabinho em pé. Mantenha o motor cheio, que a diversão é garantida. Com ciclística inigualável, a CG tem invejável distribuição de pesos e massas e também é ótima de curva. As frenagens, por outro lado, não impressionam – mas também não assustam. As suspensões com 13,5cm de curso na frente e 10,6cm atrás oferecem razoável nível de conforto desde que não se pegue um asfalto em petição de miséria.

Leve, ágil e muito divertida, a Honda CG tem atributos para ser e continuar sendo a rainha das motos de baixa cilindrada. Não por acaso o modelo responde por nada menos que 27% das vendas de motos no país, e nesses 45 anos de estrada já vendeu mais de 13,5 milhões de unidades – é o veículo mais vendido na história do país, à frente inclusive de automóveis como os VW Gol e Fusca.

Na linha 2022, os preços são os seguintes: CG 160 Start, R$ 10.520; CG 160 Fan, R$ 11.760; CG 160 Cargo, R$ 11.900; e CG 160 Titan, R$ 13.040 – todos com base no Distrito Federal (DF) e sem frete. Todas as versões têm garantia de três anos, sem limite de quilometragem, com sete trocas de óleo gratuitas.

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