Versão topo de linha picape mantém os mesmos conteúdos e a praticidade da capota rígida
Não há como negar que a Fiat Toro foi um divisor de águas no mercado brasileiro. A picape consolidou um segmento inaugurado pela Renault Oroch e se tornou sonho de consumo para quem buscava uma picape acima das médias, mas não tinha bolso para uma média.
Tanto é que a Toro é a segunda picape mais vendida do Brasil, ficando atrás apenas da Strada. No entanto, 2023 foi um ano desafiador para a italiana. Chegaram ao mercado novas rivais como a Chevrolet Montana e a prima Ram Rampage.
Cada uma tem sua proposta, faixa de preços e estratégia, mas acabam se confluindo. No entanto, a Toro tem um trunfo, a versão Ultra (R$ 210.990), opção topo de linha, que tem como destaque um exclusivo teto rígido para caçamba.
O recurso transforma a picape em uma sedã anabolizado, com tração 4×4 e motor diesel. É uma versão destinada para o consumidor que busca um carro de passeio, mas que também incorpore a mecânica robusta de uma picape e capacidade off-road.
A Ultra não é novidade, está no mercado há quatro anos e desde então é a única a oferecer o recurso. O mercado oferece capota elétrica que se recolhe, mas só a italiana tem um estilo basculante.
No entanto, ela limita a função picape. Como o ângulo de abertura é limitado, abaixo dos 45 graus, carregar grandes volumes se torna impossível.
Ela é muito útil para criar um porta-malas de verdade, muito difícil de ser violada, o que dá segurança e tranquilidade para quem vai usar a Toro como carro do dia a dia e para viagens.
A Mopar, que é a divisão de acessórios, oferece ainda um bolsa que ocupa boa parte da caçamba. Ela é impermeável permite abrigar bagagens sem risco de entrar água ou poeira. O acessório está disponível para toda linha e pode ser um paliativo para quem não tem uma Ultra.
E como ainda estamos na caçamba, vamos a um inconveniente da picape. O bucal para reposição do aditivo ARLA 32, fica posicionado sobre a concha do para-lamas.
Para uma picape sem capota, o acesso é fácil, mas na Ultra é um tanto incômodo. O ideal é ser como no Commander, com bocal junto da portinhola de abastecimento.
Mas vamos à Toro Ultra 2024. A picape manteve os mesmos conteúdos e recursos técnicos da linha anterior. O que mudou de fato foram detalhes de acabamento.
Na grade frontal, a picape ganhou um friso vermelho que repete o mesmo tema da Strada Ultra. As rodas, passaram a contar com acabamento diamantado nas extremidades, igual a irmã menor. De resto é o mesmo carro.
O visual se diferencia das demais pela grade do radiador, assim como pelo santo-antônio emoldurado que funde com a base da capota. Um estribo completa o conjunto, mas reduz a altura livre e pode comprometer o ângulo de transposição.
A Toro Ultra é um carro bem equipado, conta com quadro de instrumentos digital, multimídia vertical Uconnect de 10 polegadas (com conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay), assim como câmera de ré, sistema de conectividade remota, navegador GPS, carregamento por indução, chamada de socorro, vidros e retrovisores elétricos, bancos em couro, partida sem chave, além de partida remota.
O pacote de assistentes conta com alerta de colisão, frenagem emergencial, monitor de ponto cego e permanência em faixa, mas fica devendo o controle de cruzeiro adaptativo. Item que já é oferecido nos primos Compass e Commander.
Mas a cereja do bolo da Toro Ultra é o polivalente motor turbodiesel 2.0 de 170 cv e 35 kgfm de torque. Essa unidade é combinada com transmissão de nove marchas (com emulação de reduzida na primeira) e tração 4×4. O conjunto ainda conta com assistente de descida de ladeira.
O conjunto de suspensão é independente nas quatro rodas com sistema McPherson (frente) e Multibraço (traseira). Já os freios são a disco ventilado (frente) e tambor (traseira). Os pneus são todo terreno com dimensões 225/60 R17.
A Fiat Toro Ultra 2024 abre mão de ser uma picape convencional para ser um carro de passeio off-road, como um SUV, mas com visual diferenciado. Seu preço de R$ 210 mil a coloca próxima de versões refinadas do Compass, Corolla Cross, Haval H6 e Territory, já que a ideia é ter um carro de passeio de luxo.
No entanto, o motor diesel e a tração 4×4 são um diferencial. Além disso, por mais que a capota rígida limite a acomodação de volumes, seu “porta-malas” ainda é uma caçamba com capacidade para 937 litros. Ou seja, a Ultra tem preços de SUV médio, se comporta como um sedã, mas não deixa de ser picape.
MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.956cm³ de cilindrada, turbodiesel, que desenvolve potência máxima de 170cv a 3.750rpm e torque máximo de 35,7kgfm a 1.750rpm
TRANSMISSÃO
Tração integral sob demanda; e câmbio automático de nove marchas e opção de trocas manuais por aletas ou na própria alavanca
SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, tipo McPherson, com braços oscilante fixados ao subchassi e barra estabilizadora; e traseira independente, tipo multilink, com barra estabilizadora/ 6,5 x 17 polegadas (liga leve) / 225/65 R17
DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
FREIOS
À discos ventilados na frente e tambores na traseira, com ABS/EBD
CAPACIDADES
Tanque, 60 litros; capacidade de carga (passageiros e carga), 1.000kg; ângulo de entrada/saída, 24,8°/29°; peso, 1.871 quilos
DIMENSÕES
Comprimento, 4,94m; largura, 1,84m; altura, 1,74m; distância entre-eixos, 2,99m; distância mínima do solo, 0,20cm
DESEMPENHO
Velocidade máxima, 194km/h; aceleração até 100km/h, 11,9 segundos
CONSUMO (**)
10,1km/l na cidade e 12,6km/l na estrada
(**) Dados do Inmetro
