O elétrico da marca chinesa Build Your Dreams (construa seus sonhos) tem linhas agradáveis e amplo espaço interno. Autonomia é de 291 quilômetros e tem bom desempenho. Leia o teste  

Por Paulo Eduardo

O BYD Dolphin (golfinho em inglês) agrada pelas linhas limpas e fluidas da carroceria. O desenho é inspirado nos animais marinhos e no oceano. Esse hatch médio de 4,12 metros de comprimento tem espaço interno avantajado pela grande (2,70 metros) distância entre-eixos. 

O Renault Duster, que é uma referência em espaço interno, tem 2,67 m de distância entre-eixos. O interior é bem arejado com cores claras no painel central, forros de portas e bancos contrastam com a forração preta no teto e nas colunas. O porta-malas pequeno (250 litros) requer arrumação.

A tela tátil enorme de 12,8 polegadas do sistema multimídia é giratória e pode ser usada na horizontal e na vertical. O quadro de instrumentos tem tela LCD de 5 polegadas e se movimenta juntamente com a angulação da coluna de direção. 

Os bancos têm boa anatomia e os dianteiros inteiriços incorporam apoio de cabeça. Ocupantes do banco traseiro têm muito espaço para pernas. Devido à largura e ao assoalho plano três adultos se acomodam bem banco traseiro.

Um dos dilemas do carro elétrico é a autonomia. O Dolphin é atualmente o carro de maior eficiência energética à venda no Brasil: 0,42 MJ/km, segundo dados do Inmetro. É o carro que melhor aproveita a carga de 44,9 kWh da bateria.

Segundo a BYD, em um carregador de carga rápida, levam-se 30 minutos para carregar de 30% a 80% do total. A bateria pode ser carregada em tomadas comuns de 127 e 220 volts, sendo que nessa última a carga máxima pode ser obtida em cerca de 10 horas.

Um cabo de 5 metros para recarga em locais públicos e um carregador doméstico (wall box) são itens de série do carro. Não são cobrados à parte. O preço final é de R$ 149.800. A garantia do carro é 5 anos ou 200 mil quilômetros. A bateria tem garantia de 8 anos ou 200 mil quilômetros. Segundo a BYD, a durabilidade da bateria pode atingir até 30 anos.

O Dolphin é montado sobre a plataforma denominada 3.0 exclusiva para carros elétricos. A BYD fabrica somente veículos elétricos há nove anos quando deixou de montar carros com motores de combustão interna.

A direção elétrica está calibrada adequadamente para manobra e com peso em alta sem ser comunicativa. O diâmetro de giro pequeno (10,5 metros) facilita manobra em espaço reduzido. Câmera panorâmica contribui muito na visibilidade.

A coluna de direção tem apenas regulagem em altura. Falta a de distância. O volante tem boa pega e está revestido com material rugoso que evita deslize das mãos, mas contém muitos comandos complicando a ergonomia. É boa a posição de dirigir.

Outras derrapadas em ergonomia são a tampa do porta-malas com pega de fechamento unilateral e abaixar para entrar no banco traseiro. Perde em praticidade com encosto do banco traseiro que rebate totalmente. Deveria ser fracionado.

A baixa altura (12 centímetros) em relação ao solo é um dos fatores para que a frente esbarre na saída de rampa. O rodar é durinho, sem ser desconfortável sobre piso irregular. O comportamento dinâmico é favorecido também pelo balanço curto nos dois eixos.

Sobram apenas 6,95 cm de carroceria na dianteira e 7,3 cm na traseira. Isso se deve à grande distância entre-eixos e ao pouco comprimento. A carroceria se movimenta pouco em curva e transmite confiança. A suspensão tem boa calibragem e pneus são de perfil (60) mais alto.

Os freios a disco nos dois eixos são eficientes e param os 1.405 quilos do carro em espaço de segurança. A bateria é pesada e aumenta o peso dos carros elétricos.

Apesar de ter relação peso/potência elevada (14,8 kg/cv), o desempenho é bom pelo torque de 18,36 kgfm disponível assim que o carro entra em movimento. Esse é o trunfo dos elétricos.

Ao pisar no acelerador, todo o torque está disponível e o carro está sempre com a força máxima e é ágil no trânsito urbano. Na estrada, proporciona ultrapassagem rápida, mas o fôlego dura pouco pela potência baixa (95 cv). O desempenho é bom de maneira geral.

No modo Sport, fica mais ágil, mas aumenta o consumo da bateria. A velocidade máxima dos elétricos é sempre limitada para poupar a bateria. O Dolphin atinge limitadamente 150 km/h. Há ainda o modo para piso escorregadio.

Na cidade, o consumo da bateria registrado foi de 11,7 kWh a cada 100 quilômetros percorridos. Na estrada, 14kWh/100 km. A frenagem regenerativa recupera a energia na cidade diminuindo o consumo, o que ocorre com frequência menor na estrada.

Os faróis com luz de LED iluminam bem, mas facho baixo é curto. Limpadores de para-brisa e lavadores são eficientes. Não há limpador no vidro traseiro, que é térmico.

O BYD Dolphin está equipado com seis airbags, sensor crepuscular, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, controle automático de velocidade, câmera panorâmica, três portas USB e uma tomada de 12 volts, ar-condicionado automático com purificador de ar, controle dinâmico do veículo, freio de estacionamento eletrônico, navegação nativa, entre outros.

O preço ainda é alto em um país de salário-mínimo baixo, mas o golfinho sinaliza ventos democráticos aos elétricos que passam a ser possibilidade de consumo em vez de realidade inatingível. 

Ficha técnica BYD Dolphin

  • Motor
    Um motor elétrico no eixo dianteiro com potência máxima de 95 cv e torque máximo de 18,36 kgfm; bateria, 44,9 kWh
  • Transmissão
    Automática de uma marcha, tração dianteira 
  • Direção
    Tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica; diâmetro de giro, 10,5 metros
  • Freios
    Disco ventilado na dianteira, e disco sólido na traseira
  • Suspensão
    Dianteira, Mc Pherson; traseira, eixo de torção; altura do solo, 12 centímetros
  • Rodas/pneus
    6 x 16”de liga leve/195/60R16
  • Peso
    1.405 kg
  • Carga útil (passageiros + bagagem)
    375 quilos 
  • Dimensões (metro)
    Comprimento, 4,125; largura, 1,770; altura, 1,570; distância entre-eixos, 2,70
  • Capacidades (litro)
    Porta-malas, 250; ângulos de entrada/saída/rampa (graus), 17/23/30.
  • Desempenho
    Velocidade máxima (km/h), 150 (limitada eletronicamente); aceleração até 100 km/h (segundos), 10,9 
  • Autonomia (quilômetros)
    Combinado (urbano e estrada), 291 (PBVE)   
  • Tempo de recarga da bateria
    30 minutos (30% a 80% – DC) em estação rápida; 10 h (0 a 100%) em tomada doméstica de 220 volts
  • Consumo (Inmetro km/e equivale a km/l)
    Urbano, 51,9 /estrada, 43,5

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