PRAZER AO DIRIGIR Na prática, o conjunto mecânico proporciona dirigibilidade exemplar ao 408. Graças à ampla oferta de torque desde os baixos regimes, a resposta ao acelerador é sempre imediata, o que torna a condução ágil e prazerosa em vias urbanas. Em rotações mais altas, o resultado é igualmente bom: o motor sobe de giro com suavidade e silêncio, despejando potência de modo linear nas rodas dianteiras. Além do mais, o funcionamento é suave, sem quaisquer tipos de asperezas.
A suspensão do 408 é tradicional, com sistema independente McPherson na dianteira e semi-independente por eixo de torção na traseira. A Peugeot aplicou um acerto muito rígido às molas e amortecedores, de modo a privilegiar a estabilidade. O resultado é um rodar realmente seguro, com pouca inclinação da carroceria em curvas, mas um tanto desconfortável em pavimentos desnivelados, com transferência das irregularidades para o interior. Se a marca tivesse desenvolvido um conjunto multilink para o eixo posterior, provavelmente a absorção de impactos seria mais satisfatória, sem prejuízo à dirigibilidade. A direção, do tipo eletro-hidráulica, também proporciona segurança, dando o peso correto ao volante em altas velocidades e deixando-o macio em manobras.
Um das maiores qualidades do 408 é que o desempenho não implica em consumo alto. Na estrada, as aferições revelaram pouca variação, girando sempre em torno dos 11 km/l (o melhor resultado foi de 11,4 km/l e o pior, de 10,5). Em ciclo urbano, as marcas também se mantiveram estáveis, com média de 8,0 km/l (o mínimo foi de 7,6 km/l e o máximo, de 8,4 km/l). Os números, melhores que os obtidos pelo hatch 308, são ainda mais satisfatórios quando se considera o elevado peso de 1.527 kg do sedã. Vale ressaltar que vários fatores influenciam no consumo de um veículo, como a topografia e o traçado das vias, o tipo de condução, etc.
Os ocupantes da frente igualmente não têm do que reclamar em relação às acomodações, inclusive o motorista, que conta com direção ajustável em altura e profundidade. O banco também é regulável nos sentidos vertical e longitudinal e dispõe de generosas abas laterais, que seguram o corpo nas curvas. O volante é exclusivo, com base achatada e aplique metálico, mas se mostrou muito grande, inconveniente presente também no 308. O acabamento agrada, com material emborrachado na superfície superior do painel. Mesmo os plásticos de superfície rígida, empregados nas forrações das portas e em alguns outros locais, revelam qualidade, sem rebarbas aparentes. De modo geral, os encaixes são bem arrematados, com exceção das peças prateadas que emolduram os botões do ar condicionado e o aparelho de som, que apresentavam desnivelamento. A insonorização é boa, tornando o habitáculo bastante silencioso.
PACOTÃO A versão Griffe vem bastante recheada de itens de comodidade: há ar-condicionado automático digital com duas zonas de temperatura e difusores traseiros, computador de bordo, para-brisa acústico, cruise control, travas e vidros elétricos com sistema um toque e sistema antiesmagamento, retrovisores externos com ajuste e rebatimento elétricos, alarme, cruise-control, teto solar e revestimento em couro nos bancos e no volante. Também está incluído no pacote o sistema multimídia, composto por rádio/CD Player com conexão USB para iPod/MP3 player e bluetooth, GPS e tela retrátil de 7”, que funcionou de modo correto, mas ficou devendo comandos por voz e interface sensível ao toque.
A lista de itens de segurança também é extensa e dá direito a airbags frontais, laterais e de cortina, controles eletrônicos de tração e estabilidade, e faróis e lanterna de neblina. Os freios são a disco nas quatro rodas com ABS, AFU e REF, com ótimos resultados práticos. Apesar da proposta familiar, o 408 não dispõe de ganchos isofix para fixação de cadeirinhas, pecado que chega a ser difícil de compreender. Pelo menos os três passageiros do banco traseiro contam com cintos de três pontos e encostos de cabeça.
Avaliação | Alexandre | Marlos |
Desempenho (acelerações e retomadas) | 10 | 10 |
Consumo (cidade e estrada) | 8 | 9 |
Estabilidade | 8 | 8 |
Freios | 8 | 9 |
Posição de dirigir / Ergonomia | 8 | 8 |
Espaço interno | 9 | 10 |
Porta-malas (espaço, acessibilidade e versatilidade) | 10 | 10 |
Acabamento | 9 | 8 |
Itens de segurança (de série e opcionais) | 8 | 8 |
Itens de conveniência (de série e opcionais) | 9 | 9 |
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção) | 9 | 10 |
Relação custo/benefício | 8 | 8 |
FICHA TÉCNICA
MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, gasolina, 1.598 cm³ de cilindrada, 165 cv a 6.000 rpm de potência máxima, 24,5 kgfm de torque máximo de 1.400 a 4.000 rpm
TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio automático sequencial de seis marchas
ACELERAÇÃO ATÉ 100 km/h (dado de fábrica)
8,3 segundos
VELOCIDADE MÁXIMA (dado de fábrica)
213 km/h
DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência eletro-hidráulica
FREIOS
Discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira, com ABS, AFU e REF
SUSPENSÃO
Dianteira, independente, McPherson; traseira, semi-independente, eixo de torção
RODAS E PNEUS
Rodas em liga de alumínio 7,5 x 17, pneus 225/45 R17
DIMENSÕES (metros)
Comprimento, 4,690; largura, 1,815; altura, 1,519; distância entre-eixos, 2,710; peso, 1.527 quilos
CAPACIDADES
Tanque de combustível: 60 litros; porta malas: 526 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 415 quilos
Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos
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