Com motor a diesel italiano, fruto da fusão entre Chrysler e Fiat, e câmbio de oito marchas ZF de origem alemã, SUV anda bem sem gastar demais; diferença de preço em relação à versão a gasolina, porém, chega a R$ 20 mil
Especial para o Autos Segredos
Atualmente, avistar um Grand Cherokee pelas ruas, ainda mais se for da atual geração, não é tarefa das mais fáceis. Curiosa a redução de mercado de um carro que foi tão marcante durante o período da reabertura das importações: nos anos 90, o modelo era um abundante símbolo de status, capaz de agradar às mais diversas pessoas. Homens, mulheres, solteiros, pais de família, artistas e jogadores de futebol: vários endinheirados eram vistos ao volante do SUV. Se, no Brasil, o carisma diminuiu, pode-se dizer que outras qualidades aumentaram. Uma delas é o motor a diesel, que chegou neste ano, restrito à versão top Limited, e equipa a unidade das fotos, avaliada pelo Autos Segredos.
ON-ROAD Se por um lado o Grand Cherokee acelera forte, por outro não faz feio na hora de fazer curvas. Obviamente, o peso exagerado e a grande altura trazem limitações: o modelo logo avisa que não é muito tolerante a abusos, inclinando bastante a carroceria e lançado mão dos controles eletrônicos para recuperar aderência. Ainda assim, o resultado é bastante positivo para um SUV de grandes dimensões. Mérito para o acerto da suspensão independente nas quatro rodas, por braços sobrepostos na dianteira e do tipo multilink na traseira. Mérito também para a rigidez da carroceria, construída sobre a ótima plataforma que o modelo da Jeep herdou do Mercedes-Benz ML, na época da extinta união entre a marca alemã e a Chrysler, que resultou na extinta Daimler-Chrysler. Também merece crédito a direção com assistência eletro-hidráulica, bastante progressiva. O comportamento dinâmico é completado pelas frenagens eficientes, fruto do sistema com enormes discos ventilados nas quatro rodas e ABS.
A maior vantagem do diesel em relação à gasolina, teoricamente, é o menor gasto com combustível. Durante sua estadia no Autos Segredos, o Grand Cherokee realmente se mostrou econômico para seu porte: cravou médias de 10,1 km/l na estrada e de 8,0 km/l na cidade. Graças ao enorme tanque de combustível de 93,1 litros, a autonomia chega a aproximadamente 940 km. Boa notícia, inclusive porque o motor só aceita o diesel S-10, que não está disponível em todos os postos, e, portanto, pode fazer com que o motorista rode mais que o necessário na hora de abastecer. Nunca é demais lembrar que o consumo de um veículo depende de uma série de fatores, como as características das vias, as condições do trânsito, o relevo e o estilo de direção do condutor.
Dirigir um Grand Cherokee é se sentir automaticamente na América do Norte. A bordo do modelo, você vê outros SUVs, literalmente, de cima. Tudo dele é superlativo: além de alto (com 1,80 m) , o Jeep também é comprido (4,82 m) e largo (1,94). Seja pela profusão de porta-copos ou pelos enormes bancos, extremamente confortáveis, aquecidos e com regulagens elétricas, mas um tanto planos, incapazes de segurar o corpo em curvas tomadas com mais ânimo, a atmosfera do interior é tipicamente estadunidense. O volante multifuncional, de aro menor que o se costuma ver em outros veículos da categoria, tem ótima pegada. Os instrumentos digitais, que simulam com perfeição mostradores analógicos (mas aceitam outros modos de leitura, pois a tela é configurável), e a pequena alavanca do câmbio, com design futurista, dão ar de modernidade ao habitáculo. Apesar do tamanho exagerado, o ato de dirigir não é difícil. A ergonomia é correta, os comandos são suaves e a visibilidade é boa para a frente e para os lados. Para trás, o campo visual é restrito, mas o motorista é auxiliado por retrovisores bem-dimensionados (ainda que o direito seja plano e não cubra uma área tão ampla assim), câmera de ré e sensores de estacionamento na dianteira e na traseira. Os faróis bi-xenônio proporcionam ótima iluminação, mas não são direcionais.O Grand Cherokee Limited, naturalmente, traz amplo pacote de equipamentos. Além dos itens já citados ao longo do texto, há r-condicionado com duas zonas de temperatura, coluna de direção com ajustes elétricos, limitador de velocidade em descidas, cruise-control, sensores crepuscular e de chuva, partida sem chave, computador de bordo, monitoramento de pressão dos pneus, sistema multimídia com tela de 8,4 polegadas no centro do painel, nove alto-falantes, DVD player com leitor blu-ray subwoofer, entrada USB, bluetooth e navegador GPS e rodas de liga leve aro 20”. Causa estranhamento a ausência de teto solar, indisponível até mesmo como opcional. Porém, entre os itens de segurança, não há ausências graves. O SUV da Jeep traz sete airbags (frontais, laterais, do tipo cortina e para os joelhos do motorista), encostos de cabeça dianteiros ativos e controles eletrônicos de tração, estabilidade e oscilação de reboque, além de freios ABS.
FICHA TÉCNICA
Motor
Dianteiro, longitudinal, seis cilindros em V, 24 válvulas, a diesel, 2.987cm³ de cilindrada, 241cv de potência máxima a 4.000 rpm e 56 kgfm de torque máximo entre 1.800 rpm e 2.800r pm
TRANSMISSÃO
Tração integral, câmbio automático de oito velocidades
ACELERAÇÃO ATÉ 100 km/h (dado de fábrica)
8,2 segundos
VELOCIDADE MÁXIMA (dado de fábrica)
202 km/h
SUSPENSÃO
Dianteira independente, com braços curtos e longos e barra estabilizadora; traseira independente, de braços múltiplos
RODAS E PNEUS
8 x polegadas, em liga leve / 265/50 R20
DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência eletro-hidráulica
FREIOS
A disco ventilado nas quatro rodas, com ABS
DIMENSÕES
Comprimento, 4,828; largura, 1,943; altura, 1,802; distância entre-eixos, 2,915
CAPACIDADES
Tanque de combustível, 93,1 litros; porta-malas, 457 l, capacidade de carga (passageiros e bagagem), 580 quilos; peso, 2.393 kg
Avaliação | Alexandre | Marlos |
Desempenho (acelerações e retomadas) | 9 | 9 |
Consumo (cidade e estrada) | 8 | 8 |
Estabilidade | 8 | 8 |
Freios | 8 | 8 |
Posição de dirigir / Ergonomia | 9 | 8 |
Espaço interno | 9 | 8 |
Porta-malas (espaço, acessibilidade e versatilidade) | 8 | 9 |
Acabamento | 10 | 9 |
Itens de segurança (de série e opcionais) | 9 | 8 |
Itens de conveniência (de série e opcionais) | 8 | 8 |
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção) | 9 | 10 |
Relação custo/benefício | 7 | 9 |
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Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos