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Ao volante: Chevrolet Spin LTZ Automática agrada pelo equilíbrio

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teste_chevrolet_spin_2016_2Por Eduardo Zanetti

Se números fossem verdades absolutas, esta minivan não seria boa como é. O Chevrolet Spin LTZ 2016 anda bem com os 108 cv que o motor 1,8 litro de oito válvulas rende quando abastecido com álcool combustível. O câmbio automático epicíclico de seis velocidades (GF6-2) é o melhor do pacote: aproveita bem o torque de 17,1 kgf.m, entregue em plenitude aos 3.200 giros, pois sobe marchas sem miséria e ajuda nas frenagens, quando mantém engatada a marcha ativa no momento da desaceleração. A GM divulgou que o câmbio recebeu atualizações, entregando trocas 50% mais rápidas a partir de agora, além de reduções de duas ou três marchas. Carregado a situação é um pouco mais delicada, o carro sofre um pouco pela baixa potência máxima.

teste_chevrolet_spin_2016_3De construção subquadrada, o conhecido Família I da GM, de nome comercial EconoFlex, tem com curso de virabrequim maior que o diâmetro dos pistões, 88,2 mm X 80,5 mm, e é voltado para o torque, tendo boa desenvoltura até os 4.500 rpm, 900 giros antes do pico de potência máxima. Corte em 6.300 rpm. Comando simples no cabeçote, acionado por correia. Vibra bastante, mas é bem isolado da estrutura pelos coxins.

teste_chevrolet_spin_2016_15Surpreendente é o conforto ao rodar. Absorve as imperfeições do solo sem grandes problemas, a suspensão traseira por eixo de torção está bem calibrada e do eixo dianteiro, McPherson, conversa bem com o eixo de torção lá atrás – a GM mudou alguma coisa no conjunto, está bem na medida. Apesar da imensa maioria dos automóveis atuais possuírem ajuste de suspensão firme em relação aos carros do passado, no Spin o ajuste é bastante voltado ao conforto de marcha. Problema ficou na elevada altura do solo, que colabora para transferir massa em excesso.

Em velocidade legal de rodovia, comporta-se com naturalidade e contorna curvas pouco agressivas sem sobressaltos. Não é bom em mudanças sucessivas de trajetória, aderna muito e chega a balançar. Jamais chega a ser insegura, as barras estabilizadoras nos dois eixos ajudam a segurar a onda, apesar de não ser expoente. Poderia ser mais baixa em relação ao solo, ganhando em dinâmica e consumo, ainda assim sem perder a capacidade de andar por aí totalmente carregada. Ficaria, de quebra, mais harmônica – o vão entre o pneu e a borda da caixa de rodas é exageradamente grande. Bastava usar molas traseiras com constante elástica variável e mais curtas na dianteira.

Freios corretos. Garantem paradas seguras sem desvio de trajetória. O sistema ABS é um pouco invasivo no trecho urbano, entrando em ação quando ainda deveria haver aderência suficiente para a frenagem. Invasivo porque o Spin traciona bem mesmo em curvas, com tendência a desgarrar a roda interna somente quando abusada, condição fora da tocada padrão para este tipo de veículo. Carregado traciona menos um pouco, mas ainda suficiente para superar aclives fortes sem patinar. Nas frenagens mais fortes, a frente tende a abaixar e a traseira do veículo parece ficar um pouco leve demais. Atenção, portanto, com as frenagens em entrada de curvas, hábito de muitos motoristas pouco instruídos.

A direção macia comunica-se bem com os pneus e não é boba em altas velocidades. Relação de desmultiplicação adequada para a proposta que tem, ou seja, pouco direta. Esterça bem de batente a batente.

Confesso que, quando a função de testar um veículo homologado para sete passageiros me foi atribuída, pensei que fosse apenas cumprir deslocamentos fantasiando ser o pai de um time de pirralhos, mas a convivência foi positiva e agradável. Mesmo com 4.360 mm de comprimento e altura total de 1.664 mm, ainda é ágil no trânsito urbano e não traz dificuldades nas manobras de estacionamento, seja em vagas de shopping ou apertadas balizas nas disputadas vagas das apinhadas ruas de Belo Horizonte.

No habitáculo, boa ergonomia dos comandos, excelente espaço para condutor e passageiro da frente. Os passageiros do banco de trás pouco se esquecem do motorista e do carona; espaço no limite para as pernas, pela medição do eu-atrás-de-mim, que meço pouco mais de 1,80 m. Quem sofre bastante são o sexto e sétimo passageiros: as pernas ficam recolhidas em excesso e o espaço para ombros é apenas suficiente. Nada diferente do Chevrolet Zafira, seu predecessor, mas o acesso a estes lugares, pelo rebatimento de assentos e encostos da segunda fileira de bancos, na proporção de 1/3 para 2/3 é pior hoje, pois a caixa de roda traseira invade a porta um pouco mais do que antes. Crianças e adultos pequenos vão bem em deslocamentos menores.

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Os senões ficam para a ausência de porta-luvas refrigerado, bom para levar frutas para a criançada e manter uma garrafa de água fresca o tempo todo; para o ajuste de altura do banco do motorista, que eleva e abaixa somente o assento; e para a ausência da regulagem de profundidade da coluna de direção, regulável somente em ângulo. O motorista, mesmo com assento na regulagem mais baixa, fica em posição desnecessariamente elevada.

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MyLink

No centro do painel a central multimídia MyLink é interessante. Fácil conectividade via Bluetooth com aparelhos de celular, boa seleção de estações de rádio tanto no comando de volante, quanto na própria tela do aparelho, reprodução de áudio, vídeos e fotos armazenados em dispositivo USB. A equalização do áudio é fácil e possui balanço e fade pelo desenho do habitáculo. A potência dos alto-falantes é baixa, além de que faltam graves no conjunto. O palco sonoro é razoável, bons agudos e médios claros. Ainda possui entrada auxiliar para player externo.

Quando a ignição está desligada, o sistema fica ativo por somente dez minutos. Exagerado, mesmo pensando em economia de bateria. E incômodo, quando é necessário religar o sistema após a execução duas ou três faixas.

 teste_chevrolet_spin_2016_11Segurança

Faltam encosto de cabeça e cinto de segurança de três pontos para o passageiro da posição central da segunda fileira de bancos.

Air-bag duplo apenas para os passageiros da frente. Sistema ABS com distribuição de força nas frenagens.

Visibilidade mediana. Colunas A bastante largas incomodam nas mudanças de faixa. Vidro traseiro pequeno. Bons retrovisores laterais amenizam o problema.

No dia-a-dia

Para uma família numerosa, sem recursos de sobra, é difícil encontrar algo com tão bom custo-benefício. O concorrente direto é o Nissan Grand Livina, já há bastante tempo no mercado e de futuro incerto. Agora o interior é em cor escura, com parte superior do painel na cor preta, que diminui reflexos em relação ao para-brisas angulado.

Bons faróis. Iluminam bem em intensidade e com facho uniforme. Olhando de fora, agora são dotados de máscara negra, que melhorou a aparência controversa do MPV. Os neblina não puderam ser testado nas condições corretas.

Com os sete lugares operantes, o porta-malas é bem reduzido, servindo apenas ao transporte de pequenos volumes, como mochilas, bolsas e poucas sacolas. Para quem pretende utilizar este automóvel na configuração de lotação máxima, é necessária a compra de bagageiro de teto, facilmente instalável nas longarinas do teto. Com a terceira fileira de bancos rebatida, o bagageiro aceita desaforos. É largo, alto e de bom acesso. Poderia ter o assoalho na altura da borda da tampa, mas é rebaixado em relação a esta. Coisa pouca, mas que dificulta a retirada de caixas ou malas mais pesadas.

teste_chevrolet_spin_2016_8Como dito acima, o desempenho é bom, com duas ou três pessoas e sem bagagem. Com quatro pessoas ou mais e bagagem, as acelerações bem lentas, mas constantes, pedindo que as ultrapassagens sejam bem planejadas. Um motor maior casaria bem aos menos hábeis na condução de veículos com pouca reserva de potência, mas faltar, não falta.

O conta-giros acusa baixos regimes em sexta marcha e velocidades legalmente estipuladas, colabora no conforto acústico.

O consumo não é lá dos melhores. Nos quatro dias de teste rodei um total de 180 km, sendo 70 km destes em regime rodoviário. O computador de bordo acusou 6,6 km/l de etanol. Deve consumir um litro para 9 km somente em rodovia e na cidade fica na casa dos 5 km/l. Isso é penalidade da baixa taxa de compressão 10,5:1, melhor para gasolina.

Cereja do bolo, o câmbio está muito bem disposto, e agora tem casamento sem desavenças com o motor. Permite trocas sequenciais por botão +/- no pomo da alavanca, que mais servem para descida de serras do que no uso citadino.

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Os vidros, com função um-toque, sobem e descem velozmente. Bom pela segurança, ruim pois são difíceis de serem estacionados em pontos que não o máximo ou o mínimo, superior e inferior, respectivamente. Também aceitam comandos à distância para abrir e fechar.

O modelo LTZ, equipado com câmbio automático e em cor metálica, como a que testamos, tem preço de tabela de R$72.690. Tem uma gordurinha para queimar, e bons descontos podem ser obtidos na hora do fechamento, não deixe de tentar.

AVALIAÇÃO Eduardo Marlos
Desempenho(acelerações e retomadas) 6 7
Consumo(cidade e estrada) 7 6
Estabilidade 6 8
Freios 6 7
Posição de dirigir/ergonomia 8 8
Espaço interno 8 9
Porta-malas(espaço, acessibilidade e versatilidade) 9 7
Acabamento 7 7
Itens de segurança(de série e opcionais) 6 6
Itens de conveniência(de série e opcionais) 7 8
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção) 9 7
Relação custo/benefício 8 8

FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 8 válvulas, gasolina/etanol, 1.796 cm³ de cilindrada, 106cv (g)/108cv (e) de potência máxima a 5.400  rpm, 16,4 kgfm (g)/ 17,1 mkgf (e) de torque máximo a 3.200  rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio automático de seis marchas

ACELERAÇÃO  ATÉ 100 km/h (dado de fábrica)
11,9 (e)

VELOCIDADE MÁXIMA (dado de fábrica)
168 km/h (g/e)

DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

FREIOS
Discos ventilados na dianteira, tambores na traseira, com ABS e EBD

SUSPENSÃO
Dianteira, independente, McPherson, com barra estabilizadora; traseira, semi-independente, eixo de torção, com barra estabilizadora

RODAS E PNEUS
Rodas em liga de alumínio 6×15, pneus 195/65 R15

DIMENSÕES (metros)
Comprimento, 4,360 ; largura, 1,735; altura, 1,688; distância entre-eixos, 2,620

CAPACIDADES
Tanque de combustível: 53 litros; porta malas: 710 litros; carga útil ( 5 passageiros); 450 quilos; peso: 1.251 quilos

Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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