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Nostalgia: Chevy Vega “feito para vencer o alto preço do petróleo”

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Por Júnior Almeida/Esporte Automotor
Especial para o Autos Segredos

Os Estados Unidos atravessaram a década de 1970 passando por um dos mais sangrentos conflitos militares, a guerra do Vietnã que veio a terminar em 1973. Um ano depois do conflito o caso Watergate explode e Richard Nixon renuncia à presidência dos EUA deixando o pais na mais tenebrosa crise de energia já vista, a crise do petróleo.

Tudo começou no final da década de 1960 em uma reunião nos Emirados Árabes, palco da criação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a OPEP que através das metas estabelecidas traçou medidas para o desenvolvimento dos países membros, promovendo assim um aumento gradativo do controle sobre a produção de petróleo, para protestar contra o achatamento do preço do barril de petróleo praticado pelas multinacionais, a primeira medida estabelecida foi aumentar o valor dos royalties pagos pelas empresas transnacionais e aplicação de um imposto.

O reflexo destas medidas, foi sentido por boa parte da década de 1970, a explosão se deu entre 1973 e 1975 quando a preço do petróleo e seus derivados alcançou o aumento de 400% causando uma forte crise na economia global, especialmente nos Estados Unidos .

A industria automobilística, veio reagindo ainda antes do pico da crise na qual modelos mais econômicos tomaram a frente no ranking de vendas na América do norte, automóveis como Volkswagen Beetle que tomou cerca de 40% do mercado dos big sizes na Califórnia, a AMC apresentou o compacto  Gremlin, na mesma linha de design a Ford surgia com o exótico Ford Pinto e a Chevrolet contra-atacou em 10 de setembro de 1970 com o Vega.

Frente aos concorrentes da época, o design do Vega trazia elementos visuais da gama esportiva da GM inspirando a dianteira no Camaro 1970, com a frente conhecida como “tubarão” com o conjunto óptico arredondado em contraste com a vasta grade e os diminutos para choques faziam a vez do design jovial.

A motorização segundo o engenheiro chefe da GM na época John De Lorean, era bastante ultrapassada pela concepção geral de um compacto, feito para vencer o alto preço do petróleo. Equipado com o motor 2.3L OHC de quatro cilindros com os pistões que se moviam diretamente nos cilindros que eram impregnados de silício sem as tradicionais camisas de aço e uma caixa manual de 3 marchas ou 4 opcional, além do cambio powerglide automático não traziam o desempenho esperado que as linhas do compacto demonstravam, mas a inovação no quesito de segurança era novidade no seguimento dos populares como freios à disco na dianteira.

A gama bastante variada de carrocerias que o Vega dispunha durante sua produção era invejável pelas outras montadoras. Com quatro modelos diferentes, todas as carrocerias eram duas portas sendo, um sedan, hatch, perua e uma perua furgão destinada para o uso comercial.

No primeiro ano de venda, o Vega surpreendeu ao ser eleito pela revista Motor Trend “Car of the Year” em 1971 ajudando a impulsionar ainda mais as vendas, no mesmo ano foram comercializadas cerca de 277.705 unidades, boa parte graças ao pacote oferecido opcionalmente denominado GT.

O Vega GT trazia o exterior custumizado para oferecer um visual ainda mais esportivo além do interior, com bancos diferenciados e um novo volante de quatro raios com o símbolo GT no centro. Mas não parava só ai, o GT era equipado com um bloco ajustado para render até 110hp, diferentemente dos pacatos 90hp da versão tradicional a customização era finalizada com as faixas pretas ou brancas de acordo com a cor escolhida.

As premiações ao longo dos anos iam crescendo, assim como suas vendas que em 1973 chegou a 427.300 unidades produzidas e foi premiado pela revista Car and Drive na categoria “Best Economy Sedan”. Em 1974 a GM apresentou uma reestilização de meia idade para o Vega que estava no ranking dos automóveis mais vendidos na América do norte. A dianteira, que continuou seguindo o estilo esportivo do Camaro trazia novos para-choques, agora mais robustos para se enquadrar no novo regulamento de segurança imposto pelos Estados Unidos a nova grade, agora com três filetes divididos por uma espécie de “nariz” deixava o visual mais agressivo e próximo dos pony-cars da GM, especialmente a versão hatch.

O interior, mais luxuoso trazia acabamento em vinil nas portas substituindo o simples plástico duro, mas o painel mantinha a simplicidade com o velocímetro que tomava boa parte do painel.

Os impecáveis modelos que ilustram esta reportagem são da segunda série da linha Vega, a versão LX na cor prata trás a sobriedade da combinação das linhas da carroceria hatch com os cromados nas janelas e rodas que mostram o ar de sofisticação desta versão equipada com cambio automático.

Por dentro conta a curiosa configuração típica dos anos 1970, com o chamativo painel no tom vermelho e os bancos com o centro xadrez e a lateral no mesmo tom vibrante do painel deixando a sobriedade apenas no exterior.

Já o raríssimo Cosworth Vega tem em comum com as demais versões apenas o nome e a carroceria, pois o resto é completamente diferente. Com um bloco completamente desenvolvido pela inglesa Cosworth Engineering trazia o que havia de mais moderno para se fabricar um motor capaz de entregar uma performance elogiável aliada a economia de combustível. O motor em alumínio com duplo comando, quatro válvulas por cilindro, câmaras semi hemisféricas e o inovador sistema de injeção eletrônica e uma caixa manual de cinco velocidades levava o Vega de 0 à 60 MPH em menos de 10s.

Com o habitáculo, totalmente voltado para a esportividade, seguia a receita do GT com boa parte do painel na cor preta, se destacava a parte central dominada por um aplique dourado ao redor dos seis mostradores que se mostrava muito mais completo do que as demais versões do Vega. Os bancos individuais de couro preto recebiam os ocupantes de forma esportiva, mas tudo isso tinha seu preço, cerca de 600 dólares a menos do que um Corvette, o topo da gama da GM fazendo com que fossem fabricados apenas 3,508 Cosworth Vega.

A unidade 1976 que está no Brasil, tem um histórico bastante especial sendo a unidade de número #3122 e só foi emplacado pela primeira vez em 1988 quando foi vendido para o terceiro proprietário no Tennessee com apenas 79 milhas, hoje em dia descansa tranquilo com apenas 13 mil milhas na maravilhosa paisagem do Rio de Janeiro.

Galeria

Fotos | Marcus Lauria/Car Point News

(*) Agradecimento especial ao Sr.Claudio Duarte Pereira

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