Veja o que as pedras de gelo podem causar de danos na pintura e nos vidros do veículo 

Por Fernando Miragaya

As imagens da assustadora chuva de granizo que atingiu Curitiba recentemente rodaram todas as redes sociais possíveis. Quando a gente está em casa numa situação dessas, ótimo – dá até para fazer foto e vídeo e publicar por aí. Mas se você estiver na rua ao volante do seu carro?

Tem shopping, mercado ou estacionamento com vaga coberta por perto? Não pense duas vezes e vá para lá. A dica é buscar uma cobertura para você e seu veículo o mais rápido possível.

Tudo depende da intensidade da chuva de granizo, mas também não dá para arriscar com o carro ao relento. As pedrinhas de gelo podem não machucar a carroceria ou fazer estragos pequenos. Contudo, os danos podem ser maiores, principalmente na lataria e nos vidros. Confira quais os riscos para o carro na chuva de granizo. 

carro chuva de granizo
Carroceria fica extremamente vulnerável durante uma chuva de granizo (Foto: Reprodução da Internet)

Pintura

Obviamente, é a carroceria do carro que fica mais vulnerável durante uma chuva de granizo. A boa notícia é que os fabricantes de veículos e empresas de tintas automotivas garantem que as pinturas têm tecnologias que são testadas à exaustão para suportar diversas (e adversas) condições meteorológicas. Porém, as intempéries de granizo têm intensidades diferentes e não dá para cravar que as pedras – como as que caíram na capital paranaense – não vão danificar a lataria.

“É recomendável não expor o veículo a essas condições. Dependendo da intensidade da chuva, podem ocorrer danos superficiais na pintura e também na estrutura metálica do carro.  Diversos testes são realizados para garantir a resistência da pintura, porém, a quantidade e dimensão de granizos varia muito de acordo com a chuva, o que torna a condição difícil de medir e prever”, explica Marcos Fernandes, diretor de Tintas Automotivas da Basf para América do Sul.

Ou seja, a chuva de granizo pode causar os chamados danos superficiais no revestimento, como arranhões, riscos e pequenas mossas. Estes vão comprometer partes da pintura do carro, mas podem ser reparados com procedimentos simples, como um polimento feito em loja especializada. Ou em oficinas que prestam serviços do tipo martelinho de ouro, que consertam pequenos amassados. 

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Quantidade e dimensão dos granizos varia muito de acordo com a chuva (Foto: Reprodução de TV)

Mas em situações mais extremas, se a pedra de gelo for grande e/ou bater de um determinado jeito sobre o carro, o estrago na lataria pode ser maior. O maior risco é justamente ocorrer o desplacamento da tinta do veículo e a estrutura metálica ficar exposta. Nestes casos, o recomendado é correr para fazer a lanternagem, pois essa parte da carroceria sem a proteção da pintura pode dar início a um processo de corrosão.

De modo geral, as marcas de tintas e montadoras dizem que o desenvolvimento de pinturas automotivas já contempla uma proteção ao impacto de pedras. “Isso é feito por meio das propriedades físico-químicas da tinta, que promovem maior flexibilidade e resistência ao material, mesmo quando aplicado em camadas tão finas quanto um fio de cabelo”, explica Fernandes.

VEJA ALGUNS CUIDADOS PARA MANTER A PINTURA AUTOMOTIVA COMO NOVA

Na Basf, por exemplo, há o chamado IP (“Integrated Process”), que se propõe a reduzir ao máximo a espessura da camada de pintura do carro usando como base água, o que, segundo a empresa, torna o processo mais sustentável e sem comprometer as propriedades da tinta. Mas há tratamentos extras, aplicados antes mesmo do primer – a camada primária que prepara todo o carro para receber a tinta – já pensados na chuva de granizo.

“Algumas montadoras trabalham com o chamado ‘anti chipping’, que consiste na aplicação de produtos que absorvem melhor o impacto, antes da camada de primer e nas áreas mais sujeitas à ação do granizo, como o capô do veículo”, diz o diretor de Tintas Automotivas da Basf.

Carro e chuva de granizo: E os vidros?

Pois é, ainda tem os vidros, que ocupam cerca de ⅓ da área exposta de um veículo e que mostram que carro e chuva de granizo não combinam. As pedras de gelo que caem do céu podem provocar trincas nas janelas e, em casos extremos, quebrá-las. 

Os para-brisas, frequentemente mais inclinados, estão mais vulneráveis, mas por lei são feitos de material laminado. Ou seja, não se estilhaçam – isso porque o vidro é como um sanduíche, com duas lâminas de vidro coladas a uma película de PVB (tipo de filme plástico). Mas é preciso ter cuidado com as janelas laterais. Elas geralmente são feitas com vidros temperados que, em caso de quebra, se partem em pequenos cacos.

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Vidros ocupam cerca de um terço da área exposta de um veículo (Foto: Reprodução da Internet)

Se o para-brisa do seu carro trincou depois da chuva de granizo, a dica é observar a avaria e, dependendo do estrago, trocar toda a peça. Isso porque aquela pequena fissura pode se expandir pelo vidro com o tempo e comprometer a visibilidade e segurança do motorista e dos ocupantes do veículo. O reparo é aconselhado apenas em casos específicos, em danos mínimos na área envidraçada.

“Para realizar o reparo de para-brisa a trinca não deve ocupar o campo de visão do condutor, mais conhecido por ‘Área crítica de visão do motorista’, nem ficar a 2,5 cm das bordas. A fissura tem de ter menos de 20 cm de comprimento e a fratura de configuração circular não pode passar de 4 cm de diâmetro. Fora dessas condições, a única solução é a troca do vidro”, recomenda a fabricante de vidros automotivos Saint Gobain Autover.

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